A Via Láctea é uma galáxia única, mas apenas por ser a que habitamos. De forma espiral, abriga em um dos braços a única região do espaço pela qual a humanidade navegou: O Sistema Solar.
Nossa galáxia
A Via Láctea é uma galáxia espiral de cerca de 200 bilhões de estrelas. Se as estrelas tiverem uma massa média como a do Sol, a massa total da galáxia será de 4 . 1040kg. As estrelas da Via Láctea se movem ao redor do centro.
O Sol, por exemplo, move-se a uma velocidade de cerca de 220 km/s, o que significa que ele leva cerca de 225 milhões de anos para dar uma volta completa pelo centro galáctico. Além disso, a Via Láctea se move em relação às demais galáxias do Universo, a centenas de quilômetros por segundo.
O caminho de Santiago
Nas noites de céu limpo, em lugares distantes das cidades, onde não exista contaminação luminosa, é possível ver no céu uma grande mancha de cor cinza-esbranquiçado. É a Via Láctea. O nome é uma referência à aparência de mancha leitosa quando ela é observada a olho nu. Em algumas regiões, essa mancha leitosa recebe o nome de Caminho de Santiago.
O nome se deve ao fato de a Via Láctea servir de guia aos peregrinos que viajavam no passado a Santiago de Compostela, capital da Galícia, na Espanha. Era como um caminho de estrelas que eles deviam seguir para chegar a Compostela. O nome Compostela deriva indubitavelmente do latim Campus Stelae, ou seja, “campo de estrelas”. Parece que a astronomia e a peregrinação caminharam unidas no passado.
Os braços espirais
A estrutura espiral é algo relativamente fácil de ver em outras galáxias. Na nossa, contudo, é complicado, já que não é possível dispor de uma visão do exterior.
Os dados que revelam a estrutura espiral da Via Láctea são aqueles proporcionados pela radioastronomia. Dessa forma, sabe-se que nossa galáxia tem quatro grandes braços que partem do núcleo galáctico e se abrem para as regiões exteriores.
Nos braços espirais, que têm uma tênue cor azul, ocorre a formação de estrelas, já que são regiões ricas em gases e pó. No núcleo galáctico, pelo contrário, não há praticamente gás nem pó e, por isso, é difícil que haja formação de estrelas.
O centro galáctico
O centro da Via Láctea é uma região que se mostra muito difícil de estudar por causa do pó interestelar presente nos braços da galáxia, que obscurece a visão. Entretanto, foram detectados alguns sinais que mostram a presença de algum objeto muito maciço no núcleo, que poderia ser um buraco negro.
Tal hipótese foi favorecida pela descoberta, graças ao telescópio espacial Hubble, de indícios de buracos negros nos núcleos de outras galáxias parecidas com a nossa.
Por: Paulo Magno da Costa Torres