O diálogo é a base das relações sociais. Dialogar é trocar informações com outra pessoa. Falando e escutando, é possível apresentar-se, compartilhar conhecimentos e experiências, comparar opiniões.
Características e formas de comunicação oral
A comunicação oral desenvolve-se por meio do diálogo, que é caracterizado pela presença e intervenção de vários interlocutores, pelo uso de códigos e registros linguísticos muito variados e pela inclusão de diferentes tipos de discurso.
Na língua oral, o diálogo desenvolve-se mediante pausas que marcam a alternância da palavra entre os interlocutores.
Podem-se distinguir dois tipos de comunicação oral: a espontânea e a planejada.
Formas de comunicação oral
- A comunicação oral espontânea ou conversação não necessita de um planejamento prévio: nem os temas nem a estrutura são fixados. Esse tipo de comunicação desenvolve-se sempre na forma de diálogo entre dois ou mais interlocutores.
- A comunicação oral planejada prende-se a um plano no qual são fixados previamente o tema, a estrutura e as pautas que regerão a comunicação. Conforme a natureza desse tipo de comunicação, ela pode ser dividida em dois tipos: bilateral e unilateral.
– Comunicação bilateral é aquela que envolve vários interlocutores. Trata-se, portanto, de um diálogo em que os participantes vão se alternando nos papéis de emissor (também chamado de locutor) e receptor (ou locutárío). A entrevista, o debate e o interrogatório são exemplos de diálogos planejados.
– Comunicação unilateral é aquela em que um único locutor se dirige a um grupo de ouvintes. O discurso e a conferência são exemplos desse tipo de comunicação.
Transcrever um diálogo
Há três maneiras de transcrever um diálogo: o discurso direto, o indireto e o indireto livre.
- O discurso direto consiste em reproduzir literalmente as palavras ditas por cada interlocutor. A fala de cada um ocupa uma ou mais linhas separada(s) e é introduzida por travessão ou aspas.
- Cada intervenção costuma compor-se de duas partes: a fala, isto é, as palavras pronunciadas pelo falante, e o inciso, ou esclarecimentos do narrador, que vem sempre depois de travessão ou vírgula e refere-se, geralmente, às reações e aos sentimentos demonstrados pela personagem. Exemplo:
Quando a fala da personagem é interrompida, o inciso é escrito entre dois travessões. Exemplo:
-José Luís – recriminou-o a mulher -, seu pai está procurando uma solução, não se esqueça.
- O discurso indireto ocorre quando é o narrador quem reproduz com as próprias palavras as falas das personagens. Nesse caso, não se usa o travessão e emprega-se um verbo de elocução (como dizer e perguntar) e um conectivo (que, se, pronome ou advérbio interrogativo). Exemplos:
José Luís perguntou o que estava acontecendo.
A mulher disse-lhe que não se esquecesse de que o pai dele estava procurando uma solução.
- O discurso indireto livre consiste numa mistura da fala do narrador com a fala da personagem, ou seja, há construções do discurso direto e do indireto combinadas em um só discurso. A fala da personagem não é precedida nem por verbo de elocução nem por travessão ou aspas. Assim como no discurso direto, o indireto livre apresenta orações exclamativas, imperativas e interrogativas, além de interjeições. Os pronomes pessoais e as palavras que indicam tempo e espaço são empregados como no discurso indireto.
O leitor distingue a voz da personagem da voz do narrador pelo contexto ou pelas trocas dos verbos. Veja um exemplo retirado da obra Vidas secas, de Graciliano Ramos:
Por que tinham feito aquilo? Era o que não podia saber. Pessoa de bons costumes, sim senhor, nunca fora preso. De repente um fuiuê sem motivo.
Achava-se tão perturbado que nem acreditava naquela desgraça.
As tertúlias
Tertúlia é uma reunião social entre pessoas conhecidas que se encontram em um determinado lugar para conversar e bater papo sobre qualquer tema: música, esporte, literatura, cinema, política, moda etc. A diferença com relação a outros tipos de conversação é que não existe a intenção de chegar a uma conclusão.
Por: Paulo Magno Torres