Em Portugal, a passagem para o sistema mercantilista foi impulsionada pela Revolução de Avis (1383-1385).
Logo após a morte do rei dom Fernando (1345-1383), deu-se início ao conflito entre a nobreza decadente e a emergente burguesia antifeudal, cujo objetivo era impedir a anexação de Portugal ao Reino de Castela, já que a rainha dona Beatriz (pertencente à dinastia de Borgonha), casada com um monarca castelhano, permitiria que seu filho reinasse os dois Estados com interesses divergentes: para Castela, a Reconquista continuava a ser o objetivo imediato; para Portugal, interessava a expansão do comércio.
A Revolução de Avis terminou em 1385, com a vitória dos portugueses sobre os castelhanos, sendo proclamado como rei dom João I (1357-1433), iniciador da dinastia de Avis. Os reis dessa família estavam estreitamente ligados à burguesia.
A aliança prosperou porque ambas desejavam iniciar uma expansão marítima que assegurasse a Portugal o controle de pontos comerciais lucrativos.
Para a burguesia, a expansão traria maiores lucros, e para a Coroa, mais impostos. Isso proporcionou a Portugal a primeira monarquia centralizada da Europa, e os recursos necessários para a ascensão do absolutismo.
Dessa união resultou a grande expansão marítima portuguesa, iniciada com a Tomada de Ceuta, em 1415, e que perdurou por mais de um século, levando Portugal ao seu apogeu.
Por: Paulo Magno da Costa Torres
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