O processo de clonagem animal, a partir de células somáticas, é um método científico artificial de reprodução que o homem realiza para produzir organismos que atendam aos seus interesses. Um clone pode ser definido como uma cópia genética de outro organismo, pois apresenta o mesmo patrimônio genético do organismo clonado.
Na natureza, grande parte dos seres vivos se reproduz por meio de células germinativas (sexuais), os gametas óvulo (feminino) e espermatozoide (masculino). Todavia, há processos naturais de reprodução que formam verdadeiros clones, como a reprodução de vírus, bactérias e vários organismos unicelulares.
Uma das vantagens do processo de clonagem reprodutiva de espécies selvagens, apesar de toda a sua polêmica, é o repovoamento de espécies animais ameaçadas de extinção. No Brasil, há muitas espécies ameaçadas de extinção, como a ararinha azul, e a clonagem reprodutiva poderia repovoar áreas em que o animal desapareceu.
Clonagem da ovelha Dolly
A primeira experiência bem-sucedida com clonagem de animais ocorreu no ano de 1996, na Escócia, no Instituto de Embriologia Roslin. Os cientistas escoceses clonaram uma ovelha, batizada de Dolly, a partir de uma célula somática de outra ovelha adulta. Após a clonagem da ovelha Dolly, várias outras experiências de clonagem envolvendo animais foram realizadas, como, por exemplo com bois, cavalos, ratos e porcos.
Para realizar a experiência de clonagem da ovelha Dolly, inicialmente os cientistas retiraram o núcleo de uma célula somática da glândula mamária de uma ovelha adulta, com aproximadamente seis anos. Posteriormente, o núcleo dessa célula foi introduzido em um óvulo de outra ovelha adulta, de onde havia sido previamente retirado o núcleo.
Dessa forma, os cientistas criaram artificialmente um zigoto, porém sem a capacidade de se dividir. Por meio de choques elétricos, o zigoto foi estimulado e os cromossomos passaram a agir novamente, desenvolvendo, dessa maneira, um novo embrião.
Esse embrião foi implantado no útero de uma terceira ovelha e, após o período de gestação, nasceu a ovelha Dolly, no dia 5 de julho de 1996. Dolly é geneticamente igual à ovelha que forneceu o núcleo da célula da glândula mamária. Entretanto, o DNA mitocondrial de Dolly é igual ao DNA mitocondrial da ovelha que forneceu o óvulo, pois as mitocôndrias se encontram espalhadas pelo citoplasma.
A ovelha Dolly, inicialmente, apresentou desenvolvimento de uma ovelha normal e teve dois filhotes, também normais. Entretanto, no ano de 2002, os cientistas anunciaram que Dolly apresentava sinais de envelhecimento precoce, como artrite degenerativa, pois seus telômeros eram mais curtos. Os telômeros são extremidades dos cromossomos relacionadas ao processo de divisão celular e, para alguns cientistas, com o tempo, os telômeros desaparecem. Assim, a célula perde a capacidade de se dividir e morre.
Na figura acima nota-se que a ovelha clonada é geneticamente igual à ovelha A, que doou o núcleo contendo as características hereditárias.
Por: Renan Bardine