As águas dos oceanos e dos mares ocupam quase três quartos (aproximadamente 71%) da superfície total da Terra. A profundidade média dos oceanos é de 3 795 metros. Com essa enorme extensão e profundidade, a água marinha é a mais abundante do planeta: aproximadamente 97,957% do total da água existente na Terra se encontra nos mares e oceanos, em estado líquido ou na forma de gelo flutuante, banquisas e icebergs.
A água do oceano forma uma camada contínua sobre a Terra. Na verdade, existe apenas um grande oceano que banha todos os continentes, embora se deem nomes distintos às partes desse grande oceano planetário, que são os mares. A água oceânica circula em grandes correntes marítimas, em escala planetária. Parte evapora em alguns lugares do oceano e retoma em outras zonas distintas, na forma de precipitações.
Contudo, apesar da mistura contínua de água, há diferenças locais importantes em relação à composição da água marinha (o conteúdo em sais dissolvidos) e à temperatura, além de outros fatores menos relevantes.
O mar é o maior depósito de água da hidrosfera. Trata-se de um depósito muito dinâmico, já que as águas se encontram em constante movimento. Sejam movimentos superficiais como as ondas, sejam profundos como algumas correntes marítimas, trata-se de uma imensa massa de fluido com um comportamento muito dinâmico, que influi claramente na modelagem do relevo onde entra em contato com as terras emersas.
Os processos marinhos, ou seja, aqueles relacionados com o poder modelador do relevo por parte do mar, são produzidos na costa ou litoral, a zona de contato entre o mar e os continentes. O agente externo responsável pela erosão, pelo transporte e pela sedimentação, nesse caso, é a água marinha em movimento.
Água em constante movimento
A água do mar realiza três tipos de movimentos. As ondas, que sempre são percebidas com maior ou menor intensidade, são ondulações superficiais das águas, causadas normalmente pela ação do vento. As marés são subidas e descidas do nível do mar produzidas com maior ou menor intensidade ao longo do dia, e são mais apreciáveis em localidades costeiras de mares abertos que em mares fechados. Os movimentos mais importantes, contudo, são as correntes marítimas, deslocamentos de grandes massas de água de um ponto a outro do planeta, Existem correntes quentes e correntes frias, dependendo do ponto de origem do movimento e das zonas percorridas pela água.
As ondas
São movimentos ondulatórios da superfície do mar, provocados pelo vento gerado pela energia da radiação solar. Quando uma onda chega às águas superficiais próximas à costa, o movimento da parte inferior da massa de água se detém ao se chocar contra o solo. A água que avança na parte superior se acumula sobre a água da parte inferior; assim, a onda se eleva e produz espuma.
As marés
São elevações e abaixamentos do nível da água do mar, que se alternam aproximadamente a cada seis horas. A elevação é denominada enchente e alcança um máximo ou preamar (maré alta). O abaixamento (refluxo ou vazante) tem um mínimo ou baixa-mar (maré baixa).
As marés são devidas à atração gravitacional da Lua e, em menor medida, do Sol. Se houver alinhamento da Terra, da Lua e do Sol, o efeito será maior e a preamar e a baixa-mar serão mais pronunciadas, ocasionando o que se conhece como marés vivas.
As correntes marítimas
Movimentos de massas de água do mar em um determinado sentido. Podem ser de dois tipos: correntes superficiais, que dependem do empuxo provocado pelos ventos dominantes, e correntes profundas, que são produzidas como consequência das diferenças de temperatura e salinidade. Nos dois casos, a energia solar é a responsável última do movimento da água.
Existem correntes de água que percorrem os mares do planeta, tanto na superfície como nas profundidades; recebem o nome de esteiras de transporte oceânico. Esses movimentos dependem, de um lado, da radiação solar, desigualmente repartida sobre a superfície do oceano e ao longo das estações, e, de outro, da atração gravitacional da Lua e do Sol.
A influência do mar
Determinadas propriedades da água, como o elevado calor específico, têm uma importância vital no clima do planeta. O mar é um notável amortecedor térmico. Esse efeito é percebido não somente no oceano, mas também nas zonas continentais costeiras, que desfrutam de um clima com menos variações diárias de temperatura que as zonas interiores nas mesmas latitudes.
Da mesma forma, as correntes marítimas fazem com que determinadas zonas estejam banhadas por águas quentes, que suavizam as temperaturas, ou por águas frias, que provocam a diminuição da temperatura média. Por exemplo, a costa da Noruega recebe águas quentes da corrente do Golfo; graças a isso, embora muito fria, essa zona é menos fria que a costa do Canadá, a qual, no entanto, está na mesma latitude.
Importância dos oceanos e mares
Os oceanos, com todos os seus braços e extensões (os mares), também funcionam como um rim perfeito, filtrando e purificando poluentes de toda natureza, seja depositando-os no fundo, ou transformando-os em vida quando digeridos por uma das muitas criaturas marinhas existentes. Criaturas de variáveis formas e tamanhos (desde plânctons até baleias) capazes de digerir qualquer coisa, independentemente do sabor e de seu valor nutritivo.
O consumo de dióxido de carbono pelos fitoplânctons durante o processo da fotossíntese é fator fundamental para a compreensão do papel dos oceanos no ciclo global do carbono. O CO2 (dióxido de carbono) é o gás mais abundante entre os gases que contribuem com o efeito estufa, sendo responsável por mais de 50% deste. Aproximadamente 96% de todo CO2 liberado na atmosfera tem origem natural, e os 4% restantes são produzidos pelo homem, a maioria, por queima de combustíveis fósseis e conversão do uso da terra. (desflorestamento e degradação do solo).
Além de garantir condições para o suporte da vida em todo o planeta, os oceanos também são de importância vital aos seres humanos, do ponto de vista biológico, social e econômico. Cerca de 60% de toda população mundial vive na zona costeira, isto é, aproximadamente 3 bilhões de pessoas. As águas costeiras e oceânicas são regiões de alta produtividade primária (fitoplânctons) e, respondem por cerca de 90% das reservas de pescado do mundo. Delas, obtemos o oxigênio que respiramos, sal, água (dessalinização), peles, pérolas, alimentos (cerca de 90 milhões de toneladas de peixes e moluscos todos os anos), etc. Das ondas, correntes e marés, produzimos energia; do seu subsolo, extraímos minerais e óleo; e por fim, os ambientes marinhos nos propiciam fontes de turismo e lazer.
Por: Wilson Teixeira Moutinho