O romance Eurico, o presbítero (1844), de Alexandre Herculano, é ambientado no século VIII e se inicia com a narração da luta entre godos e mouros na península Ibérica.
Sobre o autor
Nascido em Lisboa, em 1810, Alexandre Herculano é considerado, ao lado de Almeida Garrett (1799-1854), o iniciador do Romantismo em Portugal. Faleceu em sua quinta do Vale de Lobos (Santarém), em 1877.
Poeta, romancista, historiador, produziu uma obra extensa e variada. Como historiador, destacou-se em História de Portugal (publicada em quatro temas entre 1846 e 1853) e a História e origem da Inquisição em Portugal (1859).
Escreveu ainda contos e novelas que foram reunidos na obra Lendas e narrativas (1851). Como romancista ficou mais conhecido por suas narrativas históricas, dentre as quais destacam-se O monge de Cister (publicada em dois volumes em 1848), O bobo (1843) e Eurico, o presbítero (1844), considerada sua obra-prima.
Resumo de Eurico, o presbítero
Nesse romance, são contadas as aventuras e desventuras do jovem Eurico, um valente cavaleiro, e de Hermengarda, filha do duque de Fávila. Apaixonado por Hermengarda, Eurico pede sua mão ao duque, que lhe nega, por saber de sua origem humilde.
Tendo seu pedido recusado e supondo que sua amada também o rejeitava, Eurico decide tomar-se religioso. Ordena-se sacerdote, com o título de Presbítero de Carteia. Porém, o espírito de cavaleiro fala mais alto. Assim, disfarçado de Cavaleiro Negro, luta ao lado de seus antigos companheiros, durante a batalha contra os mouros.
Unindo-se ao grupo de Pelágio, irmão de Hermengarda, assume a responsabilidade de resgatar sua amada, que se encontrava em poder dos inimigos.
No reencontro, ambos confessam seu amor, mas Eurico revela sua condição religiosa: o Cavaleiro Negro e o Presbítero de Carteia eram uma só pessoa. Diante dessa revelação e do amor impossível, Hermengarda adoece e enlouquece, e Eurico parte para um combate suicida contra os mouros.
Por: Paulo Magno Torres