O seminarista é um típico romance de tese, o que significa que o autor tem uma determinada ideia e deseja prová-la por meio de uma narrativa. A tese em questão é a de que o celibato clerical e a vocação forçada provocam a infelicidade e, possivelmente, tragédias pessoais.
Sobre o autor
Bernardo Guimarães nasceu em Ouro Preto, a 15 de agosto de 1825, e lá morreu no dia 10 de março de 1884. Notabilizou-se como romancista, embora tenha escrito versos líricos e humorísticos. As duas obras mais conhecidas do autor são O seminarista e A escrava Isaura, obras em que aborda o tema do celibato clerical e da escravidão, respectivamente.
Resumo de O Seminarista
Os pais de Eugênio, capitão Antunes e sua mulher, fazendeiros em Minas, obrigam o filho a ser padre. Eugênio passou a infância ao lado de Margarida, filha de uma agregada da fazenda. Dessa convivência nasceu o amor, e os pais do menino, para impedir o avanço dessa paixão, colocaram o filho num seminário, obrigando-o a seguir a carreira eclesiástica.
Mesmo no seminário, Eugênio não esquece Margarida. Seus pais, então, juntamente com os sacerdotes do Seminário de Congonhas do Campo, inventam a notícia do casamento da moça, o que desilude o rapaz e o faz aceitar a carreira que lhe fora imposta.
Quando retorna à vila natal, já como padre, é chamado para assistir uma doente, que era a própria Margarida. A moça lhe conta toda a verdade: fora expulsa da fazenda com a mãe, passara necessidade e jamais casara, porque ainda o amava. Eugênio sente renascer o amor por Margarida e, no dia seguinte, ambos se entregam à paixão. O padre sabe que cometeu grave pecado, pois traiu os votos de castidade, o que lhe causa grande remorso.
No dia em que se preparava para rezar sua primeira missa, é chamado para encomendar um cadáver que acabara de chegar à igreja. O corpo era o de Margarida. Eugênio não suporta o impacto da morte da amada e, na hora de sua primeira missa, acaba endoidecendo.
Por: Wilson Teixeira Moutinho