Geografia

Fusos Horários

Até meados do século XIX, havia apenas os horários locais, que atendiam às necessidades de pequenas populações. Com o desenvolvimento do transporte, o aumento de velocidade de locomoção e, consequente “diminuição” das distâncias, foi preciso padronizar o horário mundial em fusos horários.

No ano de 1884, foi realizada a Conferência Internacional de Washington, uma votação com a presença de 41 delegados de 25 países na qual foi estabelecido um meridiano central que deveria ser adotado como referência para o mundo todo.

A partir dessa conferência, o mundo estabeleceu seu meridiano central e um padrão para a divisão dos fusos horários. Essa padronização auxiliou muito nas representações cartográficas produzidas desde então.

Como funcionam?

Para compreender melhor como os fusos horários funcionam, imagine que o planeta Terra é uma tangerina descascada com 24 gomos. Cada um desses gomos representa um fuso horário, sendo as linhas imaginárias limítrofes (Meridianos) as que dividem cada gomo da tangerina.

Em seu movimento de rotação, no período de 24 horas, a Terra desloca-se 360°, girando de oeste para leste em torno de seu eixo. Isso significa que, a cada hora, ela se desloca 15°.

Com base nesse cálculo, dividiu-se a superfície do planeta em 24 fusos horários, cada um equivalendo a 15° da circunferência terrestre e tendo sua hora definida, por convenção, em relação ao horário do fuso cortado pelo meridiano de Greenwich (que seria o fuso inicial ou de 0°).

Como o movimento de rotação é de oeste para leste, os fusos localizados a oeste apresentam horário atrasado em relação ao horário de Greenwich — GMT (sigla do inglês Greenwich Mean Time) —, ocorrendo o contrário com os fusos localizados a leste.

Na faixa de 15° no lado oposto a Greenwich, metade do fuso fica no hemisfério orientai e metade no hemisfério ocidental. Nas duas metades, o horário é o mesmo, mas elas são divididas pela Linha Internacional de Data (LID), cuja passagem implica mudança de dia.

Assim, quando um viajante atravessa essa linha, não precisa acertar os ponteiros do relógio, mas deve alterar o mostra-dor de data: ao atravessar a linha de oeste para leste, ele perde um dia; de leste para oeste, ganha um dia.

Em resumo:

  • os vinte e quatro fusos representam as vinte e quatro “horas” padronizadas;
  • cada fuso compreende um intervalo de 15° na esfera terrestre, partindo do meridiano inicial (Greenwich);
  • cada grau equivale a quatro minutos e mede 111,26 km; cada fuso abrange 1668,9 km (na Linha do Equador);
  • dentro dos 15° padronizados, todas as regiões obedecem à mesma hora, pois estão no mesmo fuso.
  • o dia universal – dia solar médio, começa à meia-noite em Greenwich, sendo contado no formato de 0 a 24 horas;
  • aumento das horas no sentido leste e diminuição no sentido oeste;
  • a linha antípoda, ou antimeridiano, localizada de maneira muito conveniente no Oceano Pacífico; estabelece a Linha Internacional de Datas.

Mapa dos fusos horários mundiais

Mapa mundi com os fusos horários.
Fuso horário mundial. Clique na imagem para aumentar o tamanho.

Apesar de os meridianos dos fusos horários serem linhas precisas, ele são alterados por outras razões. Muitas vezes, essas linhas são deslocadas para limites estaduais ou mesmo para fronteiras internacionais, afim de facilitar a vida dos habitantes desses locais e por questões políticas e econômicas.

Na prática, seria inviável que o limite de mudança de horário a cada 15° fosse exato, porque isso significaria países ou regiões pouco extensas com mais de um horário. No Brasil, por exemplo, estados pequenos como Sergipe e Alagoas teriam dois fusos.

Alguns países adotam fusos horários fracionados que fogem ao padrão estabelecido e cuja diferença é menor do que uma hora em relação aos fusos horários vizinhos. É o caso, por exemplo, de países como o Afeganistão, o Irã e a Índia, que adotam um horário com meia hora ou 45 minutos de diferença do fuso horário adotado em suas regiões vizinhas.

Como calcular os fusos horários

Cada um dos 24 gomos imaginários (zonas) em que se divide a circunferência terrestre, correspondendo às 24 horas do dia. Os fusos situam-se entre pares de meridianos afastados 15º entre si (o que representa uma hora).

A hora de um local é determinada por sua distância (longitude) do meridiano de Greenwich, ou meridiano de origem, cuja longitude é . A hora de todo o mundo é contada a partir dessa linha imaginária que atravessa Greenwich, perto de Londres (Inglaterra). Nas regiões do hemisfério Ocidental, a hora varia de 0 a -12 em relação ao horário de Greenwich. No hemisfério Oriental, oscila entre 0 e +12.

Dentro de cada faixa, por convenção internacional, a hora é a mesma. Para calcular a hora nas regiões do Oriente (Leste), deve-se somar uma hora a cada 15º de longitude. Para saber que horas são em determinada região do Ocidente (Oeste), diminui-se uma hora a cada 15º de longitude.

O momento em que o Sol, em seu movimento aparente, situa-se no ponto mais alto do céu indica que é meio-dia e que o astro está exatamente sobre o meridiano desse lugar. A primeira parte do dia, compreendida entre 0 e 12 horas, representa as horas antes do meridiano (AM). As 12 seguintes, as horas pós-meridiano (PM).

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