História do Brasil

As Naus e Caravelas

O termo nau nem sempre é aplicado com sentido específico nos documentos da época de que tratamos e boa parte das vezes equivale ao genérico navio. De modo geral, designa o navio de alto bordo, de aparelho redondo, e destinado ao comércio, e não raras vezes é qualificado por um termo adjetivo: nau de comércio, nau mercante, nau de guerra.

A caravela era a principal embarcação usada pelos navegadores portugueses e espanhóis nos séculos XV e XVI. Era bastante rápida e de fácil manobra, capaz de navegar com todo tipo de vento.

Como durante as viagens as caravelas necessitavam de cuidados o tempo todo, estabeleciam-se turnos de quatro horas que deviam ser rigidamente respeitados. Uma das primeiras obrigações matinais era drenar a água acumulada na embarcação à noite. Em seguida, realizavam-se várias tarefas cotidianas, como reparar as cordas, as velas e demais aparelhos; atar os cabos, içar as velas, esfregar o piso e remendar as redes.

Ao meio-dia, os tripulantes interrompiam o serviço para fazer a única refeição quente do dia, servida em uma cuia ou um prato de madeira. Os membros mais importantes da tripulação tinham sua própria despensa e comiam separados dos demais.

A tarde, o ambiente ficava mais descontraído: os marinheiros realizavam atividades lúdicas, como cantar, tocar algum instrumento musical, ouvir histórias e aventuras de marinheiros mais experientes etc. As vezes, também se organizavam campeonatos de pesca, corridas ou pelejas com os animais a bordo.

Os autores antigos dedicam sempre alguns capítulos das suas obras sobre construção naval à questão das madeiras, o que bem se compreende. Portugal era o único país, ao tempo, que usava madeira de sobro e de azinho para o cavername, por ser resistente à água e o sobreiro dar muitas curvas naturais, das usadas nesta construção para certas partes do navio.

 

Autoria: Alex Nogueira Brasil

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