Ao telescópio, as galáxias parecem uma mancha difusa e, por isso, elas foram durante muito tempo confundidas com nuvens de gás e pó, as chamadas nebulosas. Mas uma análise mais detalhada mostrou o que eram essas frágeis manchas luminosas: conjuntos de milhões de estrelas.
As galáxias são enormes agrupamentos de estrelas, gás e pó. Nem todas são iguais; diferenciam-se umas das outras pela forma, pelo tamanho ou pelo número e tipo de estrelas que contêm. Existem galáxias, como a Via Láctea, formadas por centenas de bilhões de estrelas. Outras, contudo, são menores.
Quando observadas com um telescópio mediano, as galáxias parecem uma mancha indistinta. Os telescópios mais potentes, entre eles o telescópio espacial Hubble, mostram imagens mais detalhadas que dão forma e beleza às galáxias.
Tipos de galáxias
De acordo com a forma, as galáxias são classificadas em elípticas, espirais e irregulares.
- A galáxia espiral é semelhante a um disco e tem uma saliência central ou bojo. Sua forma lembra um cata-vento ou um redemoinho, com braços espirais brilhantes que se curvam fora da saliência central. As estrelas jovens ficam nos braços. As mais antigas situam-se principalmente no bojo ou em um halo esférico que envolve o disco galáctico. Há nuvens escuras de poeira e gás por todo o disco. Este material dará origem a novas estrelas, no futuro. A Via Láctea e Andrômeda são galáxias espirais.
- Algumas galáxias são denominadas espirais barradas por apresentarem saliência central ou núcleo comprido, em forma de barra. Quando esse núcleo gira, surgem braços nas pontas. São exemplos NGC 1300, M81, NGC 1530, entre outras.
- As galáxias elípticas são as maiores e mais velhas galáxias do universo. Elas apresentam formatos ora esféricos, ora achatados. A luz de uma galáxia elíptica é mais brilhante no centro e torna-se gradualmente mais fraca em direção ao exterior. Ao contrário de outros tipos de galáxia, em que a poeira reflete a luz azul das estrelas jovens, nas elípticas a luz vem de velhas estrelas gigantes vermelhas e, por isso, parece amarelada. As maiores e as menores galáxias conhecidas são elípticas. Todas as galáxias giram, mas as elípticas giram mais lentamente e apresentam menos poeira e gás que as espirais. A M87 é um exemplo de galáxia elíptica.
- Há também galáxias irregulares, com formato indefinido, como a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães; a NGC 55, na constelação de Escultor; e a M82, em Ursa Maior. A maioria das estrelas dessas galáxias é jovem e brilha muito.
- Por último, estão as galáxias anãs esferoidais, pequenas e com pouca luz.
Agrupamentos de galáxias
As galáxias agrupam-se e formam estruturas ainda maiores, os chamados aglomerados galácticos. Nos aglomerados de galáxias, observa-se que as galáxias elípticas costumam se dispor mais para ao centro, enquanto as espirais e irregulares tendem a se distribuir mais próximo das bordas.
Os aglomerados de galáxias, por sua vez, podem se agrupar em superaglomerados. A Via Láctea, a galáxia na qual se encontra o Sistema Solar, pertence a um aglomerado denominado Grupo Local, que faz parte do superaglomerado de Virgem.
Entre uns e outros aglomerados de galáxias, existem imensas regiões vazias do espaço, praticamente sem galáxias. Podem estar preenchidas pelo que os físicos denominam “matéria escura“, cujo maior desafio é descobrir sua natureza e composição, uma vez que não é formada por elétrons e prótons. A organização do Universo em grande escala remete à espuma produzida com água e sabão: possui grandes bolhas “vazias”, com pouca matéria.
Galáxias Ativas
É conhecida com o nome de galáxias ativas uma série de objetos celestes que emitem grande quantidade de energia. Alguns exemplos de galáxias ativas são os quasares e as radiogaláxias.
Os quasares são galáxias que emitem grande quantidade de energia em forma de luz, radiação ultravioleta, ondas de raio etc. Esses objetos são os mais distantes do Universo conhecido até agora; alguns quasares estão a uma distância de vários bilhões de anos-luz da Terra
As radiogaláxias são galáxias que emitem uma grande quantidade de radiação em forma de ondas de raio. Estão muito mais próximas da Terra que os quasares.
Colisões de galáxias
As colisões galácticas são um fenômeno relativamente comum no Universo. Nelas, as galáxias em colisão misturam-se formando, após algum tempo, uma galáxia única. Isso ocorre graças à força gravitacional.
Esses processos devem ser produzidos em vários lugares. Por exemplo, o telescópio espacial Hubble detectou um núcleo duplo na galáxia Andrômeda, a aproximadamente dois milhões de anos-luz da Via Láctea.
Esse núcleo duplo indica que, em algum instante, a galáxia absorveu alguma outra vizinha.
Acredita-se atualmente que a Via Láctea esteja absorvendo material procedente das Nuvens de Magalhães através de uma corrente de gás chamada corrente magelânica.
Por: Paulo Magno da Costa Torres