O crescimento econômico dos anos 1920 foi bruscamente interrompido pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, dando início a uma longa crise mundial. Nessa época configurou-se a sociedade de massas e surgiram novas formas de lazer.
As mudanças econômicas
O crescimento desigual dos anos 1920
Depois da Primeira Guerra Mundial, a hegemonia econômica deslocou-se da Europa para os Estados Unidos, e Nova York converteu-se no centro financeiro do mundo.
A readaptação da economia europeia à paz foi longa e difícil, devido à destruição provocada pela guerra, pela inflação e pelo aumento do desemprego. A partir de 1923, houve crescimento da produção, declínio do desemprego e melhora do nível de vida nos países da Europa, embora em escala menor do que nos Estados Unidos.
A crise de 1929 e sua expansão
Quando o período de expansão econômica nos Estados Unidos terminou bruscamente em 1929, a economia norte-americana tinha um grave problema: dependência excessiva dos créditos. As empresas solicitavam crédito para aumentar a produção, enquanto os consumidores o faziam para comprar bens de consumo e para investir na Bolsa. As primeiras quedas da Bolsa provocaram pânico entre os investidores. Em 24 de outubro, na conhecida “Quinta-Feira Negra”, a Bolsa de Nova York entrou em crise.
A queda do valor dos títulos impediu que muitos acionistas recuperassem o dinheiro que tinham, o que provocou uma série de falências bancárias. A crise se estendeu, pois muitas empresas e pequenos proprietários ficaram arruinados.
Os Estados Unidos repatriaram seus investimentos externos e exigiram o pagamento de seus empréstimos. Por isso, a partir de 1931, a crise se estendeu para a Europa e o restante do mundo.
As consequências da crise
O desemprego disparou e a população empobrecia, situação que se prolongou durante grande parte da década de 1930. Os governos se viram obrigados a intervir na economia para diminuir a miséria.0
O plano de recuperação mais importante foi o New Deal (“Novo Acordo”), implantado pelo presidente Franklin Roosevelt. Consistia em uma série de medidas para reforçar a proteção social por parte do governo e fomentar a criação de empregos mediante ajuda à indústria, à agricultura, e às obras públicas.
A nova sociedade
A sociedade de massas
Na primeira metade do século XX consolidou-se a sociedade de massas, caracterizada por:
- Crescente participação da população na política
graças aos meios de comunicação (imprensa, rádio) e à generalização do sufrágio universal. - Melhoria do padrão de vida, que resultou no aparecimento da sociedade de consumo, Houve também melhora na alimentação da maioria da população; em algumas residências, as pessoas começaram a desfrutar instalações antes reservadas à classe alta, como elevador, calefação, sanitários, luz elétrica e linhas telefônicas.
- Surgimento de um novo conceito de lazer, favorecido pela redução da jornada de trabalho. Expandiram-se novos entretenimentos, como o cinema e os esportes de massa.
Uma das mudanças sociais mais significativas foi o início da emancipação feminina: em muitos países, concedeu-se direito de voto às mulheres, que passaram a conquistar cada vez mais espaço no mundo do trabalho. Ao mesmo tempo, houve liberalização dos costumes femininos.
Uma época de utopias e radicalismo
Ao final da Primeira Guerra Mundial, a democracia parecia ter triunfado na Europa. Ao longo do período entre esse conflito e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o povo de vários países desencantou-se com a democracia.
Houve uma polarização das posições políticas: grande parte do operariado optou pela revolução, enquanto outra parte da sociedade, principalmente as classes médias, defendeu governos fortes, ultranacionalistas e anticomunistas. Em alguns países essa divisão provocou conflitos. Foi o caso da Espanha, onde, depois da guerra civil (1936-1939), instaurou-se a ditadura do general Francisco Franco.
Por: Roberto Braga Garcia