A desigualdade social é um problema muito presente na sociedade. Algumas pessoas e grupos sociais têm maior poder aquisitivo, ou seja, maior possibilidade de adquirir bens e de contratar serviços; outras, no entanto, não têm a mesma oportunidade. Essa diferença gera desigualdade social.
Isso significa dizer que nem todas as pessoas têm acesso a uma qualidade de vida digna e saudável, por não terem condições financeiras. Dessa forma, a questão da desigualdade social tem grande impacto na sociedade quando se trata de consumo.
Consequências da desigualdade social
A cidade é um espelho perfeito das desigualdades sociais, no qual se vê a injusta distribuição de renda por meio da segregação do espaço. Essa segregação está diretamente associada à renda, tendo em vista que a terra, nesse contexto, é uma mercadoria. Desse modo, as construções urbanas materializam as desigualdades sociais.
A foto abaixo exemplifica a diferença de ocupação do espaço em uma cidade: nela se vê a comunidade de Paraisópolis cercada de bairros de alto padrão, entre eles está o Morumbi.
A ocupação do espaço, em Paraisópolis, ocorreu sem planejamento, aproveitando-se todo o espaço para construir e impermeabilizar o solo, o que resultou em uma grande concentração populacional e no surgimento de vários problemas ambientais, de segurança e socioeconômicos, além de não haver um saneamento básico satisfatório para todos os habitantes.
A desigualdade social no Brasil
O Brasil é um dos campeões mundiais em desigualdades sociais, o que é explicado por vários fatores, como: colônia de exploração; um dos últimos países a abolir a escravidão; concentração de terras; desigual acesso à educação entre classes sociais e baixa qualificação; evasão escolar; baixo crescimento econômico do país; diferenças na qualificação profissional e nas condições salariais entre brancos e negros; inflação alta e carga tributária que sobretaxa produtos, reduzindo o poder aquisitivo das classes sociais menos favorecidas, as quais sobrevivem de salário mínimo ou com valores menores.
Outro aspecto marcante de parte da população brasileira é a de ser rentista, isto é, que busca viver de renda, como de casas de aluguel e especulação imobiliária e financeira; não é uma população empreendedora, isto é, geradora de renda e de emprego.
Somado a estes fatores sociais há o impacto da influência econômica, quando grandes corporações estrangeiras e nacionais dominam o cenário do emprego, pressionando os trabalhadores urbanos e rurais com baixos salários.
Os gráficos mostram como é distribuída a renda entre as faixas etárias, além de indicar maior pressão sobre os mais jovens e por faixa de renda, mostrando que grande parcela da população vive com salários relativamente baixos.
A concentração de renda agrava a qualidade de vida da população, pois aqueles que recebem menos são obrigados a acumular grandes jornadas de trabalho para manter uma renda que lhes permita a sobrevivência; essa renda não lhes possibilita o acesso a eventos culturais e práticas de lazer, como viagens, visita a museus e teatros, shows e outros eventos.
Esse cenário também tem reflexos na qualificação profissional, pois dificulta a realização de uma educação básica de qualidade e o ingresso do trabalhador em cursos superiores de graduação e pós-graduação.
Como se mede a desigualdade social
Para calcular a desigualdade social, o italiano Corrado Gini criou um cálculo em 1912, cuja fórmula está sobre uma Curva de Lorenz que considera o total da população de um determinado país e a distribuição de renda dele.
O gráfico abaixo mostra um esboço da distribuição de renda e da desigualdade social. A linha azul indica um país com melhor distribuição de renda, em que 80% da população detém 65% da renda. A linha bege pertence a um país com extrema concentração de renda, no qual 80% da população é responsável por apenas 13% da renda, portanto, os 87% restantes estão nas mãos de 20% da população.
O Coeficiente de Gini é um padrão internacional de medição da concentração de renda, adotado pela ONU. Varia de 0 a 1 (quando mais próximo de zero, melhor é a distribuição de renda).
Como acabar com a desigualdade social
A educação é, sem dúvida, um dos caminhos para diminuir as desigualdades socioeconômicas, já que, normalmente, as pessoas com maior nível de escolaridade têm maior renda e, no caso de desemprego, uma recolocação mais rápida no mercado.
Outro aspecto do acesso à educação de qualidade é a promoção do conhecimento e do acesso à informação, fatores norteadores para que as pessoas possam conhecer seus direitos de cidadãos e lutar por eles.
Por: Pedro Roberto Cardoso