A vida de Jesus é conhecida graças aos Evangelhos, que o apresentam como um Messias pacífico, distante da linguagem antirromana e violenta do momento em que viveu.
Jesus e sua pregação
A mensagem de Jesus rompia tanto com o ponto de vista estrito do cumprimento da Tora, que defendiam os fariseus, quanto com o papel de máxima importância que os saduceus outorgavam ao templo. Tampouco se ajustava aos estritos modos de vida dos essênios.
Ele se apresenta como mestre espiritual e pregador que, depois de ter superado uma série de provas ascéticas, se converteu num personagem cada vez mais popular e ganhou um grande número de seguidores – entre os quais se destacavam 12 mais chegados, chamados “apóstolos”, palavra grega que quer dizer “enviados”.
Depois de pregar por toda a Galileia, Jesus entrou em Jerusalém provavelmente no ano 30, para celebrar a festa da Páscoa com seus seguidores. Ali, na cidade que constituía o centro da vida religiosa judaica, sua presença e o que pregava confrontaram as autoridades judaicas e os que lhes obedeciam.
Na véspera da Páscoa, Jesus celebrou uma ceia com os apóstolos. Essa celebração se converteria no fundamento no qual se baseia o sacramento cristão da eucaristia, que continuou sendo realizado no cristianismo primitivo e segue como o ritual central da missa cristã até os dias de hoje: a comunhão.
Os apóstolos
Os apóstolos eram 12, como as tribos de Israel. Seus nomes aparecem nos Evangelhos em diferentes lugares, como no seguinte texto do Evangelho de Mateus (10, 2-4):
Os nomes dos doze apóstolos são estes: o primeiro Simão, ao que chamam Pedro, e seu irmão André; Santiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; Felipe e Bartolomeu, Tome e Mateus, o arrecadador; Tiago, filho de Alfeu, e Judas Tadeu, Simão, chamado o Zelota, e Judas Iscariotes, foi o que o entregou.
De maneira muito similar se narra esse episódio em Marcos 3, 1 3-19 e Lucas 6, 1 2-1 6. A grande semelhança entre os três fragmentos pode ser explicada como consequência de os três Evangelhos sinóticos beberem de uma fonte comum anterior.
A morte de Jesus
Traído por Judas Iscariotes, um dos apóstolos, Jesus ‘oi feito prisioneiro pelos guardas do sumo sacerdote e levado ante o conselho religioso judaico, o sinédrio. Foi declarado culpado de blasfêmia e entregue às autoridades romanas para que fosse aplicada a pena :e morte. Então, o governador romano da Judeia, Pôncio Pilatos, atendendo a solicitação das autoridades judaicas, condenou Jesus à morte por crucificação.
Os seguidores de Jesus afirmaram que ele ressuscitou no terceiro dia de sua morte e que era o Messias com o qual se cumpriam as profecias. Os 11 apóstolos disseram que ele lhes apareceu e ordenou que pregassem sua mensagem a todo o mundo.
Ao enfocar que Jesus era o Messias e que havia “ressuscitado, os cristãos foram se separando progressivamente da tradição judaica ao longo das décadas seguintes. Além disso, depois da destruição do templo de Jerusalém no ano 70 e.c, a religião judaica foi se tomando cada vez menos variada, tendendo para as interpretações farisaica e rabínica. Os cristãos terminaram criando uma religião distinta e nova.
Por: Paulo Magno da Costa Torres