A invasão da Polônia pela Alemanha em 1939 desencadeou a Segunda Guerra Mundial, que opôs os Aliados e os países do Eixo no conflito mais destrutivo já visto pela humanidade.
Causas da Segunda Guerra
Desde a chegada de Adolf Hitler ao poder, a política exterior alemã caracterizou-se pela agressividade e pelo expansionismo. Os países democráticos ocidentais responderam com uma política de apaziguamento, interpretada por Hitler como debilidade. Foi por isso que considerou ter liberdade para continuar se expandindo à custa de seus vizinhos.
Um dos objetivos mais sigilosos da política externa nazista era a invasão da Polônia. Para alcançá-lo, Hitler chegou a um acordo de não-agressão com Stálin, o Pacto Germânico-Soviético, em agosto de 1939. Nesse pacto, por meio de um protocolo secreto, ambos os países concordavam com a partilha da Polônia.
Em 1º de setembro de 1939, tropas alemãs invadiram a Polônia com a desculpa de ter soberania sobre o Estado livre de Danzig (antiga cidade alemã que estava em poder dos poloneses). Hitler pensou que as democracias europeias se limitariam a emitir um protesto formal. Todavia, por causa das alianças internacionais da Polônia, o Reino Unido e a França declararam guerra à Alemanha, dando início à Segunda Guerra Mundial. Assim, formaram-se dois grupos: um integrado pelos países do Eixo – Alemanha, Itália e Japão -, e outro formado pelos países aliados – Reino Unido, França e Polônia.
Posteriormente, novos países se incorporaram a um ou a outro grupo. Por causa do protocolo secreto do Pacto Germânico-Soviético, a invasão alemã da Polônia foi auxiliada pela União Soviética. O país ficou dividido.
A ofensiva alemã (1940-1942)
A frente ocidental
Durante os meses que se seguiram à invasão da Polônia, os Aliados esperaram que a Alemanha, diante da ameaça de guerra, viesse a negociar. Entretanto, em abril de 1940 as tropas alemãs lançaram uma potente ofensiva, invadindo a Noruega e a Dinamarca, dois países neutros, e, em maio, avançaram sobre a França pela Bélgica e pelos Países Baixos.
A estratégia alemã consistiu em atacar um ponto das defesas franco-britânicas com o uso em massa de carros blindados e aviões (guerra-relâmpago). Em junho, a França se rendeu, e seu território ficou dividido entre uma parte ocupada (norte) e o regime colaboracionista na cidade de Vichy (sul), submetido à Alemanha.
O Reino Unido era o único rival da Alemanha. Por isso, Adolf Hitler iniciou uma ofensiva aérea de bombardeios sobre cidades e fábricas que precederia a invasão da Inglaterra.
A ofensiva foi suspensa pela resistência da aviação britânica e por sua superioridade naval.
Aproveitando a situação na Europa, a Itália atacou o império colonial britânico no norte da África. Após as sucessivas derrotas sofridas pela Itália, a Alemanha viu-se obrigada a intervir em seu socorro; contudo, o Reino Unido conseguiu manter suas possessões no Egito. Hitler voltou-se, então, para os Bálcãs (onde também os italianos tinham se dado mal), que em pouco tempo ficaram subordinados à Alemanha.
A frente oriental
Em junho de 1941, Hitler rompeu seu pacto com a União Soviética e a atacou.
No princípio, a ofensiva alemã foi brilhante, o exército nazista conseguiu se situar a apenas 40 quilômetros de Moscou.
Entretanto, a resistência dos soviéticos em Leningrado (atual São Petersburgo) e a impossibilidade de tomar Moscou marcaram o estancamento nazista. A chegada do inverno obrigou os alemães a interromper o avanço até a primavera, o que permitiu a reorganização da URSS.
