Neste artigo, procuramos definir o significado do relativismo cultural e contrapô-lo ao etnocentrismo, além de apontar limites e críticas.
Definição
Uma visão antropológica oposta à do etnocentrismo é o relativismo cultural.
As teorias antropológicas que adotam o relativismo cultural como visão de mundo tendem a acreditar que cada sociedade e grupo humano desenvolvem-se de acordo com suas próprias necessidades e interações.
Segundo essa teoria, não se pode julgar uma cultura diferente como “inferior” apenas porque não é parecida com a de quem avalia.
Enquanto o etnocentrismo tem a perspectiva de que um grupo é diferente e superior a outros por certas características, como cor, etnia, religião, tecnologia, entre outros fatores de distinção, o relativismo cultural aponta uma perspectiva distinta; afinal, se uma sociedade consegue se desenvolver e obter conforto e sobrevivência apenas com a caça e coleta, não se pode julgar essa organização inferior à sociedade industrial ocidental, por exemplo.
Na primeira, o alimento, ainda que escasso, é repartido e na segunda, apesar da abundância de produção, acumulam-se pobres e despossuídos em busca de comida.
O relativismo cultural, portanto, nega qualquer tipo de distinção ou superioridade de uma sociedade sobre a outra, optando por outra postura: a tolerância, necessária para que povos díspares, com formas de organização também distintas, respeitem uns aos outros e suas diferenças, que enriquecem ainda mais a cultura humana.
Limites e críticas ao relativismo cultural
Ainda que o relativismo cultural busque combater as leituras etnocêntricas, ele também apresenta certas limitações.
O relativismo cultural prioriza e valoriza excessivamente os costumes culturais de cada povo, afirmando que não se pode intrometer em seu desenvolvimento de modo a alterar profundamente sua estrutura de desenvolvimento social.
Assim, em casos como o da circuncisão de meninas africanas em condições de higiene inexistentes, questionam-se os limites do relativismo no que diz respeito aos “direitos básicos de um cidadão”.
Por: Wilson Teixeira Moutinho