As fábricas exigiam a concentração de trabalhadores ao seu redor. A principal consequência da Revolução Industrial é que as regiões industriais funcionavam e ainda funcionam como polos de atração de contingentes populacionais que migram para essas regiões em busca de novas alternativas de vida.
Crescia em proporções muito maiores uma classe operária oprimida e um contingente de desempregados. Escritores, como Charles Dickens, denunciaram as misérias sociais e a ganância dos capitalistas.
Os centros urbanos não tinham condições de absorver (e ainda não têm) toda essa mão de obra, que acabou se fixando na periferia das cidades, formando o que sociólogos e economistas chamam de “cinturão da pobreza“.
A sociedade industrial dividiu os homens em burgueses, detentores dos meios de produção – instalações, maquinários, matéria-prima –, e proletariado, que detinha apenas sua força de trabalho. A mediação entre eles se dava e ainda se dá por meio do salário.
As condições de vida e de trabalho eram de extrema exploração. Sem descanso remunerado e sem direito a férias, os trabalhadores passavam de 14 a 16 horas por dia nas fábricas ou nas minas, sem nenhum tipo de proteção ou garantia para seus familiares, em caso de acidente.
O desemprego era uma eterna ameaça para o trabalhador e um caminho para ampliar os lucros da burguesia, em razão do baixo salário pago a ele. Para rebaixar ainda mais os salários, empregavam-se mulheres e crianças que recebiam entre um terço e a metade do salário de um homem. Quanto mais mulheres e crianças no mercado de trabalho, maior era o índice de desempregados entre a população masculina adulta.
A utilização da mão de obra infantil foi uma das formas de exploração do trabalhador, provocando o rebaixamento salarial ou o desemprego da população adulta. Nas minas de carvão, as crianças foram amplamente usadas, pois, em razão de sua estatura, alcançavam locais de difícil acesso.
A cada inovação tecnológica introduzida no sistema industrial, a classe operária via-se obrigada a adaptar-se ao ritmo das máquinas. Muitas vezes, os trabalhadores revoltavam-se contra as máquinas, responsabilizando-as pelo elevado desemprego, uma vez que muitas delas realizavam o trabalho de dez homens.
Aos poucos, os operários começaram a se organizar para defender seus direitos, surgindo sindicatos e pensadores que propuseram novos modelos econômicos e políticos: o socialismo e o anarquismo contra o Iluminismo burguês.
As mudanças introduzidas pela Revolução Industrial transformaram as relações sociais, produtivas e culturais não só na Inglaterra como no mundo todo. Homens, mulheres, crianças e nações tiveram de fazer adaptações a esse novo mundo mecanizado, que produziu grande diversidade cultural e econômica.
Essas mudanças não ocorreram somente nas cidades. O campo também foi obrigado a adaptar-se ao novo mundo, incorporando quantidades maiores de máquinas, implementos e insumos agrícolas, estabelecendo de vez as relações capitalistas de produção no meio rural.
Recomendado para esse trabalho: A questão ambiental na Revolução Industrial.
Por: Wilson Teixeira Moutinho