Durante o Império Romano (ano 70), o povo hebreu foi disperso pelo mundo. Dispersos e sem um Estado hebraico, os judeus foram alvos de animosidade, de restrições aos direitos de cidadania e vítimas de agressões físicas: é o antissemitismo.
Em fins do século XIX, como reação ao antissemitismo, o jornalista Theodore Herzl defendeu a criação de um Estado judeu, na Palestina, com a emigração dos judeus que se encontravam dispersos pelo mundo. Nascia o movimento sionista, em referência ao monte Sion nos arredores de Jerusalém. A crescente organização de Kibutz, comunidades agrárias e coletivistas, gerou conflitos com a população palestina que se encontrava na região.
Durante a Primeira Guerra Mundial, o governo inglês, em troca do auxílio financeiro dos judeus, comprometeu-se a criar um Lar Nacional Judeu na Palestina, conforme comprovado pela Declaração Balfour. Paralelamente, os ingleses prometiam a independência aos árabes, arrastando-os para a guerra contra os turcos otomanos (aliados dos alemães), lembrando que o Império Turco se estendia pelo Oriente Médio.
Em outras palavras, os ingleses contaram com a ajuda de árabes e judeus na luta contra os alemães, prometendo-lhes vantagens em caso de vitória. Porém, a assinatura do Tratado de Lausanne, em 1923, preservou quase todo o território do Império Turco, ficando a Palestina sob comando inglês.
No entreguerras aumentou a emigração de judeus para a Palestina, tendo sido criada a Agência Judaica, sediada na Suíça, que coletava recursos para auxiliar na emigração, na compra de terras e na instalação de novos kibutzim.
Porém, o maior agravante durante o entreguerras foi o crescimento do sentimento nacionalista e antissemita, notadamente com a ascensão do nazismo na Alemanha, desencadeando uma onda de ódio e perseguição aos judeus que se estendeu para vários países do mundo.
A crescente emigração judia para a Palestina foi assegurada pela organização militar do Haganah.
A necessidade de se criar um Estado judaico foi intensificada após a divulgação do holocausto, os crimes cometidos pelos nazistas contra os judeus e a aplicação da “solução final”: o extermínio sistemático em câmaras de gás nos campos de concentração.
Apoiada por EUA e URSS, a ONU aprovou a criação de um Estado árabe e outro judeu, na Palestina, além da criação de uma zona neutra em Jerusalém, pondo fim ao domínio colonialista inglês no Oriente Médio (1947).
A decisão da ONU de criar um Estado palestino e um judeu (Israel) em terras palestinas foi bastante polêmica. Dos 33 membros votantes, 18 votaram a favor, inclusive o Brasil. Assim, a 29 de novembro de 1947 foi aprovada a criação de Israel. O brasileiro Oswaldo Aranha presidiu a seção naquela Assembleia Geral. Na foto acima, Ben Gurion proclama o Estado de Israel.
No dia 14 de maio de 1948, as tropas inglesas retiraram-se da Palestina e, no mesmo dia, foi criado o Estado de Israel.
A criação do estado israelense fez gerar muitos conflitos com os árabes da região, esses episódios estão detalhados no artigo: conflitos árabe-israelenses.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
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