Um corte do pâncreas, ao microscópio, mostra dois tipos de estrutura: os ácinos pancreáticos, responsáveis pela produção do suco pancreático, e as ilhotas pancreáticas de Lanternagens, onde estão as células secretoras de hormônios. Nelas, estão as células alfa, que produzem o glucagon, e as células beta, que secretam a insulina.
A glicose é usada nos processos de obtenção de energia. Os animais obtêm esse açúcar na alimentação, na qual ele existe sob a forma de moléculas de dissacarídeos ou de polissacarídeos. O amido é hidrolisado no interior do tubo digestório por ação das amilases (salivar e pancreática). O produto da digestão do amido é a maltose que, em seguida, sofrerá ação da maltase do suco entérico. Os produtos da digestão da maltose são moléculas de glicose que serão absorvidas no intestino delgado.
Quando o sangue que passou pelo intestino chega ao fígado, pela veia porta, a maior parte da glicose é recolhida pelos hepatócitos (células do fígado), onde fica armazenada na forma de glicogênio. Gradativamente, o glicogênio vai sendo hidrolisado pela enzima fosforilase, e as moléculas de glicose resultantes chegam até a veia supra-hepática, afluente da veia cava inferior.
A glicose pode ser estocada para uso posterior. Como as células, particularmente os neurônios, são dependentes de um fornecimento contínuo de glicose, esse armazenamento hepático de glicogênio evita que os animais tenham que se alimentar durante o dia inteiro. A quebra gradativa do glicogênio garante o suprimento de glicose de que as células necessitam.
O glucagon ativa a enzima que fraciona o glicogênio do fígado e libera glicose para o sangue, elevando a glicemia. Sua produção aumenta quando há diminuição da concentralização sanguínea de glicose: durante períodos de jejum, por exemplo, ou quando os animais estão submetidos a situações de estresse, após traumatismo ou situações de perigo.
A insulina estimula a captação da glicose pelas células. No fígado, estimula a captação da glicose e sua conversão em glicogênio, diminuindo a concentração de glicose no sangue. Quando a glicemia está elevada, ocorre aumento da secreção de insulina.
Podemos considerar que, na corrente sanguínea, a taxa de glicose varia entre 80 e 100 mg por 100 ml de sangue, numa pessoa em jejum. De acordo com as atividades e a alimentação do indivíduo, podem ocorrer situações de hipoglicemia e hiperglicemia. Os hormônios insulina e glucagon agem de modo antagônico no controle da glicemia, como é mostrado no esquema a seguir. A insulina controla a hiperglicemia e o glucagon controla a hipoglicemia.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
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