Fauvismo ou Fovismo foi o primeiro movimento de vanguarda da arte moderna do século XX, entre os anos de 1905 e 1907, no período em que estavam acontecendo mudanças tecnológicas e sociais.
Os artistas desse movimento tiveram influência direta de Cézanne, Gauguin, Seurat e Van Gogh. O nome fauvismo surgiu do crítico Louis Vauxcelles, que descreveu a exposição coletiva no Salão de Outono de 1905 como feitos por les fauves (animais selvagens). Outros críticos também não aprovaram as obras desses artistas, chamando-os de loucos e referindo-se a suas obras como “universo da feiura”.
Tudo isso porque eles faziam experimentos com cores, que eram vivas, não naturalistas, brilhantes, aplicadas com pinceladas curtas e vigorosas. Utilizaram as cores para expressar sentimentos e não mais em seu papel descritivo tradicional, além de utilizar uma perspectiva aplainada, detalhes simplificados e de distorcer completamente o espaço pictórico, abrindo as portas para novos movimentos artísticos, como o Cubismo.
Sofreram também influência da arte tribal africana, pois alguns fauvistas colecionavam máscaras e estatuetas vindas daquele continente.
O Fauvismo foi perdendo força e se esvaziando à medida que seus criadores e adeptos amadureceram e migraram para outras tendências. Mas a dedicação aos seus questionamentos estéticos abriu caminho para a abstração e para outros movimentos de vanguarda na arte europeia.
A principal característica da pintura fauvista foi o tratamento arrojado da cor, geralmente aplicada pura e sem mistura sobre a tela.
Artistas do Fauvismo
Os artistas fauvistas eram um grupo pequeno de amigos do qual faziam parte Henri Matisse, André Derain, Maurice Vlaminck, Raoul Dufy, entre outros. Apesar do curto tempo de existência do movimento, foi crucial para os que surgiram posteriormente. Matisse, ao refletir sobre a importância desse movimento, afirmou: “O Fauvismo não é tudo, mas é a base de tudo.”
Henri Matisse (1869-1954)
Matisse nasceu em Cateau-Cambrésis, França. Em 1904. Trabalhou com o pintor Signac em Saint-Tropez, período em que pintou sua obra-prima, Luxo, calma e volúpia. Fez vários experimentos com cores complementares, com o uso das cores planas e com a luz. Buscou sempre o equilíbrio entre cor e forma.
Em 1941, foi diagnosticado com um câncer que o deixou preso a uma cadeira de rodas pelo resto da vida. Nessa época, ele se reinventou com seus trabalhos de découpage (aplicação de recortes de papel), método que já havia utilizado na obra A dança, de 1933, sua obra mais conhecida.
Essa obra teve como tema central dançarinas que ocupam toda a tela com movimentos expressivos e formas simplificadas, limitou-se a usar apenas três cores: azul para o céu, laranja-rosado para as dançarinas e verde para a colina.
Até o fim da vida, trabalhou intensamente esculpindo em papéis. Foi o artista mais conhecido do fauvismo.
André Derain (1880-1954)
Em 1898, Derain conheceu Matisse na Academia Carrière. Depois, conheceu Maurice Vlaminck, com o qual formou parceria na pintura. Pouco depois, em 1905, surgiu o Fauvismo. “As cores, para nós, chegam a parecer cartuchos de dinamite”, afirmou Derain. Pintava pontos e riscos flamejantes de cores primárias, e suas pinceladas eram vigorosas, eliminando as linhas e a distinção entre luz e sombra.
Durante as duas primeiras décadas do século XX, manteve-se fiel ao Fauvismo e fez suas primeiras tentativas no Cubismo. Depois, resolveu buscar inspiração nas obras clássicas. A partir de então, acabou perdendo a espontaneidade gestual das pinceladas. Suas obras tornaram-se sombrias, clássicas, sem o dinamismo das cores.
Maurice de Vlaminck (1876-1958)
Vlaminck foi praticamente autodidata, foi fortemente influenciado pelas obras de Van Gogh. Juntamente com Derain, passou a espremer os tubos de tinta diretamente sobre a tela, espalhando-as com espátula. Vlaminck foi importante na revitalização da xilogravura. Foi fiel ao estilo fauvista até 1908, quando suas cores tornaram-se muito escuras.
Raoul Dufy (1877-1953)
Dufy, chamado de “o pintor das cores alegres”, foi sem dúvida um grande colorista. Seus quadros mostram concertos, corridas de cavalos, festas em jardim, regatas e cenas de praia, todos feitos com muito charme e fluidez. Utilizava cores intensas, sem o compromisso com a cor real do objeto, mas com o olhar que tinha sobre ele. Outros importantes fauvistas foram Georges Rouault, Albert Marquet, Kees van Dongen.
Por: Wilson Teixeira Moutinho