Segundo Kant, a capacidade que o homem tem de diferenciar o certo do errado é inata, ou seja, já nasce com ele. Sendo assim, a moral humana independe da experiência, pois já nascemos com ela. Sendo anterior à experiência, ela é “formal”, ou seja, vale para todas as pessoas, onde quer que elas estejam e em qualquer tempo.
No tocante às quatro perguntas básicas que norteiam a filosofia kantiana, a questão moral diz respeito à segunda: “Como agir?”. Em seus livros Fundamentação da metafísica dos costumes e crítica da razão prática, Kant procura responder a ela de maneira a constituir uma ética que parte da ideia de que o homem não escapa do imperativo categórico, ou seja, uma ordem válida para agir em relação a tudo. Esse imperativo é definido da seguinte forma: devemos sempre agir de modo a podermos desejar que a regra a partir da qual agimos se transforme numa lei geral.
Quando faço uma escolha e ajo de determinada maneira, preciso estar convicto de que posso desejar que todas as outras pessoas façam a mesma coisa na mesma situação. Afinal, não posso desejar aos outros aquilo que não quero para mim!
Quando tento ser justo com os outros a fim de que eles me reconheçam como uma pessoa “legal”, então não estou agindo de acordo com a lei moral. Uma ação só pode ser considerada moral quando seu resultado vier do esforço em superar-se a si mesmo. Trata-se de uma questão de dever, ou seja, é dever do ser humano agir moralmente, faz parte de sua natureza.
Tal procedimento visa a estabelecer uma ética de responsabilidade, da qual o homem até consegue escapar, já que possui o livre-arbítrio, mas aos homens conscientes isso não é possível.
Duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito, quanto mais intensa e frequentemente o pensamento delas se ocupa: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim.
Immanuel Kant
Referências:
- Convite à filosofia. 8. ed. São Paulo: Ática, 1997.
- ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Paulo: Moderna, 1993.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
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