Ao término da Primeira Guerra Mundial, organizou-se na Índia o Partido do Congresso Nacional Indiano, de formação burguesa e nacionalista, destacando-se Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru.
O Partido do Congresso defendia um amplo programa de reformas a serem adotadas a partir da conquista da independência indiana em relação ao domínio inglês: uma confederação democrática, igualdade política (independentemente da condição social ou religiosa) e reformas socioeconômicas.
Gandhi adotou como tática a resistência pacífica ou a não cooperação de forma não violenta: era a desobediência civil, a recusa em cooperar com os dominadores ingleses.
Os ingleses souberam explorar as rivalidades internas na Índia, um país dividido entre hindus (maioria) e muçulmanos. Estes últimos, liderados por Mohammed Ali Jinnah, defendiam a divisão do subcontinente indiano em um Estado indiano e outro muçulmano. Isso acarretou o retardamento do processo emancipacionista e sérios conflitos internos, embora a defesa fosse importante para os islâmicos.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, o Partido do Congresso e a Liga Muçulmana uniram-se contra o colonialismo, resultando em negociações com o governo inglês. Attlee, primeiro-ministro britânico, admitiu a independência da Índia sob a condição da divisão em dois Estados: a República do Paquistão (Oriental e Ocidental), muçulmana, e a República da União Indiana, hindu, o que ocorreu em 1947.
Embora divididos em duas nações, hindu e muçulmana, as fronteiras entre elas foram motivo de tensões, conflitos étnico-religiosos, forçando a migração de milhões de hindus, muçulmanos e sikhs (comunidade religiosa monoteísta que rejeita o sistema hindu de castas, no Punjab, na região noroeste da Índia), outro grupo significativo que não foi contemplado com um Estado.
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Observe, no mapa acima, que as divisões religiosas entre hindus e muçulmanos interferiram no processo de descolonização da Índia britânica e acabaram por definir os limites geográficos dos países emancipados.
Conflitos fronteiriços manifestaram-se também na disputa pela Caxemira (Índia e Paquistão), pelos enclaves coloniais portugueses (Goa, Damão e Diu) e franceses (Yanon, Pondichérry e Karikal), resultando, em 1962, na efetiva incorporação desses territórios pela Índia.
Em 1948, o Ceilão, atual Sri Lanka, tornou-se independente em negociações com a Grã-Bretanha, integrando-se à Commonwealth.
Após conflitos armados, o Paquistão Oriental, em 1971, tornou-se independente do Paquistão Ocidental e passou a denominar-se Bangladesh, contando com o apoio da Índia.
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As disputas entre hindus e islâmicos no norte do subcontinente indiano culminaram com a independência do Paquistão. O Paquistão ocidental manteve esse nome e o oriental passou a se chamar Bangladesh. Isso não impediu a disputa por territórios e a eliminação de minorias de ambos os lados.
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Os conflitos entre Índia e Paquistão pelo controle do território da Caxemira, no norte, provocaram a morte de milhares de pessoas, havendo até mesmo a participação da ONU, em uma tentativa de evitar novos massacres. Ainda hoje, há rivalidade entre os dois países no que se refere a territórios da Caxemira.
Por: Wilson Teixeira Moutinho