João Batista Figueiredo foi o último governante militar brasileiro. Em seu mandato a abertura política se intensificou e as manifestações populares conseguiram pressionar o governo para que a redemocratização do país fosse conseguida.
Antecedentes:
Figueiredo foi indicado pelo ex-presidente Ernesto Geisel, onde foi eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral no dia 15 de dezembro de 1978, derrotando com 355 votos o candidato do MDB Euler Bentes Monteiro, que obteve 266 votos. Assim que foi eleito, prometeu ao povo brasileiro a redemocratização do país.
O Governo:
Quando assumiu se deparou com uma delicada situação econômica brasileira. O Brasil já havia passado pelo grande crescimento, denominado “milagre econômico”, entre 1968 a 1973. Cabe dizer que este crescimento foi fruto de grandes empréstimos que sustentavam a economia brasileira. Esta crise causou um grande impacto também na política fazendo com que a população ficasse contra o governo ditatorial.
A crise do petróleo, em 1979, desencadeou uma nova crise, favorecendo o aumento das taxas de juros internacionais e a disparada da inflação ao longo de seis anos. Foi neste momento que a dívida externa do Brasil bateu o teto de 100 bilhões de dólares, obrigando o país a pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Para tentar resolver a situação econômica brasileira foi chamado novamente Delfim Neto para assumir o Ministério da Fazenda. O Ministro lançou o III Plano Nacional do Desenvolvimento, que nada adiantou, pois com a crise mundial e a crise brasileira existia um impedimento de novos empréstimos.
Algumas políticas foram feitas com o intuito de combater a crise. Figueiredo lançou um programa de incentivo a agricultura com o slogan “Plante que o João garante”, que foi capaz de modernizar o sistema agrícola do país e transformar a nação em uma das grandes produtoras e exportadoras agrícolas do mundo.
Com tais medidas Figueiredo conseguiu estabilizar o país em seu ultimo ano de governo, gerando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 7%. Isso se deve ao fato de fazer uma política independente do mercado interno, principalmente em relação ao petróleo, e aumentando as exportações, possibilitando que o Brasil entrasse em equilíbrio.
O Processo de redemocratização:
Em relação à política Figueiredo promoveu algumas medidas importantes. Uma delas foi o fim do bipartidarismo marcado pelo ARENA, partido da situação, e o MDB, partido da oposição. Dessa maneira surgiram vários partidos que passaram a frequentar o cenário político. Outra política adotada foi a Lei de Anistia dos militares e dos perseguidos políticos, garantindo a liberdade dos acusados de praticar tortura e também devolvia os direitos plenos aos exilados.
Neste governo, também, houve uma das maiores movimentações populares da história do Brasil, as Diretas Já. O povo foi para as ruas defender um projeto de Lei do Deputado Dante de Oliveira que determinava as eleições diretas para presidente. Entretanto quando o projeto foi votado no Congresso foi derrotado, mas devido a pressão social exercida causou o fim da Ditadura.
Por: Pedro Augusto Rezende Rodrigues