Se for considerada a extensão territorial do continente, conclui-se que a hidrografia da África não é muito rica. Ela é constituída por poucos rios e lagos de origem tectônica.
No entanto, muitos deles apresentam grande volume de água e exercem bastante influência na vida dos povos africanos. São, em grande parte, planálticos, com muitas quedas d’água e elevado potencial hidrelétrico.
Nas regiões mais áridas do continente, locais onde a taxa de evaporação é superior à de precipitação, muitos rios, além de apresentarem drenagem intermitente ou temporária, são endorreicos, isto é, não deságuam nos oceanos. Já os lagos são, predominantemente, de origem tectônica e aparecem, sobretudo, nas depressões relativas do maciço centro-oriental da África.
Apesar de muitos rios africanos apresentarem características propícias para a geração de energia hidrelétrica, apenas uma parcela muito pequena de seu potencial é utilizada. A falta de investimentos em infraestrutura hidroenergética compromete o desenvolvimento econômico de muitas nações africanas.
Principais rios africanos
Os principais rios africanos são o Nilo, Níger, Zambeze e Congo.
O Nilo, considerado o rio mais importante da África, nasce em área de clima tropical a maior parte do seu curso atravessa o Saara. Esse rio é constituído pela confluência entre o Nilo Branco – originário dos lagos situados na África central – e o Nilo Azul, que se origina no Planalto da Etiópia.
Ele percorre o Sudão e atravessa o Egito, até desaguar, sob a forma de uma extensa foz em delta com vários canais e ilhas, no mar Mediterrâneo. As inundações ocasionadas pelas chuvas tropicais no alto curso são controladas por barragens como a de Assuã.
O rio Níger nasce em terrenos elevados na fronteira entre Guiné e Serra Leoa. Dali segue em direção nordeste interligando importantes cidades como Bamako, capital do Mali, e Timbuctu, onde realiza uma curva para sudeste, passando por Niamei, capital do Níger; nessa região serve de fronteira entre esse país e Benin. Esse rio deságua no golfo da Guiné, num enorme delta no sul da Nigéria, região que apresenta grande densidade demográfica.
O rio Zambeze tem sua nascente em Zâmbia, próximo da fronteira com Angola. Esse rio demarca a fronteira entre Zâmbia e Zimbábue, atravessando Moçambique até desaguar no oceano Índico. Ao longo do seu curso se encontram muitas quedas d’água, com destaque para as monumentais Cataratas de Vitória.
Por apresentar característica planáltica, é economicamente aproveitado para a geração de energia, por meio de importantes usinas hidrelétricas como Cabora Bassa, em Moçambique, e Kariba, na fronteira da Zâmbia com o Zimbábue.
A nascente do rio Congo fica na República Democrática do Congo, no lago Bangue. O seu regime está intrinsecamente relacionado ao ritmo das chuvas equatoriais; estas, por sua vez, são influenciadas pela evapotranspiração de uma densa vegetação.
Curiosamente, é o único rio que atravessa duas vezes a linha do Equador, além de ter o leito mais profundo do mundo, com 230 metros de profundidade no seu baixo curso. Suas águas interligam duas capitais: Brazzaville, no Congo, e Kinshasa, na República Democrática do Congo. Como percorre terrenos relativamente planos, apresenta extensos trechos navegáveis, favorecendo o fluxo comercial por meio de embarcações de grande porte.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
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