Células-tronco são células com baixo grau de diferenciação celular, dotadas de duas importantes propriedades que as distinguem das demais células:
- Autorreplicação: são capazes de se proliferar ilimitadamente, originando cópias idênticas a si mesmas.
- Potencial de diferenciação: são capazes de especializar, originando células diferenciadas que compõem tecidos de diversas estruturas do organismo (ossos, nervos, músculos, fígado, rim, cartilagens, sangue, gametas, entre outras).
Para se proliferar e diferenciar, as células-tronco precisam ser estimuladas por sinais específicos do ambiente e/ou de outras células.
Pesquisas sobre essas células avançam no sentido de buscar soluções para o tratamento de diversas doenças, como diabetes, câncer, mal de Parkinson e de Alzheimer, além de complicações decorrentes de enfarte do miocárdio, lesões na medula espinhal, entre outras.
Quanto à origem, as células-tronco podem ser embrionárias e de tecidos adultos.
Células-tronco embrionárias
No início do desenvolvimento embrionário, as células são totipotentes, ou seja, podem dar origem a qualquer tecido do indivíduo. Na formação do blastocisto, surgem dois grupos de células: o trofoblasto, que forma a placenta e membranas (ou anexos) embrionárias, e o embrioblasto (pluripotente), que dá origem ao embrião.
Após essa fase, as células do trofoblasto não participam mais da formação dos tecidos do indivíduo. As células internas do blastocisto, capazes de proliferar indefinidamente (in vitro) como células-tronco embrionárias, são empregadas na medicina regenerativa.
Células-tronco de tecidos adultos
São encontradas em diversos tecidos maduros e estão associadas com processos de regeneração, isto é, reposição de células novas devido à perda de células por tais tecidos. Medula óssea, sangue, cordão umbilical, placenta, fígado e tecidos epiteliais são fontes de células-tronco adultas.
Quanto ao potencial de diferenciação, essas células ainda podem ser classificadas em três grupos:
- Totipotentes — apresentam elevado potencial de diferenciação, sendo capazes de originar todas as células e todos os tecidos do corpo, incluindo os embrionários e extraembrionários (placenta e anexos embrionários).
Exemplos de células-tronco totipotentes são o zigoto e as células derivadas das primeiras divisões do embrião (3 a 4 dias após a fecundação), quando este ainda se apresenta no estágio de mórula (16 a 32 células).
- Pluripotentes — apresentam potencial de diferenciação inferior ao das totipotentes, pois são capazes de originar as células dos tecidos embrionários primitivos ectoderma, mesoderma e endoderma (os quais vão dar origem aos tecidos adultos do organismo), porém não são capazes de se diferenciar em células de tecidos extraembrionários, como a placenta, por exemplo.
Células-tronco pluripotentes podem ser extraídas do embrioblasto (massa celular interna), encontrado em embriões humanos no estágio de blastocisto.
- Multipotentes — apresentam potencial de diferenciação limitado e geram as células dos tecidos dos quais são originadas. Assim, estão diretamente associadas ao processo de manutenção dos tecidos, repondo células senescentes que são perdidas.
Exemplos de multipotentes são as células mesenquimais, as células da medula óssea, as células-tronco neurais e as células do sangue de cordão umbilical.
Por: Wilson Teixeira Moutinho