Os hidretos formam uma enorme classe de substâncias químicas muito importantes, que podem ser definidas como os compostos binários de hidrogênio.
O hidrogênio é capaz de se combinar com praticamente todos os elementos, exceto os gases nobres. Apesar de essas combinações darem origem a uma grande variedade de substâncias, os hidretos são classificados em apenas 3 grupos: metálicos iônicos, moleculares e intertisicais. Veja a descrição de cada um desses conjuntos de compostos.
Hidretos metálicos iônicos
Nos hidretos metálicos iônicos, o hidrogênio está ligado a metais alcalinos e alcalinos terrosos, pertencentes às famílias 1A e 2A, respectivamente. As substâncias deste grupo são sólidas e cristalinas em temperatura ambiente, apresentam altos pontos de fusão, o hidrogênio da molécula tem Nox (número de oxidação) igual a -1 e possuem caráter alcalino, uma vez que produzem bases ao reagirem com água.
Exemplos de hidretos iônicos:
· Hidreto de lítio (LiH) – sólido cristalino de cor azul ou cinza, foi utilizado para inflar botes salva vidas, pois produz gás hidrogênio (H2) quando em contato com a água.
· Hidreto de sódio (NaH) – sal inorgânico muito utilizado como agente redutor em sínteses orgânicas e inorgânicas.
· Hidreto de cálcio (CaH2) – sólido de cor acinzentada a branca, é muito empregado como dessecante de determinados solventes, pois reage intensamente com água, liberando gás hidrogênio.
Hidretos moleculares
Os hidretos moleculares são as substâncias formadas pela união do hidrogênio com semi-metais e ametais (famílias 3A a 7A). São substâncias líquidas ou gasosas em condição ambiente, voláteis e de baixos pontos de fusão e ebulição. Nesses compostos, os átomos estabelecem ligações do tipo covalente, e o hidrogênio apresenta Nox igual +1.
Exemplos de hidretos moleculares:
· CyHz – em combinação com o elemento carbono (coluna 4A), o hidrogênio dá origem a uma grande classe de compostos orgânicos denominados hidrocarbonetos. O composto mais simples dessa classe é o metano, gás produzido a partir da decomposição de matéria orgânica, cuja fórmula química é CH4.
· Gás amoníaco (NH3) – substância gasosa, conhecida popularmente como amônia, de caráter alcalino, muito usada na composição de uma série de produtos de limpeza, na produção de fertilizantes agrícolas, entre outras aplicações.
· Hidreto de enxofre (H2S) – gás de odor muito forte, corrosivo, usado pela indústria química na produção de compostos de enxofre, entre outros processos.
· Hidreto de fósforo (PH3) – gás inflamável, de cheiro característico e desagradável, empregado na fabricação de compostos agrícolas, pastas, placas, pastilhas, comprimidos, etc.
· Ligado aos elementos da coluna 7A da tabela periódica, o hidrogênio forma hidretos gasosos e fortemente ácidos, como, por exemplo, o ácido clorídrico (HCl), um dos componentes do suco gástrico encontrado no estômago.
Hidretos intersticiais
Os hidretos intersticiais são substâncias formadas peça união de um átomo de hidrogênio e um metal de transição. Diferente dos hidretos metálicos iônicos, nos hidretos intersticiais, o átomo de hidrogênio se aloca nos espaços entre os átomos de metais das moléculas, que recebem o nome de interstícios.
Os compostos dessa classe de hidretos, quando aquecidos, liberam gás hidrogênio (H2), por isso, são utilizados no armazenamento desse gás, como é o caso do hidreto de titânio (TiH2). A maior parte dos hidretos intersticiais não é estequiométrica, ou seja, a razão entre o número de hidrogênio e de metal quase nunca é inteira.
Referências bibliográficas
FELTRE, Ricardo. Química volume 1. São Paulo: Moderna, 2005.
KOTZ, John, TREICHEL, Paul, WEAVER, Gabriela. Química Geral e Reações Químicas. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
Por: Mayara Cardoso