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Planeta Vênus

O segundo planeta do Sistema Solar recebe o nome da deusa romana do Amor, mas na verdade é um inferno: Vênus tem temperaturas altíssimas, uma atmosfera muito tóxica e ventos de grande velocidade.

Características

Vênus é o terceiro objeto mais brilhante no céu, depois do Sol e da Lua. Isso se deve à sua proximidade com a Terra. Mas, apesar da pequena distância, é um planeta difícil de ser estudado por causa da atmosfera espessa.

Vênus tem uma atmosfera muito densa, formada fundamentalmente por dióxido de carbono, com camadas de nuvens de ácido sulfúrico de muitos quilômetros de espessura. Essas nuvens obscurecem inteiramente a superfície e impedem que ela seja vista do espaço. Ventos de até 350 km/h são registrados nas camadas altas da da atmosfera de Vênus, embora sejam muito menos intensos na superfície e não alcancem mais que alguns km/h.

A espessa camada de nuvens causa um intenso efeito estufa, que eleva a temperatura da superfície até os 462 °C, até mesmo maior que a temperatura de Mercúrio.

O interior de Vênus é bem semelhante ao da Terra, com um núcleo de aproximadamente 3 mil km de raio, crosta e manto.

Vênus visto da Terra

Vênus

Vênus comporta-se como Mercúrio no que se refere à observação da Terra.

Por estar mais próximo do Sol que a Terra, apresenta fases, isto é, da Terra é possível ver como o Sol o ilumina lateralmente e aparece com aspecto crescente ou minguante, da mesma maneira que Mercúrio (isso não ocorre com os demais planetas, dos quais sempre vemos o disco praticamente completo).

Assim como com Mercúrio, por estar próximo do Sol, é possível vê-lo antes da alvorada ou depois do crepúsculo, na mesma zona em que o Sol se levanta ou se põe.

Vênus é muito brilhante, tanto que foi denominado “estrela-dalva“, “estrela vespertina” ou Vésper. Ele pode ser visto sem dificuldade a olho nu. Um telescópio pequeno permite apreciar as fases mas não é possível distinguir nenhum detalhe de sua superfície, nem mesmo tendo à mão um equipamento profissional.

A exploração de Vênus

A relativa proximidade de Vênus converteu nosso planeta vizinho em um objetivo muito interessante no campo da exploração espacial. As primeiras tentativas de enviar sondas a Vênus são aquelas da ex-União Soviética que, em 1961, lançou a sonda Venera 1. Embora tenha sido perdido o contato com a sonda, supõe-se que ela tenha sido o primeiro dispositivo espacial a sobrevoar Vênus.

De 1961 a 1975, sucessivas missões norte-americanas (as sondas Mariner) e soviéticas (outras sondas Venera) conseguiram chegar, sobrevoar e até mesmo pousar em Vênus. O sucesso mais notável foi o da sonda Venera 9 (1975), que pousou no planeta e enviou dados sobre a atmosfera, além das primeiras imagens de rochas na superfície venusiana.

Em 1989, a Nasa lançou a sonda Magalhães, que chegou a Vênus em 1990 e manteve-se em órbita ao redor do planeta durante quatro anos. Enviou inúmeras imagens, cobrindo aproximadamente 84% de sua superfície.

Para resolver o problema da espessa atmosfera que impede a observação direta da superfície, a Magalhães utilizou um sistema de radar para a obtenção dos dados. Os computadores puderam transformar tais dados em imagens tridimensionais da paisagem de Vênus.

Descobriu-se, assim, que a superfície de Vênus apresenta poucas crateras e bem poucas evidências de erosão pelo vento e que, ao contrário, são abundantes os vulcões, os restos de erupções vulcânicas e as extensas carreiras de lava.