Evolução

Darwinismo – Evolução de Charles Darwin

A noção de que os seres vivos do passado eram diferentes dos atuais e que eles mudaram com o tempo ocorreu a muitos naturalistas dos séculos XVIII e XIX. Muitos deles trabalharam no sentido de elaborar uma teoria coerente para explicar a evolução que veio definitivamente com o darwinismo.

Darwin acumulou uma quantidade tão grande de evidências que tornou inevitável a aceitação da teoria evolucionista. Além disso, sua obra é completamente original ao desenvolver novos conceitos, como os de adaptação, luta pela vida e divergência de caracteres.

Charles Darwin

Aos 22 anos, Charles Darwin (1809-1882) foi convidado a participar, como naturalista, de uma expedição realizada pela Marinha inglesa, dando a volta ao redor do mundo. Ao percorrer parte da América do Sul, Darwin encontrou vários fósseis de animais. Posteriormente, a expedição passou algumas semanas no arquipélago de Galápagos, a aproximadamente mil quilômetros do Equador

Um dos aspectos que chamaram a atenção de Darwin nas ilhas Galápagos foram pássaros conhecidos como tentilhões. Darwin notou as variações na forma e no tamanho do bico e as relacionou à adaptação aos diversos tipos de alimentos consumidos pelas diferentes espécies.

Suas observações estão no livro A origem das espécies no qual propõe sua teoria da evolução por seleção natural.

A teoria da evolução de Darwin

O darwinismo está fundamentado nas seguintes concepções:

  1. há variação das características na população (variações individuais);
  2. os organismos têm capacidade potencial de produzir descendentes;
  3. as características biológicas são herdáveis de uma geração para outra;
  4. há descendência com modificação e ancestralidade comum.

Assim, são centrais no pensamento darwiniano as noções de variabilidade, ou seja, os indivíduos de uma mesma espécie não são idênticos, existindo diferenças de características entre eles (altura, peso, forma dos membros, força etc.), e de seleção natural, segundo a qual nem todos os indivíduos de uma espécie apresentam características que propiciam a sua sobrevivência ao meio em que vivem.

Retrato de Charles Darwin
Charles Robert Darwin (1809-1882).

O ambiente selecionaria os indivíduos mais aptos, ou seja, aqueles portadores de características favoráveis à sobrevivência e à reprodução. Isso resultaria em adaptação, entendida como resultado da ação da seleção natural, que agiu sobre a variabilidade da espécie.

É importante notar que a expressão “sobrevivência do mais apto”, embora atribuída a Darwin, foi cunhada por Herbert Spencer (1820-1903), filósofo inglês ligado ao liberalismo clássico. Darwin usou essa expressão por sugestão de Wallace, em sua obra A variação de animais e plantas domesticados, de 1868, e também a partir da 5ª edição de A origem das espécies.

Exemplo da teoria

Podemos citar o exemplo das orelhas longas do coelho, que segundo o darwinismo, são produtos da seleção natural:

Em uma população de coelhos ancestrais, existia uma variação no tamanho das orelhas, de curtas a longas.

Os coelhos de orelhas longas, provavelmente, apresentavam uma percepção auditiva mais desenvolvida, percebendo mais rapidamente a presença de seus predadores, do que aqueles de orelhas curtas, que eram atacados mais frequentemente.

Os coelhos de orelhas longas tornaram-se mais frequentes na população, reproduzindo-se mais do que os coelhos de orelhas curtas.

Assim como a natureza gera uma pressão seletiva favorável a indivíduos mais aptos ao meio, o ser humano também utiliza a seleção artificial de variedades de plantas e de animais com melhores características econômicas: variedades mais produtivas, resistentes à seca, às pragas etc.

Lamarckismo X Darwinismo

Apesar de Lamarck e Darwin apresentarem explicações diferentes para as mudanças das espécies, é possível observar semelhanças entre suas concepções. Ambos aceitam como fatores fundamentais para a evolução o ambiente e a adaptação das espécies ao meio.

No entanto, para Lamarck, o ambiente impõe as necessidades e o organismo se esforça para se adaptar a elas; para Darwin, o ambiente seleciona os indivíduos mais aptos ao meio.

Referências

BUICAN, D. Darwin e o Darwinismo.Tradução: Lucy Magalhães. Jorge Zahar Editor. Coleção Cultura Contemporânea. Rio de Janeiro.
DARWIN, C. A Origem das Espécies. Tradução: Eduardo Fonseca. HEMUS – Livraria Editora Ltda. São Paulo.

Por: Paulo Ricardo da Silva, Rafael Régis Zamboni e Ana Flávia Marques

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