Religião

Buda

O budismo é uma religião que tem um fundador, chamado Buda, que significa “o desperto”. Para seus seguidores, o despertar é a chave.

A figura de Buda

Os budistas entendem que os seres humanos vivem como em um sonho, do qual têm de sair para poder entender o significado da vida, Compreender isso é fazer o que chamam de “entrar na corrente”, um conhecimento que desemboca no despertar e na libertação que denominam nirvana.

Portanto, o nirvana é a meta do budismo: alcançá-lo é libertar-se da roda do renascer e compreender a realidade suprema e absoluta, para além do pensamento e da linguagem. Buda é quem, tendo conseguido despertar, serviu de exemplo para os demais, ensinando esse caminho.

Buda viveu no norte da índia há 2500 anos; pertencia a uma família de guerreiros e governantes e seu nome era Sidharta Gautama, chamado também Sakyamuni, que significa “sábio do clã dos sakya”. Conta-se que, como não estava satisfeito com o fato de no mundo haver enfermidade, dor, injustiças e morte, decidiu buscar um caminho para escapar de tantos sofrimentos.

Estátua gigante de bronze
Estátua gigante de bronze do Buda Amida na entrada do templo Kotokuin, Kamakura, Japão.

Aos 29 anos deixou sua casa e sua família, e começou a viver como um asceta no bosque, meditando e jejuando, até que ficou pele e ossos. Mas se deu conta de que por meio dessa vida de privações não conseguia o que estava buscando. Propôs, então, que seria preciso seguir o caminho intermediário, afastado dos extremos.

Os ensinamentos de Buda

Aos 36 anos, sentado debaixo de uma árvore, em Bodhgaya, perto de Benares, chegou por meio da meditação ao despertar, à iluminação, que o teria levado a compreendera verdadeira natureza das coisas, e começou a pregar.

Pronunciou seu primeiro discurso, o sermão de Benares, no parque dos cervos em Sarnath, perto de Benares. Dizem os budistas que nele pôs em marcha a roda do dharma, ensinando o caminho para que todos se livrem do sofrimento e alcancem o despertar que desemboca no nirvana. O dharma é o princípio pelo qual funciona o mundo, que Buda compreendeu e explicou e que aparece refletido nos livros sagrados do budismo, com significado diferente daquele do hinduísmo.

Monges rezando
Os monges do mosteiro.

Depois de mais de quarenta anos como pregador ambulante por todo o norte da índia, criou uma pequena comunidade de seguidores. Morreu aos 80 anos.

Com sua morte, ficou estabelecido o budismo em seus três componentes fundamentais: Buda, como exemplo; o dharma, como modo de vida; e o sanga, que é a comunidade dos budistas e que aparece como referência e apoio.

E o que chamam os três refúgios. A oração budista mais comum diz assim: “Busco refúgio no Buda, busco refúgio no dharma, busco refúgio no sanga”.

Buda Esquelético
Buda esquelético. Arte de Gandhara, século III a.e.c.

O Buda esquelético

Esta imagem se refere ao período da vida de Buda em que ele passou como asceta nos bosques, quando não alcançou seu propósito. Serve de exemplo de um comportamento incorreto, já que supõe um extremismo que vai na contramão do caminho intermediário.

Os jejuns tão drásticos não são uma atividade correta porque a pessoa prejudica a si mesma. O ascetismo excessivo tornaria vulnerável o modo de vida correto do nobre caminho óctuplo que aparece no sermão de Benares.

A roda entre cervos

A roda se refere ao episódio da vida de Buda em que ele pronuncia o sermão de Benares no parque dos cervos de Sarnath, com o que Buda pôs em marcha a roda do dharma.

Por: Roberto Braga Garcia