Artes

Teatro Oriental

O teatro oriental, que é originário de cerimônias religiosas, se desenvolveu desde o ano 2000 a.C.

O teatro chinês evoluiu ao longo de seis séculos de espetáculos ao ar livre, na porta dos templos, até se converter em uma forma artística bastante sofisticada no século XIX. O teatro japonês surgiu sob duas formas, o refinado nô; e um teatro mais popular, chamado kabuki. Na Ásia, o teatro de títeres continua sendo uma forma artística popular, sobretudo na Indonésia, com o wayang golek, em que se utilizam enormes bonecos, sobre um palco elevado, para contar histórias.

Teatro e arte dramática, gênero literário, em prosa ou em verso, usualmente em forma de diálogo, concebido para ser representado. As artes cênicas abrangem tudo que se refere à escritura da obra teatral: a interpretação, os figurinos e cenários, a produção. Em geral se entende como drama uma história que narra os acontecimentos vitais de uma série de personagens.

Ao longo da história, o teatro desenvolveu sua atividade em três níveis: como divertimento popular, com organização mínima; como importante atividade pública; e como arte para a elite.

Em uma representação há, pelo menos, dois elementos fundamentais: ator/atriz e público, e pode-se usar a mímica ou a linguagem verbal. Os personagens não são interpretados necessariamente por seres humanos; os títeres têm tido grande receptividade de público ao longo da história, assim como outros recursos cênicos.

Teatro Oriental

Uma representação pode ser valorizada por meio dos figurinos, da maquiagem, dos cenários, dos acessórios, da iluminação, da música e de efeitos especiais, que podem servir para criar a ilusão de lugares, tempos e personagens diferentes, ou para sublinhar a própria visão da representação como algo diverso da experiência cotidiana.

O teatro oriental tem algumas características em comum que o distinguem nitidamente do teatro pós-renascentista ocidental. São obras de arte unificadas — uma realização da ideia do teatro total — semelhante ao de Wagner, em que se misturam literatura, dança, música e espetáculo.

A formação dos atores dá ênfase à dança, à expressão e agilidade corporal e às habilidades vocais mais que à interpretação psicológica. Os figurinos e maquiagem são muito importantes e quase uma arte em si. A estilização estende-se ao movimento e mesmo as ações da vida diária se transformam em uma dança ou gesto simbólico.

Em termos de público, é um teatro de participação. As representações costumam ser demoradas e os espectadores se movimentam, comem, conversam e por vezes só se mostram atentos aos momentos que são de seu maior agrado. A solenidade do espectador ocidental lhes é totalmente estranha.

O teatro oriental, tal como outros aspectos da cultura oriental, só viria a ser conhecido no Ocidente em fins do século XIX. Exerceu certa influência sobre as concepções de interpretação, criação de roteiros e encenação de alguns simbolistas, como Strindberg, Artaud, Meyerhold, Reinhardt, e outros.

O teatro indiano, em sânscrito, floresceu nos séculos IV e V. Baseava-se em histórias tiradas da épica hindu, como o Mahabarata e o Ramayana. O palco apresentava decoração trabalhosa, mas não se usavam técnicas de representação. Os movimentos de cada parte do corpo, a recitação e a canção eram rigidamente codificados. As marionetes e o teatro dançado, sobretudo o kathakali, também foram grandemente apreciados em vários momentos da história da Índia.

O teatro chinês começou a se desenvolver em princípios do século IV. Era muito literário e tinha convenções bastante rígidas. No entanto, a partir do século XIX, passou a ser dominado pela Ópera de Pequim. Nela se dá importância primordial à interpretação, ao canto, à dança e às acrobacias, mais que ao texto literário. Sob o governo comunista a temática se modificou, mas o estilo e representação foi mantido.

O teatro japonês é talvez o mais complexo do Oriente. Seus dois gêneros mais conhecidos são o teatro nô e o kabuki. Nô, o teatro clássico japonês, é estilizado, uma síntese de dança-música-teatro. Tem estreita relação com o budismo zen. Outros gêneros dramáticos são o bugaku, um sofisticado teatro dançado e um teatro de bonecos ou marionetes chamado bunraku.

Por: Sandro Felisberto Pommes

Veja também: