Ecologia

Problemas Ambientais Urbanos

O ambiente urbano é em grande parte artificial, quer dizer, uma paisagem cultural (ou humanizada), edificada pelo homem e que não está em equilíbrio com o meio natural. À medida que as cidades crescem, ocorrem modificações na paisagem natural, fazendo surgir, assim, os problemas ambientais.

Um problema ambiental é um desequilíbrio do meio ambiente provocado por algum fator fora do comum, que desestabiliza o funcionamento do espaço natural, ou seja, algum fenômeno provocado pelo ser humano que implica um impacto ambiental, permanente ou temporário.

Poluição do ar

A emissão, sem tratamento, de gases prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, como o gás carbônico são as principais causas da poluição do ar. Os principais responsáveis por esse tipo de poluição são os automóveis e as indústrias, que utilizam a queima de combustíveis fósseis como fonte de energia.

O ar poluído afeta a saúde humana, causando problemas respiratórios, alergias, infecções e, em casos mais graves, cânceres; além disso, pode gerar impactos na natureza e alterações climáticas, como o aumento da temperatura.

Chaminés de indústrias gerando poluição do ar.

Poluição da água

A poluição da água é provocada, principalmente, pelo despejo de lixo, resíduos químicos e esgoto de indústrias e residências, sem tratamento, nas águas de rios, lagos e oceanos.

Consequências: são muitas, atingindo a saúde humana com doenças como hepatite, febre tifoide, diarreia etc., e também plantas (flora) e animais (fauna), que dependem do acesso à água limpa.

Lixo na água.

Poluição sonora

É provocada por emissores como buzinas, automóveis, sirenes e máquinas que produzem sons acima dos padrões de volume tolerados por seres humanos e animais, intensificados por sua concentração e frequência nos grandes centros urbanos.

A poluição sonora pode provocar irritação, estresse, transtornos psíquicos, desorientação e até surdez.

Poluição visual

Esse tipo de poluição deve-se à superexposição de elementos visuais relacionados, sobretudo, à publicidade, como cartazes, outdoors, placas, banners, anúncios luminosos etc.

Tem como principais efeitos aqueles relacionados à desconcentração das pessoas, principalmente no tráfego, possibilitando que pedestres e motoristas fiquem sujeitos a acidentes. Podem também provocar irritabilidade e estresse pelo excesso de informação. As aves e outros animais também podem ser prejudicados pelo excesso de luz artificial durante a noite.Fotografia da Time Square, em Nova Iorque. Um grande exemplo de poluição visual.

Enchentes e deslizamentos

Uma das principais alterações que ocorre no ambiente urbano é a impermeabilização do solo em razão da retirada da paisagem vegetal e sua substituição por asfalto, concreto e obras urbanas, as quais impedem a infiltração (percolação de água) e aumenta o escoamento superficial.

Em cidades em que as galerias de água subterrâneas não são suficientes, além do assoreamento dos rios, ocorrem sérios problemas com as enchentes. Em áreas com ocupações de encostas, isto é, com construções situadas em áreas de elevada declividade, podem ocorrer deslizamentos de encostas.

Ilhas de calor

O tráfego intenso e as calefações de carvão contaminam a atmosfera de muitas cidades, sobretudo na China. Isso causa o smog, uma espécie de neblina que, por sua vez, é a origem do aumento das temperaturas nas zonas urbanas. Elas criam uma espécie de ilha de calor, ou microclima urbano.

As ilhas de calor correspondem à elevação das temperaturas nas áreas mais urbanizadas, a região central de uma grande cidade apresenta maiores temperaturas que as regiões periféricas.

Onde ocorrem as ilhas de calor nos centros urbanos.
Ilha de calor.

A concentração de poluentes aumenta o volume de material particulado em suspensão, originando núcleos higroscópicos que geram a condensação e, portanto, aumentam as precipitações nas áreas urbanas gerando as enchentes.

Chuva ácida

Já o fenômeno das chuvas ácidas está relacionado à concentração de gases, como os dióxidos de enxofre e os óxidos de nitrogênio, que, ao reagirem com a água em suspensão na atmosfera, formam ácidos, como o sulfúrico e o nítrico, que aumentam a acidez das chuvas.

Quando essas chuvas ocorrem no ambiente urbano, as consequências são a degradação de prédios e monumentos, mas, se os ventos transportarem-nas para lugares distantes, elas poderão afetar lagos, plantações e solos, provocando a morte da vegetação e de animais.

Aprenda mais em: Chuva Ácida

Inversão térmica

Nas grandes cidades, onde há maior concentração de gases poluentes na atmosfera, as possíveis alterações na circulação das camadas de ar próximas à superfície podem agravar ainda mais a poluição.

Normalmente, o ar quente sobe para as camadas mais elevadas da atmosfera e se resfria. Em dias mais frios, notadamente no inverno, quando o ar atmosférico tem menores temperaturas próximas à superfície, ocorre uma estagnação atmosférica — as camadas de ar quente e fria não conseguem circular. Assim, não há dispersão de poluentes, tornando-se mais comuns casos de irritação de olhos e garganta, doenças respiratórias como asma e bronquite.

Inversão térmica.
Situação de dispersão dos poluentes atmosféricos sob efeito de inversão térmica.

Aprenda mais em: Inversão Térmica

Lixo

Outro problema ambiental urbano na pauta das discussões ambientais é a coleta e a destinação final do lixo urbano. O consumo desenfreado de produtos industriais gera grande quantidade de resíduos sólidos.

Na maioria das cidades dos países em desenvolvimento, o lixo é depositado a céu aberto, nos chamados lixões. Essa ação causa grandes danos à saúde pública, contamina o lençol freático com o chorume, gera mau cheiro, transmite doenças e promove a atração de pessoas em busca de produtos para reciclagem ou de alimentos.

Soluções melhores poderiam ser feitas por meio de aterros sanitários, usinas de compostagem (lixo orgânico), reciclagem e incineração. O descarte inadequado do lixo eletrônico ou e-lixo, que causa a contaminação das pessoas que o manuseiam, do solo e da água pelas substâncias químicas (ex.: chumbo, cádmio, mercúrio, berílio etc.), torna-se a cada ano um sério problema socioambiental.

Segundo o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), as cidades do mundo produzem anualmente em torno de 1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos, aproximadamente 1,2 kg per capita diária. No entanto, as estimativas para 2025 são preocupantes diante da possibilidade da produção de lixo saltar para 2,2 bilhões de toneladas por ano.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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