A Mata de Araucárias abrange áreas dos planaltos e chapadas da Bacia do Paraná com altitudes que variam entre 700 e 1.200 metros. Esse planalto é uma designação dada à porção sul do Planalto Brasileiro, e que ocorre desde São Paulo até o Rio Grande do Sul.
Possui duas unidades geomorfológicas principais: a Depressão Periférica e o Planalto Arenito-Basáltico. A vegetação predominante nessa região é a floresta aciculifoliada subtropical, chamada também de mata dos Pinhais ou Mata de Araucárias (Araucaria angustifolia), devido ao predomínio da araucária (pinus) sobre as demais espécies vegetais.
Aciculifoliada é o nome que se dá à vegetação formada por árvores cujas folhas são finas (em forma de agulha), típicas dos pinheiros.
Sua ocorrência principal é na Região Sul, na qual prevalece o clima subtropical úmido, embora também se manifeste nas regiões de serras e planaltos mais elevados do Sudeste (Campos do Jordão, Poços de Caldas, Ouro Preto).
Localizada em local possuidor de um clima chuvoso o ano todo, com grandes amplitudes térmicas anuais e forte influência da massa tropical atlântica e polar atlântica, é uma vegetação mais homogênea que as florestas tropicais, existindo, além das araucárias, espécies como a imbuia e a canela.
A hidrografia a é representada pelos rios da Bacia Platina, cujo potencial hidrelétrico é elevado em função das imensas quedas d’água. Destaca-se a Bacia do Paraná (maior potencial hidrelétrico em aproveitamento no país), que abriga grandes usinas como Itaipu (Brasil/Paraguai), Jupiá, Ilha Solteira, Furnas, Porto Primavera (atual Porto Engenheiro Sérgio Motta). O maior aproveitamento se justifica pela proximidade dos grandes centros de consumo do país (Centro-Sul).
Ocupação e degradação ambiental das araucárias
Da mesma maneira que a Mata Atlântica sofreu intensa devastação, a Mata de Araucárias, por ocorrer em uma área de forte desenvolvimento agrícola e industrial, também.
No processo de ocupação do Sul brasileiro, que se caracterizou pelo predomínio de pequenas propriedades camponesas, o pinheiro do Paraná (araucária) foi muito utilizado para a construção de casas e fabricação de móveis, ao mesmo tempo em que cedia lugar gradativamente para as lavouras e criação de gado.
No século XX, a exploração madeireira intensificou-se, especialmente para atender às novas demandas criadas pelo mercado externo.
O Paraná historicamente sempre foi um grande fornecedor de madeira, por isso muitas fábricas ainda se localizam nas cercanias de Curitiba, como em São José dos Pinhais. O resultado foi a devastação quase completa desse bioma, restando, atualmente, menos de 0,5% da cobertura nativa na região.
As indústrias de móveis que antes utilizavam madeira de lei hoje empregam o eucalipto ou compensados de madeira (serragem prensada). Atualmente, as áreas que apresentavam a vegetação nativa possuem uma agropecuária diversificada, onde se destacam a soja, o trigo, o milho e o gado bovino.
Em janeiro de 1999, o governo federal, com o intuito de preservar o que restou da floresta de Araucárias, criou o Parque Nacional das Araucárias e, em maio de 2001, por meio do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), ficou proibida toda forma de exploração e comercialização de espécies nativas desse domínio.
Por: Wilson Teixeira Moutinho