Pteridófitas, gimnospermas e angiospermas apresentam um sistema de vasos que transporta por toda a planta a seiva bruta (água e sais minerais absorvidos do solo) e a seiva elaborada (substâncias orgânicas produzidas nas folhas).
1. Transporte de seiva bruta
Ao absorver sais do solo por transporte ativo, a raiz fica hipertônica e a água entra nas células por osmose. Essa entrada de água com os sais gera a pressão de raiz, que empurra a seiva para cima pelos vasos lenhosos. Mas, em árvores altas, essa pressão não é forte o suficiente para levar água até o topo. Além disso, muitos vegetais não desenvolvem uma pressão de raiz significativa. Hoje sabemos que o fator mais importante nessa subida é a transpiração que ocorre nas folhas.
Para que a planta realize uma boa fotossíntese, os estômatos das folhas devem abrir-se, o que leva a uma perda de água por transpiração. Com isso, as células das folhas ficam mais concentradas e, por osmose, absorvem água (e sais minerais) dos vasos lenhosos próximos. Essa absorção de água cria uma tensão constante na coluna liquida, que puxa a água para cima. Como a água é uma substância polar, as pontes de hidrogênio entre as moléculas mantêm a coesão entre elas, fazendo com que a coluna líquida forme uma rede tridimensional contínua e não se arrebente. A absorção de água do solo pelas raízes repõe a quantidade perdida na transpiração e garante a continuidade desse processo.
Essa teoria recebeu o nome de teoria da transpiração-tensão-coesão ou teoria de Dixon (formulada pelo cientista Henry Dixon).
2. Transporte de seiva elaborada
A matéria orgânica produzida nas folhas (fonte produtora) deve ser distribuída para as partes da planta que não fazem fotossíntese (fonte consumidora: raiz, caule, flores e frutos). O transporte da seiva elaborada é realizado pelo floema.
Nas células das folhas forma-se a sacarose, que se difunde pelas células do parênquima clorofiliano até o floema. Neste ela é absorvida por transporte ativo pelas células-companheiras dos vasos liberianos e passa para o interior da célula do vaso. Com a chegada da sacarose, a pressão osmótica da célula do vaso aumenta e ela absorve água do xilema vizinho.
A entrada de sacarose e de água no vaso da folha aumenta o volume de seiva dentro do vaso e a pressão da água. Observe que se trata da pressão de um líquido em um vaso, ou seja, de uma pressão hidrostática, e não de uma pressão osmótica.
Na outra extremidade do floema, onde está o órgão consumidor (um fruto ou uma raiz, por exemplo), o fluxo se faz no sentido contrário: as células-companheiras bombeiam a sacarose do vaso liberiano para as células do órgão consumidor. Com a saída da sacarose, a pressão osmótica da célula do vaso diminui e ela perde água para o órgão consumidor. Em consequência, a pressão hidrostática nessa região diminui. Assim, a seiva move-se da região onde a pressão hidrostática é mais alta para onde é menor.
Essa teoria para o movimento da seiva elaborada é conhecida como teoria do fluxo de pressão.
Os vasos liberianos estão situados mais próximos à superfície do caule, na parte interna da casca. Se fizermos um corte em anel na casca (processo conhecido como cintamento), o floema e a parte abaixo do corte deixam de receber seiva elaborada, o que provocará a morte de suas células (e da planta) por falta de nutrientes. Realizada pelo biólogo italiano Marcelo Malpighi, em meados do século XVII, essa experiência demonstra o papel do floema no transporte de seiva orgânica. Em homenagem ao cientista, a experiência foi chamada de anel de Malpighi.
Por: Renan Bardine