A segunda grande bacia fluvial brasileira é a Platina, também chamada de Bacia do Prata ou do sistema Paraná-Paraguai-Uruguai.
A Bacia Platina banha, além dos 1.415.245 km2 (ou pouco mais de 16% do território brasileiro), terras do Paraguai, da Argentina e do Uruguai.
A Região Sul do Brasil caracteriza-se pela existência de uma densa rede de drenagem constituída por importantes bacias hidrográficas:
- a do Paraná e a do Uruguai que, ao unirem suas águas no baixo curso, dão origem ao rio da Prata;
- as pequenas e médias bacias hidrográficas na vertente litorânea – as bacias de sudeste (Atlântico Sul).
Nessa região predominam rios de planalto, com elevados gradientes, o que lhes confere alto potencial energético – característica que, por outro lado, permite apenas uma precária utilização hidroviária, sendo a navegação restrita a pequenos trechos dos rios.
A navegação fluvial da Bacia Platina se faz com maior facilidade em rios como o Paraguai – típico de planície – que possui satisfatório nível de água durante todo o ano.
Todavia, um importante eixo hidroviário vem sendo implantado com o sistema Tietê-Paraná, com uma área de influência de aproximadamente 70 milhões de hectares, abrangendo cinco estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.
O rio Paraná nasce na fronteira entre os estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. É formado pela confluência ou junção de dois rios muito importantes: Paranaíba e Grande.
O Paraná e seus principais afluentes são rios de planalto, com muitas cachoeiras ou quedas-d’água. São rios pouco navegáveis, mas com grande capacidade geradora de eletricidade.
A cachoeira do Marimbondo (no Rio Grande), os saltos de Itu, de Avanhandava e de Itapura (no Rio Tietê), o salto Grande (no Rio Paranapanema) e a foz do Iguaçu são as principais quedas dessa bacia fluvial.
As maiores usinas hidrelétricas do Rio Paraná são a binacional de Itaipu e o complexo de Urubupungá (Jupiá e Ilha Solteira).
O rio Paraná é a fronteira natural que separa o Estado de Mato Grosso do Sul dos estados de São Paulo e Paraná. Esse grande rio brasileiro é também a fronteira que separa o Brasil do Paraguai, no trecho onde se encontram localizadas a Ponte da Amizade e a usina binacional de Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo.
A importância da Bacia Platina
Olhando o mapa, percebemos que a Bacia do Paraná banha a Região Sudeste, que apresenta a maior concentração industrial e urbana brasileira. Esse é um forte motivo para o grande aproveitamento da bacia na geração de energia. Cerca de 70% de toda a potência instalada no Brasil concentra-se na Bacia do Paraná.
O investimento em hidrelétrica impulsiona o desenvolvimento das regiões, pois o fornecimento de eletricidade proporciona a instalação de indústrias, beneficiando as cidades e o campo. Além disso, a construção de eclusas nos desníveis dos leitos dos rios possibilita a navegação fluvial, escoando com menor custo a produção local, regional ou nacional.
Um bom exemplo dessa vantagem é a hidrovia Tietê-Paraná – a hidrovia da integração entre os países do Mercosul. Seu papel é de grande importância, pois facilita o escoamento da produção entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, especialmente agrícola e mineral.
Por outro lado, a instalação de hidrelétricas e hidrovias implica na construção de gigantescos lagos que inundam florestas e até cidades inteiras. Naturalmente, as pessoas são transferidas para outro lugar onde constroem novas casas, deixando para trás suas raízes, seu chão, toda a relação afetiva construída na história de suas vidas.
Isso sem falar dos animais, da vegetação – a fauna e a flora sofrem o impacto ambiental da inundação -, além das alterações que esses lagos imensos podem provocar nos climas locais – os microclimas.
Por: Renan Bardine
Veja também:
- Hidrografia Brasileira
- Ecossistemas Brasileiros
- Bacia Amazônica
- Bacia Tocantins-Araguaia
- Bacia do Rio São Francisco