Enquanto Portugal tentava chegar às índias, contornando o litoral africano, um genovês, Cristóvão Colombo, buscava financiamento para chegar às índias contornando a Terra, entretanto, acabou por engano descobrindo a América.
O irmão de Colombo, Bartolomeu, trabalhava como cartógrafo do reino português e, graças a ele, Colombo conviveu com os melhores do mundo nos campos da geografia, cartografia, astronomia e arte náutica.
Em 1485, ele apresentou ao rei D. João II o projeto de atingir as índias via Ocidente. O plano foi recusado, pois Portugal estava firmemente resolvido a chegar às índias via Périplo Africano.
Com a recusa, Colombo ofereceu seus serviços à Inglaterra e à França. Em vão. Restava a Espanha.
Mas a Espanha dessa época, 1486, estava envolvida na reconquista de Granada.
Em 1488, Colombo retornou a Portugal, onde foi recebido pelo rei. Infelizmente, para Colombo, Bartolomeu Dias contornou o sul da África – Cabo da Boa Esperança -, abrindo o caminho para as índias.
Nada mais restava a fazer em Portugal. Colombo retornou à Espanha.
Os projetos de Colombo foram submetidos à análise de uma comissão da Universidade de Salamanca, que acabou por refutar o projeto, baseando-se nas Escrituras e em Santo Agostinho e afirmando que a “Terra é plana e é impossível chegar ao Oriente pelo Ocidente”. Se contestasse essa afirmação, Colombo corria o risco de ser condenado pela Inquisição.
Em 02/01/1492 os reis católicos finalmente retomaram Granada e entraram triunfalmente na cidade. Colombo também compareceu, aproveitando o momento de euforia e acenando com promessas de riquezas e expansão da fé. Colombo finalmente conseguiu apoio ao seu projeto.
Em 03/08/1492, do porto de Paios saíram a nau “Santa Maria”, comandada por Colombo, e as caravelas “Pinta” e “Nina”, comandadas pelos irmãos Pinzon, em direção às índias, navegando rumo ao poente, para demonstrar que o “ponto de chegada seria o mesmo da partida”.
Em 12 de outubro de 1492, Colombo aportou na ilha de Guanaani, que foi batizada de San Salvador, na América Central.
Durante mais de três meses ele percorreu a região, de ilha em ilha.
Entretanto, não havia sinal algum das “riquezas incalculáveis”, dos “telhados de ouro”, das “joias deslumbrantes”, das “cidades jamais sonhadas”, descritas pelo viajante Marco Pólo.
Mesmo assim, diante de habitantes nus, sem palácios, Colombo acreditava ter atingido o reino de Cipango (Japão) e, portanto, as índias. Desse erro geográfico, os nativos americanos acabaram sendo conhecidos como índios.
Voltando à Espanha, mesmo sem riquezas fabulosas e especiarias, Colombo foi muito bem recebido pelos reis e conseguiu um novo financiamento para uma outra viagem em busca dos “telhados de ouro” de que falara Marco Pólo.
Realizou mais duas viagens, sem, entretanto, chegar às índias.
Nesse período, Vasco da Gama atingira as índias, em 1498, e Cabral tomara posse do Brasil, em 1500.
Em 1503, sua protetora, a rainha Isabel, morreu. Três anos mais tarde, sem prestígio e sem honras oficiais, Colombo morreu em Valladolid.
Segundo a historiografia, coube a Américo Vespúcio a constatação de que essas terras formavam um novo continente, que leva o nome América em sua homenagem.
Por: Renan Bardine
Veja também:
- América Pré-colombiana
- Primeiros Povos da América
- Grandes Navegações
- Descobrimento do Brasil
- Colonização da América Espanhola