A humanidade sempre se perguntou sobre sua própria origem e sobre a origem da vida. Talvez nunca se conheça a resposta, mas o ser humano continua em busca de explicações.
Se a vida surge de uma vida preexistente, como surgiu o primeiro ser vivo? Ou ainda, como surgiu o primeiro ser vivo nas condições ambientais do planeta Terra há 3,5 bilhões de anos? E para isso, como era e de que maneira pode-se remontar a atmosfera primitiva?
Com base em tais perguntas tem início o estudo sobre a origem da vida.
Teoria da abiogênese
Também chamada geração espontânea, essa hipótese era defendida por Aristóteles (384- 322 a.C.) e reflete o pensamento na Antiguidade sobre a temática. Segundo ele, os seres vivos podiam surgir por meio de modificações na matéria inanimada e de maneira espontânea.
Teoria da biogênese
Devido às contestações e discussões travadas à época, ainda no século XVII, em grande parte pela contribuição de Louis Pasteur, começou a ser construída a ideia de que um ser vivo só se origina de um outro ser vivo preexistente e a teoria da abiogênese foi derrubada.
Aprenda mais: Biogênese X Abiogênese
Fixismo e criacionismo
Essa vertente baseia-se nos eventos descritos no livro “Gênesis”, o primeiro da Bíblia Sagrada. Segundo ela, Deus criou todas as coisas que existem na Terra, que são imutáveis, fixas. Defende, assim, que o ser humano e todos os outros seres vivos não sofrem alterações ao longo do tempo.
Panspermia cósmica
Também conhecida como hipótese extraterrestre, relata que a vida surgiu na Terra a partir de seres vivos semelhantes aos microrganismos presentes atualmente no planeta ou de substâncias precursoras da vida (sementes da vida) trazidas de outros locais do cosmos, de outro astro ou estrela, portanto.
Origem da vida por evolução química
A vida, segundo essa hipótese, teria surgido da matéria não viva, por meio de associações entre moléculas e da formação de substâncias cada vez mais complexas, as quais se organizaram de modo que originaram o(s) primeiro(s) ser(es) vivo(s).
Essa hipótese é muito bem aceita no meio científico e foi proposta em 1924 por Oparin e em 1929 por Haldane. Como ambos os cientistas concordavam em muitos aspectos, ela ficou conhecida como Hipótese de Oparin e Haldane.
A hipótese propunha que os primeiros seres vivos formaram-se a partir de moléculas orgânicas, formadas na atmosfera, e, posteriormente nos oceanos, a partir de moléculas inorgânicas. Essa hipótese veio da crença de alguns cientistas que consideravam a possibilidade de os primeiros seres vivos terem surgido por uma sutil coincidência entre os elementos presentes na atmosfera primitiva e as moléculas encontradas nos seres vivos
Segundo Oparin, a atmosfera primitiva da Terra era muito diferente da atual. Apesar de não haver consenso na época, acreditava-se que, com as erupções vulcânicas, constantes partículas e gases simples eram liberados na atmosfera, como metano (CH4), amônia (NH3), água (H2O) na forma de vapor e de hidrogênio (H2). O oxigênio seria ausente ou presente em baixíssimas quantidades. Essas substâncias teriam sido submetidas, por milhares de anos, a descargas elétricas (raios) originadas de violentas tempestades, bombardeamento de radiação ultravioleta e elevadas temperaturas.
A energia proveniente desses processos físicos teria permitido a formação das primeiras moléculas orgânicas simples. Promoveu variadas reações entre elementos químicos que se acumularam nos oceanos, rios e lagos. A Terra ainda estava em processo de resfriamento, o que possibilitou o acúmulo de água nas depressões da crosta originando os mares primitivos.
Segundo a hipótese de Oparin e Haldane, as moléculas simples seriam arrastadas pelas chuvas para os mares e lagos primitivos, os quais eram rasos e muito quentes. Nesses lagos, as moléculas reagiriam e formariam, ao longo de milhões de anos, uma “sopa nutritiva”, rica em matéria orgânica, principalmente em aminoácidos e proteínas — moléculas mais complexas e fundamentais para o início da vida na Terra
Por: Rena Bardine