O látex, de que se faz borracha, é obtido sobretudo da seringueira (Hevea brasiliensis) e foi fonte de grande enriquecimento da Amazônia no período 1890-1910, quando o Brasil era o único produtor mundial. Em 1910 a produção representava aproximadamente 40% das exportações do país. Entretanto a lucratividade sempre esteve muito mais associada ao grande número de extrativistas envolvidos no trabalho do que ao método de produção, que é extremamente primitivo e, por isso, de baixa produtividade.
O fim daquele ciclo foi decretado pela inundação do mercado mundial por borracha produzida nas colônias inglesas do Sudeste Asiático, para onde haviam sido transplantadas sementes de seringueira brasileira em 1876. Enquanto aqui se confiava apenas na exploração das espécies nativas, lá o cultivo foi desenvolvido na forma de plantation e resultou numa produção racionalizada que logo superou a nossa.
Somente durante a Segunda Grande Guerra, quando os japoneses tomaram as grandes plantações do Sudeste Asiático, a economia da borracha readquiriu importância no Brasil, que foi requisitado pelos Aliados para ser o fornecedor das indústrias de pneumáticos, numa fase que se denominou “Batalha da Borracha”.
Com o fim do conflito mundial e o grande desenvolvimento da produção de borracha sintética (o elastômero, derivado do petróleo), a necessidade de látex natural no mercado diminuiu.
Os maiores produtores brasileiros, atualmente, são os estados do Acre, Amazonas e Rondônia, e a produção sequer atende ao consumo nacional.
O seringueiro Chico Mendes tornou-se um emblema da luta pela preservação da mata equatorial. Quando foi assassinado, em 22 de dezembro de 1988, já contava com o reconhecimento de diversas instituições internacionais de defesa do meio ambiente; no Brasil, era praticamente desconhecido.
Além da seringueira, existem no Brasil outras espécies que produzem látex. Uma delas é o caucho, que é comum nos estados do Pará e Mato Grosso e tem duas desvantagens em relação à seringueira: a árvore precisa ser cortada para a extração do látex (o que resulta em pouco aproveitamento) e a borracha dele obtida é de qualidade inferior. Há também o mucujê, que é muito comum na Bahia e fornece um látex adocicado e potável, consumido diretamente pela população como leite (misturado ao café) e utilizado na produção de chicletes.
Por: Renan Bardine