A história da Terra está escrita na pedra. As rochas revelam a origem e evolução da Terra, evidenciando sua estrutura geológica e as idades de sua formação.
A crosta e o manto superior da Terra são constituídos por minerais e rochas de diferentes idades e origens. Os minerais são geralmente sólidos inorgânicos que se formam na natureza e possuem, via de regra, uma composição química definida. As rochas, por sua vez, são uma associação de minerais em equilíbrio físico-químico, formando agregados de um ou vários minerais.
Os minerais podem estar unidos em combinações que originam rochas, ou apresentar-se como formas puras, isolados, como o ouro e o diamante, ou ainda agrupados em pequenas massas. Alguns são extraídos nas minas e pedreiras por serem úteis para a indústria e para a construção, ou simplesmente por terem valor ornamental.
Estrutura geológica das áreas continentais do globo
a) Escudos cristalinos – áreas pré-cambrianas, portanto datadas do arqueozoico e proterozoico, que afloraram desde o início da formação da crosta. São constituídos de terrenos cristalinos muito antigos e consolidados, portanto estáveis quanto à tectônica. Os principais escudos são: Canadense, Sul-Africano, Fino-Escandinavo, Siberiano, Guiano, Brasileiro e Patagônico. As rochas características do Escudo Brasileiro possuem estrutura rígida, tais como: granitos, basaltos, gnaisses, riolitos, etc. Ao redor desses terrenos depositaram-se rochas sedimentares mais novas.
b) Bacias sedimentares – depressões existentes na superfície dos terrenos cristalinos, onde se alojaram os detritos arrancados das regiões circundantes mais elevadas. Trata-se de terrenos formados principalmente ao longo das eras paleozoica e mesozoica – períodos primário e secundário – mais antigos, além da era cenozoica, que abrange os períodos terciário e quaternário, portanto, mais recentes.
A sedimentação de material detrítico se faz em camadas, muitas vezes soterrando extensas áreas de vegetação original, o que dá origem ao carvão mineral. O petróleo – produto da decomposição incompleta de moluscos, crustáceos, plantas marinhas e toda matéria orgânica existente nos mares ou para eles transportada – acha-se comprimido sob o peso das camadas sedimentares.
Neste caso, ele é forçado para baixo, escoando para os espaços intergranulares das rochas – em geral arenitos, areias, argilas e calcários, daí seu nome, que significa “óleo de pedra” – acumulando-se em bolsões que constituem as jazidas. As mais importantes bacias sedimentares brasileiras são: Amazônica, Pantanal, Sanfranciscana, Paranaica e Costeira.
c) Dobramentos modernos – enrugamentos típicos do período terciário da era cenozoica, formados por elevações de grandes massas continentais, a partir dos movimentos orogenéticos ocorridos pela ação da tectônica de placas. Trata-se de terrenos jovens e instáveis geologicamente, com predominância de rochas sedimentares que se moldaram às pressões horizontais da crosta. Esses alçamentos terciários caracterizam a Cordilheira dos Andes, Montanhas Rochosas, Alpes, Cárpatos, Apeninos, Cordilheira do Himalaia, Cáucaso e Cadeia do Atlas.
As Bacias Sedimentares ou Bacias de Sedimentação representam 64% do território brasileiro e os Escudos Cristalinos ou Maciços Antigos, 36%. Não há, no Brasil, Dobramentos Modernos, em virtude de o nosso território estar localizado na parte central da Placa Sul-Americana. Portanto, podemos dizer que a estrutura geológica brasileira é antiga e bem consolidada. Os terrenos jovens constituem as zonas de sedimentação recente, datados do quaternário, constituindo as planícies marginais aos rios e regiões costeiras.
Por: Renan Bardine