Curiosamente, a nós humanos foi possível descobrir um período na história para o acontecimento Big Bang mas o início da química continua um mistério.
A princípio, temos registros que datam mais de 3.500 anos sobre os egípcios utilizarem técnicas que envolvem fenômenos químicos, como:
- Extração de corantes animais e vegetais
- Obtenção de metais e vidros
- Produção e bebidas alcoólicas
Porém isto está longe de ser o início, afinal, a análise de jarros de Jiahu de 8.000 anos atrás na China encontraram vestígios de um drinque que continha; arroz, mel, uvas e cereja fermentados.
A química na antiguidade
Eventualmente sem ser considerada ciência, a química era conhecida como alquimia e ganhou notoriedade com a busca por transformar metais em ouro (pedra filosofal) e também por um remédio universal (panaceia).
Nesse sentido, estes foram os princípios que temos conhecimento de ter mais ajudado na evolução desta Ciência Natural, promovendo o interesse de investidores e que resultou no desenvolvimento de novos aparatos que são utilizados até hoje.
A busca pelos elementos e o romantismo na ciência
Primordialmente, a ausência de conhecimento incluiu filosofia e teologia no primórdio da química e outros fenômenos.
Compreender estes acontecimentos é natural do cérebro humano desenvolvido com seu lóbulo frontal e, no século V a.C, Empédocles de Agrigento deu início com sua teoria.
Para ele, todos os materiais eram constituídos de porções dos elementos básicos (água, ar, fogo e terra) e sua ligação acontecia pelo amor e, sua separação, por ódio.
Linda concepção para a época. Não? Ela foi baseada nos contos da deusa do amor e discórdia, Afrodite e Éris.
Foi apenas em 478 a.C que Leucipo e Demócrito abordaram a ideia de que a matéria é constituída de minúsculas partículas que, caso fossem divididas o suficiente, chegariam a uma partícula indivisível a qual chamamos de átomo.
Precisou de quase 2.500 anos após esta concepção para avançarmos no pensamento do grego: a = não e tomo = divisão.
Aristóteles, aproximadamente 100 anos depois, atribuiu disposições a cada elemento além de incluir um quinto integrante, o éter.
Este último constituia propriedades celestes e possui vínculo com a mistura cultural da época com o hinduísmo e seu atma.
Esta concepção é defendida fortemente até hoje por mentes não tão voltadas à ciência.
Os passos da medicina acompanhada da química
Medicina e a química de Aristóteles estão intimimamente conectados na Idade Média.
Conforme a concepção da época era de que o corpo humano era regido por quatro humores que, por sua vez, eram conectados aos quatro elementos:
- Atrabílis (ou bílis negra) representava as características frias e secas da terra
- Fleuma reconhecia umidade e baixa temperatura como a água
- Bile, o quente e seco fogo
- Sangue, o quente e úmido ar
Nesse sentido, este é outro conceito baseado no cruzamento cultural hindu que reconhece os doshas onde, porém, possuíam apenas: água, ar e fogo.
O desequilíbrio destes elementos causava enfermidades e a cura era baseada em ingestões de alimentos, especiarias ou itens específicos da flora local.
A evolução para a iatroquímica
O médico e alquimista Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim que, por motivos óbvios o trataremos por seu apelido “Paracelso”, foi a estrela deste período do século XV.
Paracelso formulou novas ideias baseando-se nos experimentos de outros alquimistas com foco em destilações.
De acordo com seus estudos, ele chegou à concepção de que a matéria era constituída de:
- O resíduo sólido que continha o sabor e consistência original, o sal
- Um fluído que continha a umidade e oleosidade, o enxofre
- A volatilidade em componente, portadora de aromas e essência espiritual
Em suma, estas foram a essência da iatroquímica, que se dedicava à produção de medicamentos ao invés de buscas por materiais intangíveis.
Assim como a influência ocorre até hoje por destilados alcoólicos serem chamados de “espíritos” por muitos.
Bem como todos os alimentos fáceis de fermentar eram vistos como saudáveis nesta época e, curiosamente, foi a origem dos restaurantes.
Em outras palavras, Restaurants era o nome de caldos de carnes que possuíam substâncias oleosas e o sal, considerados alimentos completos e reconhecidos por “restaurar” as pessoas.
A química e o avanço tecnológico
No século XVI viveu o “pai da química”, o irlandês Robert Boyle que introduziu o método científico, diferenciando-se de antigos alquimistas.
Ele defendia a ideia de realizar experiências para comprovar fenômenos e não apenas aceitar hipóteses, publicava abertamente todos seus trabalhos também.
Em suma, este foi o início do Iluminismo no século XVII, distanciando ciência de religião e abrindo portas para um novo pai (ou padrasto) para a química moderna, o francês Antoine Laurent Lavoisier.
Realizando seus experimentos com grande precisão quantitativa em suas pesagens e medidas, ele:
- descobriu o oxigênio e explicou a combustão
- forneceu nomenclatura para 33 elementos químicos
- criou a Lei da Conservação de Massas
Eventualmente esta lei se tornou a origem do famozíssimo conceito de que “na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma”.
Além disso, ele provou que a água é composta de oxigênio e hidrogênio o que mudou toda concepção, afinal, era composta por dois elementos.
Grandes nomes e aprimoramentos da química moderna
Acima de tudo, experimentos com base nas massas das substâncias, chamadas Leis Ponderais, foram o início da ciência e foi marcada por grandes nomes, como Lavoisier, Proust e Dalton.
Dalton, por exemplo, em 1808 elaborou o primeiro modelo atômico que dizia ser maciço, esférico e indivisível.
A princípio este conceito que ficou conhecido como “bola de bilhar” e marcou o início de grandes avanços no entendimento da composição e também funcionamento da matéria.
Da mesma forma, outros pontos importantes até hoje foi a Teoria Sobre a Dualidade Onda-Partícula de Schrödinger e o Princípio da Incerteza de Heisemberg.
No século XIX haviam 60 elementos químicos definidos por suas reatividades e aspectos que o russo Mendeleev classificou na famosa tabela periódica.
Contudo, prevendo alguns elementos ainda a serem descobertos, deixou lacunas em aberto indicando estes elementos físico-químicos até então desconhecidos.
Adivinhem? Anos depois de sua morte dois outros elementos foram descobertos: o gálio e o germânio. O melhor é que possuem as características previstas pelo grande gênio.
Após toda esta trajetória, hoje temos diversas divisões desta incrível ciência, como:
- bioquímica
- química nuclear
- química orgânica
- físico-química
Bons estudos!
Por: Alexandre Mendes de Oliveira