O petróleo é um produto líquido, escuro e viscoso, constituído por uma mistura complexa de hidrocarbonetos (compostos orgânicos de carbono e hidrogênio).
Como se originou?
A formação das jazidas petrolíferas tem sua origem no depósito de micro-organismos animais e vegetais de centenas de milhares de anos, no fundo dos oceanos. Esse depósito, junto com outros sedimentos minerais, tem sofrido transformações muito lentas em temperaturas de até 150 °C e pressões próximas a 1 000 atmosferas.
O resultado desse processo é uma rocha compacta que liberou, pouco a pouco, hidrocarbonetos líquidos ou gasosos, com tendência a subir à superfície, uma vez que sua densidade é menor que a da água e as das rochas sedimentares. Em algumas ocasiões, afloram à superfície terrestre produtos betuminosos, o que gerou a palavra petróleo: “óleo de pedra”.
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Esses hidrocarbonetos interrompem seu percurso quando encontram uma falha formada por rochas impermeáveis. Então, acumulam-se em rochas porosas, dando lugar às jazidas atuais.
Normalmente, os gases, que são menos densos, ocupam a parte superior da rocha porosa, depois se situam os petróleos e, por último, a água, na parte inferior. Não se formam bolsas ou lagos subterrâneos de gás e petróleo, como se acredita às vezes.
As jazidas de petróleo são detectadas fundamentalmente mediante procedimentos sísmicos. Esse estudo, unido às medidas das variações do campo magnético terrestre e do valor da gravidade, permite conhecer de maneira precisa a localização das jazidas. Essas análises, entretanto, não são feitas em qualquer lugar. Deve haver uma confirmação prévia por parte de geólogos de que a estrutura rochosa e os fósseis presentes correspondem a um lugar supostamente petrolífero.
Composição e refinamento do petróleo
O petróleo cru que se obtém de uma jazida petrolífera é um líquido mais ou menos viscoso e de cor variável: há petróleos de cor amarela pálida e petróleos pretos.
É formado essencialmente por hidrocarbonetos, desde o metano até compostos orgânicos com mais de trinta átomos de carbono. Contém, além disso, compostos oxigenados, nitrogenados e sulfurados. A presença de enxofre pode provocar corrosão de equipamentos de prospecção e destilação. Por esse motivo, o enxofre deve ser eliminado.
O petróleo bruto tal como sai das jazidas não pode ser utilizado. Mediante destilação, obtêm-se do petróleo as frações mais importantes. A transformação do petróleo em produtos utilizáveis recebe o nome de refinamento, operação que implica essencialmente dois processos: destilação fracionada e cracking.
Destilação fracionada
Quando se aquece uma mistura de líquidos cujas temperaturas de ebulição são diferentes, produz-se uma mistura de vapores que é mais rica nos componentes mais voláteis, isto é, de temperaturas de ebulição mais baixas. Portanto, se essa mistura é refrigerada até que se condense (destilação), obtêm-se um líquido mais rico que o original em componentes voláteis e, ao mesmo tempo, um líquido residual mais rico nos componentes menos voláteis.
Repetindo esse processo de destilação de maneira sucessiva sobre o líquido resultante, consegue se decompor a mistura original em uma série de líquidos cujas temperaturas de ebulição são diferentes. Esse processo recebe o nome de destilação fracionada e é o que se aplica ao petróleo para o separar em seus diversos componentes. A operação é realizada em torres de aproximadamente 8 m de diâmetro e até 60 m de altura. Os componentes do petróleo são depositados em bandejas de condensação situadas nos diferentes níveis da torre, ordenando esses componentes da menor à maior volatilidade.
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Fragmentação catalítica ou cracking
Nas bandejas inferiores das torres de destilação fracionada, são depositados os compostos mais pesados do petróleo cru original, que com frequência superam amplamente em quantidade à demanda do mercado. Por essa razão, eles são submetidos a um tratamento que consiste em quebrar suas moléculas e gerar substâncias mais “leves” e voláteis. Essa reação de ruptura é produzida a uma temperatura de, aproximadamente, 500 °C e a pressão atmosférica, utilizando um aluminossilicato como catalisador. Obtêm-se, assim, gasolinas de grande qualidade (50%) junto a óleo diesel (15%), butano (10%), propano (5%), metano e etano (5%) e resíduos pouco utilizáveis.
Por último, convém destacar que, por meio de reações químicas adequadas, realizadas a partir dos derivados do petróleo, se obtém uma série de produtos absolutamente necessários para a sociedade atual, como os plásticos e as fibras, as resinas, as tintas e os corantes, dentre muitos outros.
Produto | Composição | Temperatura de destilação | Utilidade |
Gases e olefinas | Hidrocarbonetos de até 4 átomos de C (metano, etano, propano, butano) | Até 30 °C | Combustíveis, plásticos |
Éter de petróleo | Hidrocarbonetos de 5 a 7 átomos de C | Entre 30 °C e 80 °C | Solventes |
Gasolina | Hidrocarbonetos de 7 a 12 átomos de C | Entre 80 °C e 200 °C | Combustíveis para motores. Solventes |
Querosene | Hidrocarbonetos de 12 a 15 átomos de C | Entre 200°C e 250 °C | Combustíveis de aviação. Calefação |
Óleo diesel | Hidrocarbonetos de 16 a 18 átomos de C | Entre 250°C e 350 °C | Combustíveis para motores diesel |
Óleos lubrificantes | Hidrocarbonetos com mais de 20 átomos de C | Acima de 350 °C | Lubrificação |
Asfalto | Resíduo sólido negro | — | Pavimentação de estradas, tintas |
Por: Paulo Magno da Costa Torres
Veja também:
- A Importância do Petróleo
- Exploração do Petróleo
- Petróleo no Brasil
- Geopolítica do Petróleo e o Oriente Médio
- Xisto Betuminoso
- Gases Combustíveis