Eça de Queirós (1845-1900) levou dez anos para escrever esse romance. Composto de dois volumes, Os Maias é o mais extenso de todos os romances que escreveu.
A obra é composta de dois planos narrativos: o primeiro abrange as três gerações da família Maia, centrado em suas tragédias particulares que culminam no processo do amor incestuoso entre Carlos da Maia e Maria Eduarda; o segundo é uma crônica crítica da alta sociedade lisboeta de 1880.
Resumo do livro
Afonso da Maia, um nobre e rico proprietário, vive em Lisboa em uma casa denominada Ramalhete. É lá que se desenvolve grande parte da ação do romance.
Pedro da Maia, seu filho, casa-se contra a vontade do pai com Maria Monforte, filha de um traficante de escravos, um negreiro, como se dizia. Com ela, Pedro da Maia tem um casal de filhos. Porém, apaixonada por um napolitano, Maria Monforte abandona o marido e foge, levando a filha. Pedro da Maia se suicida e o filho – Carlos da Mala – é entregue aos cuidados do avô.
Afonso da Maia cria o neto e o encaminha para cursar medicina em Coimbra. Após formar-se, Carlos retorna ao Ramalhete e cerca-se de amigos intelectuais e da burguesia lisboeta.
Carlos vem a conhecer Maria Eduarda, esposa de Castro Gomes, um brasileiro. A pretexto de atender clinicamente a governanta inglesa de Maria Eduarda, miss Sarah, Carlos passa a frequentar a casa diariamente. Os dois tomam-se amantes, e Carlos compra uma quinta nos Olivais para seus encontros com Maria Eduarda. Assim, divide o tempo entre o Ramalhete e a Quinta dos Olivais, que procura esconder do avô.
Certo dia, Carlos da Maia recebe a visita de Castro Gomes que vem lhe contar que, embora em Lisboa todos dessem Maria Eduarda como sua esposa, ela, na verdade, era apenas sua amante. Embora livre para se casar com Maria Eduarda, outra tragédia irá se abater na família dos Maias.
Chega de viagem o senhor Guimarães, trazendo consigo um pequeno cofre que havia recebido de Maria Monforte, que morrera em Paris. No cofre, a revelação: Maria Monforte havia sido a esposa que levara o marido, Pedro da Maia, pai de Carlos, ao suicídio. Descobre-se, assim, que os dois amantes – Carlos e Maria Eduarda — eram irmãos.
O velho Afonso da Maia, vendo novamente a tragédia rondar sua família, morre. Maria Eduarda vai para Paris e lá se casa. Carlos parte para uma longa viagem. Dez anos depois volta para Portugal e reencontra os amigos, particularmente João da Ega, seu grande amigo desde os tempos de Coimbra. Juntos recordam o passado, com ironia e desesperança.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
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