DSTs é a sigla de Doenças Sexualmente Transmissíveis. São de origem infecciosa e provocadas por bactérias, vírus, fungos, protozoários e artrópodes. Sua principal via de contágio são as relações sexuais entre uma pessoa doente e outra saudável.
Algumas dessas enfermidades podem ser curadas com tratamentos com antibióticos, sob prescrição e controle médico.
As DST são muito frequentes e o número de pessoas afetadas por elas está aumentando – entre outras razões, por causa da maior liberdade nas relações sexuais, da promiscuidade e da utilização de modo indiscriminado de antibióticos, o que tem favorecido a seleção de microrganismos mais resistentes.
As medidas mais aconselhadas para evitar as DST são: boa higiene pessoal, uso de preservativos, eliminação de práticas de risco e visita ao médico se houver qualquer suspeita de tê-las contraído.
As 10 principais doenças sexualmente transmissíveis
1. Clamídia
É a DST de maior incidência mundial. Provoca corrimento às vezes acompanhado de pus, tanto no homem como na mulher, e ardor ao urinar; porém, pode também ser assintomática. Quando não tratada, a clamídia pode levar à esterilidade.
Essa doença é facilmente curada com antibióticos, pois a bactéria causadora – Chlamydia trachomatis – é destruída durante o tratamento. O uso do preservativo apresenta grande eficácia na prevenção da doença.
2. Sífilis
Infecção causada por um espiroqueta (germe em espiral) conhecido como Treponema pallidum. Esse germe geralmente penetra no corpo por meio de uma laceração da pele ou de uma mucosa. Em seguida, pode atacar qualquer espécie de tecido.
Em suas primeiras fases, a sífilis é altamente contagiosa. Os germes podem provocar a formação de uma ferida no local em que penetraram. Depois invadem os nódulos linfáticos ou produzem lesões na boca ou na pele. Na última fase, podem atacar o cérebro, a medula espinhal, os vasos sanguíneos e as válvulas do coração.
A doença pode causar loucura, paralisia, cegueira, doenças do coração. A mulher grávida pode transmitir a sífilis ao feto (sífilis congênita). Quando detectada no início, a sífilis tem cura.
3. Gonorréia
Afeta as mucosas, especialmente a dos órgãos sexuais e a dos olhos. É causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae (gonococo).
Seus sintomas são uma irritação do órgão afetado e um corrimento de pus. Podem surgir de três dias a três semanas depois da infecção.
A doença é altamente contagiosa e pode estender-se pela mucosa. Muitas vezes, acarreta cegueira, principalmente em bebês. A mãe infectada não transmite a gonorreia ao feto, mas o bebê pode contaminar-se com o germe durante o parto. Geralmente, pode ser curada com o uso de antibióticos específicos.
4. Condiloma (HPV)
Também conhecido como verruga genital ou crista de galo, é uma das doenças que mais têm se propagado. Provocada pelo papilomavírus humano (HPV), causa lesões microscópicas que chegam a atingir 0,5 cm, podendo causar câncer no colo do útero.
A transmissão se dá por contato sexual direto ou através de objetos, vasos sanitários, toalhas ou sabonetes compartilhados.
O tratamento mais eficaz é com laser, mas, devido ao alto custo, os médicos recomendam a cauterização das verrugas com produtos químicos ou com gelo. Mas cuidado: esses tratamentos só devem ser realizados pelo médico!
O grande problema é que, apesar de as verrugas desaparecerem, o vírus continua no organismo de forma inativa e a qualquer momento as lesões podem reaparecer.
Você deve se prevenir usando camisinha e evitando o uso coletivo de toalhas e roupas íntimas. Hoje também já existem vacinas para prevenir a infecção por HPV, que previne principalmente os tipos mais presentes nos casos de câncer de colo do útero.
5. Herpes Genital
O herpes simples é causado pelo Herpesvirus hominis. Esse vírus é classificado em dois tipos: tipo 1, que afeta as regiões extragenitais, principalmente a região da boca e mucosa oral; tipo 2, que se localiza nos genitais e é transmitido sexualmente.
