Mário de Andrade está na época da Primeira Fase do Modernismo ( Século XX, até 1930), sendo uns dos Autores da Primeira Fase do Modernismo Brasileiro.
Nasceu em São Paulo em 1893, e aí morreu em 1945. Formou-se no Conservatório Dramático Musical, onde foi professor de História da Música. Foi o mentor intelectual da “Semana” e líder incontestável dos jovens da época. Participou das revistas Klaxon e Estética. Foi um apaixonado da literatura, casando-se com a música, folclore e artes plásticas.
Obras
Influenciado pela Primeira Guerra Mundial, escreve Há uma Gota de Sangue em Cada Poema em 1917. Em 1922, lança o famoso livro de poesias, marco inicial do Modernismo brasileiro: Paulicéia Desvairada. É aí que Mário de Andrade diz ter fundado o desvairismo naquele seu “Prefácio Interessantíssimo”, onde esboça os rumos da arte moderna. “Donde infiro que o belo artístico será tanto mais artístico, tanto mais subjetivo, quanto mais se afastar do belo natural”.
Publicou, em 1925, A Escrava que não é Isaura (ensaio), onde retoma os mesmos princípios do livro anterior, expondo didaticamente as receitas de técnicas poéticas para a arte moderna. Losango Caqui (poesia), de 1926, reúne “sensações, ideias, alucinações, brincadeiras, liricamente anotadas”.
Em 1927, aparece Clã do Jabuti (poesia), repleto de folclore nacional, mitos indígenas, africanos e sertanejos. É uma volta ao primitivismo brasileiro.
O primeiro romance aparece em 1927: Amar, Verbo Intransitivo, Filisberto Sousa Costa, um burguês bem situado na vida econômica, contrata os serviços de uma governanta alemã, Fraulein, para dar iniciação sexual ao filho Carlos, primogênito da família.
Em 1928, aparece Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, rapsódia. O livro é um acervo de lendas, superstições e crendices de todo o Brasil. Macunaíma é o herói que encarna antropologicamente o homem latino-americano.
Esse “herói” sem nenhum caráter nasce na selva amazônica, vem a São Paulo em busca do talismã que o gigante Venceslau Pietro Pietra havia furtado, e acaba virando estrela da Constelação da Ursa Maior. Livro de caráter épico, lírico e cômico, Macunaíma é o modo de ser brasileiro: luxurioso, ávido, preguiçoso e sonhador.
Em 1930 aparece Remate de Males, obra poética, onde Mário se afasta um pouco do desvairismo inicial. Nos contos de Belazarte, de 1934, o autor presta sua contribuição à análise psicológica e social das relações familiares.
Em Lira Paulistana (poesia), publicado em 1946, Mário faz uma integração poética da cidade de São Paulo com seu destino:
Água do meu Tietê,
Onde me queres levar?
– Rio que entras pela terra
E que me afastas do mar…
O gênio de Mário de Andrade não ficou só nas artes. Como homem dinâmico que foi, organizou e dirigiu o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo. Constroem-se parques e bibliotecas infantis; criam-se a biblioteca pública, a biblioteca circulante e a biblioteca ambulante.
Edifica-se a Biblioteca Municipal (hoje Biblioteca Mário de Andrade). Mário redige o ante-projeto para a criação do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, restaura o Forte de Bertioga, funda a Sociedade de Etnologia e Folclore, organiza o Congresso de Língua Nacional Cantada e o coral Paulistano. Tudo isso em apenas três anos, enquanto dirigiu o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Incompatível com a ditadura de Vargas, pede demissão.
Por: Paulo Magno da Costa Torres