A nova ordem
Depois dessas ofensivas, quase toda a Europa ficou submetida ao domínio alemão. Nos territórios ocupados, o governo nazista implantou uma política de exploração econômica e de repressão político-racial. Campos de concentração e de extermínio foram criados para tirar proveito do trabalho escravo e assassinar milhões de prisioneiros judeus, ciganos, opositores políticos, doentes mentais e físicos, e homossexuais.
A reação aliada (1942-1945)
Em 7 de dezembro de 1941, os japoneses, aliados da Alemanha, atacaram a base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí. No dia seguinte, os Estados Unidos entraram na guerra ao lado dos Aliados. O ano de 1942 mudou o desenvolvimento da Segunda Guerra Mundial:
- No Pacífico, a ofensiva japonesa foi freada na batalha de Midway pelos norte-americanos, que começaram a atacar as principais ilhas do Pacífico fortificadas pelo Japão.
- A batalha de El-Alamein resultou na derrota da Alemanha no norte da África, de onde os Aliados começaram a invasão da Itália em 1943.
- Na frente oriental, a derrota alemã em Stalingrado (atual Volgogrado) em janeiro de 1943 fez deslanchar o avanço soviético.
No início de 1943, os Aliados avançaram continuamente em todas as frentes. Em 1944, o exército soviético iniciou a penetração no território alemão e as forças dos Aliados abriram uma terceira frente europeia na França (sob domínio nazista), após o desembarque nas praias da Normandia. Nos primeiros meses de 1945 conjugaram-se a grande ofensiva soviética e as ofensivas inglesas e norte-americanas, que provocaram o suicídio de Hitler e a rendição da Alemanha em 8 de maio.
Em agosto, os Estados Unidos decidiram lançar bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, provocando a morte de mais de 200 mil pessoas, quase todas civis. O Japão se rendeu em setembro de 1945. Chegava ao fim a Segunda Guerra Mundial.
Consequências da Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial foi possivelmente o conflito mais cruel de toda a história da humanidade. Nele morreram mais de 55 milhões de pessoas, metade delas civis.
Os países que sofreram as maiores perdas em termos de população foram a União Soviética (URSS), com mais de 20 milhões de mortos, e a Polônia, com mais de 6 milhões.
As consequências econômicas para as partes conflitantes variaram muito: para os países derrotados e os do Leste europeu foi um desastre, já que tiveram sua infraestrutura (ferrovias, pontes, portos) e seu aparato industrial destruídos, suas cidades arruinadas e seus campos devastados. As perdas foram menores na França e no Reino Unido, embora suas economias tenham sido desarticuladas pela guerra.
De outro lado, outros países aliados, como os Estados Unidos, a Austrália e o Canadá, foram economicamente beneficiados pelo conflito. Os EUA e a URSS passaram a ser as duas únicas grandes potências econômicas e militares do mundo, deixando para trás a Alemanha, a França e a Inglaterra.
As mudanças territoriais
- A URSS incorporou o leste da Polônia, os países bálticos (Estônia, Lituânia e Letônia) e parte da Finlândia e da Romênia.
- A Polônia arrebatou da Alemanha a Pomerânia, a Silésia e a Prússia Oriental.
- Os Estados balcânicos se unificaram na Iugoslávia, que obteve a ístria, desanexada da Itália.
- A Alemanha, além das perdas referidas, foi dividida em quatro zonas de ocupação, administradas pela França, pela Grã-Bretanha, pelos Estados Unidos e pela União Soviética. As três primeiras partes se unificaram em 1949 e formaram um país: a República Federal Alemã. Na zona soviética, foi criado outro país: a República Democrática Alemã.
- O Japão perdeu suas colônias no Pacífico e na China, sendo por algum tempo ocupado pelos Estados Unidos.
- Os países que haviam sido libertados pelo exército soviético (Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Romênia e Hungria) ficaram na “órbita” da URSS e engrossaram o bloco comunista.
Veja também:
- As Causas da Segunda Guerra Mundial
- Conferências da Segunda Guerra
- O Brasil na Segunda Guerra Mundial
- Primeira Guerra Mundial
- Período Entreguerras
- Guerra Fria