Após o período de incubação, que vai de dois a 12 dias, surgem nos genitais ardor e prurido seguido do aparecimento de pequenas vesículas (bolhas) agrupadas sobre uma base avermelhada. Logo após, as vesículas se rompem e formam feridas superficiais. Essas feridas regridem após oito ou 10 dias.
Essa infecção não produz imunidade e, em certas condições, o herpes pode ser estimulado, estabelecendo novo ciclo da doença.
6. Candidíase
A candidíase, também chamada de monilíase e “sapinho”, é provocada pelo fungo Candida albicans. Em geral, o homem comporta-se como portador.
Nas mulheres, ocorre inflamação pruriginosa da vulva e da vagina. Há ainda um corrimento fétido de cor esbranquiçada. Nas regiões atingidas, pode-se observar uma área avermelhada com superfície esbranquiçada. Nos homens, ocorre ardor ao urinar, coceira e assaduras, porém a maioria não apresenta sintomas.
Nem sempre a contaminação por esse fungo depende da prática sexual, pois ele pode proliferar através de secreções da boca e pele, principalmente em pessoas com baixa resistência imunológica.
7. Tricomoníase
Essa doença é causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis. Nos homens, cerca de 60% dos casos permanecem assintomáticos. Na mulher, ocorre vaginite, surgindo corrimento vaginal amarelado, espumoso e pruriginoso.
8. Pediculose
Essa doença é causada pela infestação do piolho Phthirus pubis (chato), que se localiza nas regiões genitais, podendo também se alojar em outras regiões, como as axilas e o couro cabeludo, provocando prurido intenso.
9. Hepatite
Essa doença é transmitida por transfusões de sangue. Nos últimos anos, porém, foram comprovados vários casos de transmissão por via sexual.
Tanto a hepatite A como a B podem ser transmitidas por via anal ou pelo beijo, pois o vírus é encontrado nas fezes e na saliva. A hepatite B, contudo, é transmitida com mais frequência por via sexual, pois o vírus se encontra no sêmen, no sangue e nas secreções vaginais. As hepatites C e D também podem ser transmitidas via sexo sem proteção, apesar de serem casos mais raros.
Os sintomas da hepatite podem ser confundidos com os de uma gripe: dores no corpo, dores de cabeça e febre. Por isso, só um exame de sangue pode confirmar o diagnóstico.
Não existe remédio eficaz para o vírus; porém, se for tratada a tempo, geralmente o doente é curado. Essa doença pode levar à insuficiência hepática e ao câncer no fígado; por isso, mais uma vez, cuidado: use sempre preservativo.
10. Aids
É a sigla da designação inglesa Acquired Immunodeficiency Syndrome, traduzida para o português por Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids).
A infecção ocorre por contato sexual, pela transfusão de sangue contaminado ou pelo uso comum de agulhas e seringas.
O vírus da Aids, o HIV, espalha-se pelo sangue e vai se concentrar nas secreções do corpo, principalmente no esperma e nos líquidos vaginais. O vírus já foi encontrado em secreções como a saliva e a lágrima, no leite materno, e também nas fezes e na urina. Mas foi somente por meio do leite materno que se constatou a transmissão.
- Aprenda mais: Aids
Prevenção das DSTs
As doenças sexualmente transmissíveis são transmitidas por meio da relação sexual, seja de homem com mulher, homem com homem ou mulher com mulher. Em geral, a pessoa infectada transmite a DST para seus parceiros, principalmente quando acontece penetração.
Por isso, quando o assunto é prevenir-se de DSTs, usar camisinha é fundamental. Mas alguns cuidados básicos de higiene também devem ser considerados.
Para os homens – Lave cuidadosamente o pênis, puxando o prepúcio (dobra de pele) para trás para retirar o esmegma – substância esbranquiçada que provoca mau cheiro.
Para as mulheres – O esmegma pode se acumular na vulva; por isso, lave e seque bem essa região.
Banheiros públicos – Cuidado ao utilizar banheiros coletivos. Certifique-se de que as louças sanitárias estejam limpas e utilize somente toalhas descartáveis.
Não tenha vergonha – Converse com seu parceiro ao observar qualquer sintoma diferente no seu corpo. Não tenha medo ou vergonha de discutir, de maneira objetiva, um assunto íntimo. Procure sempre ajuda médica.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
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