A classificação da população de um lugar é representada graficamente pela pirâmide etária (em função da idade e do sexo, em um ano determinado).
No eixo vertical representam-se as idades agrupadas em intervalos de cinco anos, em ordem crescente. Na base especificam-se os valores da população por sexo: à esquerda os homens e à direita as mulheres.
O perfil que resulta da pirâmide, isto é, o contorno ou linha exterior imaginária que une todos os grupos de idade, indica a tipologia global da população. De acordo com esse perfil, podemos estabelecer três categorias de classificação de pirâmides: jovem, adulta e velha.
A pirâmide jovem caracteriza-se por ter uma base muito ampla. Nessa base, cada um dos três grupos de idade que formam a população de jovens (homens e mulheres com idades entre 0 e 14 anos) pode chegar ou até superar o índice de 5 ou 6% do total da população, alcançando, dessa maneira, até índices gerais próximos a 50% de população jovem. Por outro lado, os grupos de idade da população de adultos e de velhos são reduzidos, formando um perfil côncavo e mais estreito no vértice do triângulo.
Observe ao lado, por exemplo, a pirâmide da Região Norte do Brasil, em 1980.
O crescimento vegetativo é muito alto, o que provoca um inchamento da base. A taxa de mortalidade infantil também é muito elevada e muitos jovens não chegam à idade adulta. Dessa forma, cada grupo da população de adultos tem seus contingentes muito mais reduzidos que os grupos de jovens.
A mortalidade entre os adultos também é considerável e poucos chegam até idades avançadas.
Uma pirâmide adulta tem a amplitude de sua base reduzida. Cada um dos grupos de idade que formam a população de jovens não chega a 5% da população total, portanto, com índices gerais normalmente inferiores a 30%.
Ao contrário da pirâmide jovem, na pirâmide adulta os grupos de adultos e velhos se ampliam: os adultos superam de forma moderada e convexa o que seriam as linhas retas dos lados de um triângulo; e os grupos de velhos formam um perfil côncavo.
Um exemplo dessa pirâmide pode ser observado na composição etária da Região Sudeste do Brasil, ao lado, em 1991.
A taxa de natalidade diminui consideravelmente, acompanhando as quedas das mortalidades, aspectos que se refletem na grande redução da base da pirâmide. Ou seja, o crescimento vegetativo apresenta-se menos expressivo.
A mortalidade infantil é baixa, permitindo à maioria dos jovens chegar à fase adulta. Isso explica por que a amplitude dos contingentes de adultos é parecida com a dos jovens. A redução da mortalidade entre a população adulta também faz com que muitos cheguem a ficar velhos.
O que se chamaria de pirâmide velha tem uma base muito estreita. Cada um dos grupos de idade que formam a população de jovens não supera os 4% do conjunto total de população. Os grupos de idade dos adultos incham e adquirem uma forma convexa muito mais exagerada que na pirâmide adulta. Os contingentes de velhos se ampliam de forma extraordinária, superando notavelmente o perfil do vértice de um triângulo.
Observe:
A taxa de natalidade é muito baixa, não assegurando a substituição dos grupos de idade superior. A mortalidade infantil é quase insignificante, o que explica a forte amplitude do grupo de adultos – praticamente todos os jovens podem chegar à idade adulta.
A considerável redução da mortalidade entre a população adulta permite a uma grande maioria chegar à velhice (a chamada terceira idade); daí a grande amplitude no gráfico desses grupos de maior idade.
Por: Renan Bardine
Veja também:
- Teorias Demográficas
- Neomalthusianismo
- Distribuição da População Brasileira
- Países Desenvolvidos e Subdesenvolvidos