A Eneida narra a viagem que o herói troiano Eneias leva a cabo desde sua cidade, destruída pelos gregos, até a Itália e a posterior luta e vitória sobre os povos itálicos, o que supõe o estabelecimento na Itália de Eneias e de seus descendentes, que serão os fundadores de Roma.
Narrativa
Depois de seis anos de viagem, a deusa Juno perturba com uma tormenta a navegação dos troianos, que a duras penas conseguem desembarcar na Líbia. Ali Eneias se dirige à cidade de Cartago, e Dido, a rainha cartaginense, convida o herói a um banquete.
Dido, apaixonada por causa de um arranjo de Cupido, pede que Eneias trame a queda de Troia e a sua posterior vida errante. Depois da narração da Guerra de Troia de Eneias, os amantes se entregam à paixão, mas o deus Mercúrio recorda a Eneias a necessidade de partir em direção à Itália, já que os deuses esperam que sua descendência seja a fundadora do grande império que Roma deverá ser.
Eneias prepara a frota e abandona Dido, que se suicida depois de amaldiçoar os troianos e anunciar-lhes a eterna inimizade de Cartago. Dessa maneira, Virgílio explica, por meio da lenda, a origem da fundação histórica de Roma, as guerras que aconteceram entre cartagineses e romanos no século III a.C.
O mundo dos mortos
Eneias visita o mundo dos mortos e fala com alguns defuntos, que lhe narram o episódio da queda de Troia; também vê a rainha Dido e Ascânio, seu pai, que diz o futuro.
As armas divinas de Eneias
Eneias retoma e junto com seus companheiros se aproxima do rio Tíber, no centro da Itália, futuro berço de Roma. Ali, o rei Latino os acolhe benevolamente, pois reconhece em Eneias o genro estrangeiro que os dados haviam previsto.
Mas sua mulher, a rainha Amata, se opõe que sua filha Lavínia se case com um forasteiro, pois ela já está prometida a Tumo, rei dos rútulos, uma das tribos que habitam a região.
Tumo reúne seus homens e sai em combate contra os forasteiros. Eneias volta então ao Tiber e chega a Palanteia, pequeno povoado de pastores estabelecido no ponto exato em que mais tarde Roma será erguida.
Acompanhado por Evandro, rei de Palanteia, visita lugares que se tomarão famosos e faz com Evandro uma aliança para lutar contra Tumo e os rútulos. A deusa Vénus, mãe de Eneias, passa a Vulcano, deus do fogo e da forja, as armas que ele devera entregar a seu filho para enfrentar os inimigos.
Niso e Euríalo
O exército dos rútulos cerca o acampamento dos troianos, que esperam o retomo de Eneias. Dois jovens amigos, Niso e Euríalo, partem valentemente para avisar Eneias, mas são surpreendidos pelo inimigo e, depois de massacrar muitos deles, morrem por causa da superioridade numérica dos rútulos, o que deixa o acampamento troiano desesperado.
No final, Eneias chega com os seus aliados e a batalha acontece. Ao amanhecer, celebra-se uma trégua para que os mortos sejam enterrados. Para evitar que haja mais mortos e feridos, Tumo propõe um duelo final com Eneias; quem vencer se casará com Lavínia.
O poema termina com a narração do duelo: nele, Eneias derruba seu adversário, que suplica piedade, mas Eneias, ao lembrar os desmandos de Tumo, acaba com ele.
Por: Paulo Magno da Costa Torres