As massas de ar provocam grande interferência na circulação atmosférica do Brasil, são as responsáveis por marcar algumas características climáticas, bem como pelas mudanças bruscas no tempo em todo o país.
As massas de ar no Brasil são predominantemente quentes. Três delas são quentes e úmidas na sua origem (equatorial continental, equatorial atlântica e tropical atlântica), uma é quente e seca (tropical continental) e outra, fria e úmida (polar atlântica). Essas massas atuam de acordo com a variação das estações climáticas. No verão, ocorre uma expansão das massas quentes, que recuam no inverno com a penetração da massa polar.
A atuação das massas de ar
O comportamento médio da atmosfera brasileira é consequência dos avanços e recuos dessas 5 massas de ar:
A mEc – Equatorial Continental – é a massa de ar quente e úmido que domina a Região Norte, boa parte do Centro-Oeste e parte do Nordeste. Sua área de origem é a Amazônia, daí sua importância no transporte da umidade produzida pela evapotranspiração local. Esse domínio se dá na maior parte do ano e é menos acentuado durante o inverno austral.
A mEa – Equatorial Atlântica – tem sua origem no Atlântico Norte e possui características quentes e úmidas. Atua na parte setentrional do Brasil, com grande influência no regime de chuvas da região Nordeste.
A mTc – Tropical Continental – é uma massa quente e seca, com origem na Depressão do Chaco, região paraguaia próxima ao Pantanal. Tem bastante influência no Brasil Central e parte do Sudeste, especialmente no inverno.
A mTa – Tropical Atlântica – é outra massa de ar quente e úmido que avança pelo território brasileiro. Ela influencia, de maneira dominante, o comportamento atmosférico da Região Sudeste e da Região Sul. O grande domínio da Tropical Atlântica estende-se de outubro a maio, principalmente nos meses de verão. Mas durante o inverno essa massa é deslocada pelos ventos alísios, atingindo também o Nordeste.
A mPa – Polar Atlântica – chamada também de Polar Antártica, é a massa de ar frio que determina, durante c inverno, o estado de tempo ou comportamento atmosférico na Região Sul. Os avanços da Polar Atlântica provocam ondas de frio na Região Sul, na Região Sudeste e no Centro-Oeste.
Essas ondas de frio são acompanhadas, muitas vezes, por chuvas prolongadas ou garoas, geadas e até por quedas de neve. Até mesmo a Amazônia é atingida por esses avanços da Polar Atlântica durante o inverno austral. É o fenômeno da “friagem“, que ocorre no sul de Amazonas e no norte do Mato Grosso.
Compare os dois mapas das massas de ar. Observe que a mEc, a mEa e a mTc atuam mais no verão, pois têm sua ação atenuada no inverno pela expansão da mTa e da mPa.
Os tipos de ventos
Os ventos alísios – que deslocam as massas de ar Equatorial e Tropical atlânticas – são chamados constantes.
O vento alísio é o movimento constante ou regular de ar úmido dos trópicos para o Equador, em baixas altitudes, provocando chuvas e calmarias ao longo da zona equatorial.
Ao se aproximar do Equador, o ar se aquece, provoca chuvas e perde umidade, eleva-se e retorna seco para os trópicos. É o vento contra-alísio, responsável pela formação de alguns desertos tropicais, como o Saara e o Kalahari, ambos na África.
Além dos ventos constantes, o litoral brasileiro também se beneficia de ventos periódicos como a brisa.
O vento do tipo brisa é o ar que se movimenta nos litorais, em certas horas, entre o continente e o mar. A direção da brisa é, ao anoitecer, da terra para o mar e, ao amanhecer, do mar para a terra. Devido a essa virada na direção do vento, a brisa é também chamada de viração. Esse vento é responsável pelas condições de maritimidade e continentalidade que influenciam os outros elementos do clima: temperatura, pressão, umidade e chuvas.
Vídeo sobre as massas de ar no Brasil:
Por: Renan Bardine
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