A aids é causada por um vírus conhecido por HIV (Human Immunodeficiency Virus) ou Vírus da Imunodeficiência Humana, que pode ser encontrado em diversas substâncias líquidas produzidas pelo corpo do doente. Algumas delas são: o sangue, o sêmen, as secreções vaginais e o leite produzido pela mãe que amamenta o filho.
Já foi encontrado também, em pequenas quantidades, na saliva e na lágrima, mas, pelas características destas substâncias, elas pouco significam em termos de contágio.
A principal característica dessa doença é afetar o sistema imunitário do organismo e, com isso, a pessoa se torna incapaz de se defender de uma série de doenças que facilmente seriam combatidas. São as doenças chamadas oportunistas, como a pneumonia, a tuberculose, a toxoplasmose, os tumores e outras, que historicamente vinham sendo tratadas e curadas, mas que, nos pacientes com aids, devido a uma falha no seu sistema imunitário, poderão levá-los à morte.
A transmissão do HIV ocorre em situações específicas, quando esses líquidos entram em contato com a circulação sanguínea de uma pessoa através de lesões na pele ou nas mucosas (tecidos que revestem a boca, o estômago, o intestino e as demais cavidades do corpo).
Sintomas do HIV
O vírus, frequentemente, não manifesta sua presença logo que se instala no organismo. Entre 50 e 70 por cento das pessoas que são infectadas pelo HIV percebem os primeiros sintomas depois de 3 a 6 semanas após a contaminação.
Esses sintomas podem ser: febre, dor de garganta, cansaço, perda de apetite, vômito e diarreia. Normalmente, esses sintomas são confundidos com os de outras infecções virais, como, por exemplo, a gripe. Eles permanecem por duas ou três semanas e, gradativamente, vão desaparecendo como em outras viroses. É por isso que nem sempre as pessoas dão a importância adequada aos sintomas.
Após o desaparecimento desse primeiro período agudo de sintomas, muitas pessoas que foram infectadas pelo HIV permanecem aparentemente bem por um longo tempo, em geral até 10 anos ou mais.
Isso ocorre porque as células de defesa destruídas pelo vírus continuam sendo substituídas pelo organismo e, por alguns anos, a quantidade dessas células no sangue pode permanecer em um nível inferior, conseguindo manter, mesmo assim, a taxa de vírus baixa no sangue. Entretanto, em um determinado ponto, é provável que a disputa entre as células de defesa e o HIV comece a se desequilibrar em favor do vírus; é aí que os sintomas relacionados com a aids começarão novamente.
Quando a taxa das células de defesa no sangue cair para menos de um certo ponto, começa a surgir uma variedade de infecções oportunistas, causadas por bactérias, fungos, protozoários, outros vírus e até determinados tipos de câncer. São chamadas de “doenças oportunistas” e acabam levando o indivíduo à morte.
Formas de transmissão
Situações em que o vírus HIV pode ser transmitido de uma pessoa para outra:
Transfusões de sangue: há situações em que as pessoas necessitam receber sangue ou então algum derivado dele, como o plasma, por exemplo. Nesse caso, deve-se verificar se o material não está contaminado, exigindo-se o comprovante do teste.
O doador de sangue não corre o risco de contrair a aids; esse risco quem corre é o receptor, caso o sangue esteja contaminado.
Relações sexuais: uma pessoa pode adquirir o vírus da aids por meio de relações sexuais com parceiros contaminados. Como o vírus está presente no sêmen e nas secreções vaginais, estando um dos parceiros contaminado, o outro correrá o risco de contaminar-se também. Daí a importância de se usarem preservativos (camisinhas) em situações que envolvam relacionamentos sexuais. Essa é a forma mais eficiente de evitar contato com esperma ou com secreções vaginais contaminadas pelo vírus.
Objetos cortantes contaminados: lâminas de barbear, alicates de unhas, tesouras, instrumentos de corte usados por médicos e dentistas, agulhas usadas em tatuagens ou em acupuntura são objetos de risco, que podem ficar contaminados com o vírus. Por isso, todos esses objetos devem ser limpos e esterilizados com produtos químicos (álcool, éter, água sanitária etc.) ou em estufas, submetidos a temperaturas acima de 60 ºC por mais de trinta minutos, ou serem descartáveis.
Seringas ou agulhas contaminadas: essa é uma forma de contaminação que pode acontecer nas injeções de medicamentos na veia ou no uso de drogas injetáveis, quando uma mesma seringa é usada por mais de uma pessoa. Após o uso, restam gotículas de sangue na seringa; se este sangue estiver contaminado, será suficiente para infectar quem fizer uso dela.
Gravidez: as gestantes contaminadas podem passar o vírus para o feto através da placenta. A transmissão pode ocorrer também durante o parto ou no período de amamentação, embora o risco, neste caso, seja bem menor.
Fora do corpo, o HIV tem uma vida muito curta e é considerado impossível que uma pessoa infectada contamine um ambiente ou uma superfície com o vírus e este sobreviva para contaminar alguém sadio, pelo simples contato.
Assim, a convivência familiar ou social com os portadores do vírus HIV não acarreta riscos de contaminação. Da mesma forma, abraços, apertos de mão, espirros, beijos sociais, uso comum de piscinas, copos, talheres, toalhas e outros objetos caseiros não resultam em infecção.
Não há cura para a aids, por enquanto, mas há tratamento. Atualmente, alguns medicamentos utilizados no tratamento têm dado excelentes resultados, melhorando a qualidade e prolongando a vida do doente. Ainda não se conseguiu, também, desenvolver uma vacina eficaz contra essa virose, pois o vírus sofre mutações rápidas, podendo surgir novas variedades contra as quais a vacina não teria efeito.
Como detectar o vírus
Muitas doenças só são diagnosticadas com exatidão por meio de exames e testes específicos.
No caso da aids, também é necessário que se faça um teste, que é realizado através da análise, em laboratório, de uma pequena quantidade de sangue. É esse teste que dirá se a pessoa entrou ou não em contato com o vírus HIV.
Estando em contato com o vírus, o organismo irá produzir anticorpos na tentativa de combatê-lo, mas, em geral, há uma demora de três meses para se produzirem anticorpos em número suficiente para ser detectado pelo teste. Por isso, para que o teste seja confiável, a pessoa deverá realizá-lo no mínimo três meses após o possível contágio.
Um diagnóstico definitivo só é dado após realizarem-se pelo menos dois testes e, se um deles der positivo, deve ser feito o terceiro para a confirmação.
Caso o teste dê positivo, isso não quer dizer que a pessoa já esteja com aids, pois, como já vimos, o vírus pode ficar inativo, isto é, sem se manifestar em média de 8 a 10 anos. E, também, não é certo que todos os soropositivos irão desenvolver a doença. Portanto, muitas pessoas que aparentam boa saúde podem ter o vírus e transmiti-lo sem saber.
Por: Wilson Teixeira Moutinho