Vivendo ao norte da Mesopotâmia, onde a distância entre os rios Tigre e Eufrates é maior, os assírios não desfrutavam do vigor e desenvolvimento do sul mesopotâmico.
Além disso, a região na qual viviam, extremamente exposta, sem barreiras naturais, tornou-se passagem quase obrigatória de exércitos que lutavam de um lado para o outro, e os assírios, estando no meio do caminho, acabavam vitimados. Devido a esses fatos, eles se transformaram num povo guerreiro, cruel, sustentado por um militarismo de Estado.
O Estado formou um exército extremamente profissional, que usava armas de ferro, carros de guerra e cavalos. Quando necessário, os camponeses eram recrutados para aumentar o contingente da infantaria. O militarismo passou a ser usado para realizar um expansionismo territorial, através do qual os assírios conquistaram a Babilônia, a Síria, a Palestina, o Golfo Pérsico e o Egito. O apogeu desse expansionismo deu-se nos reinados de Senaqueribe e Assurbanipal.
Após a conquista, os assírios confiscavam os pertences dos vencidos, realizando um verdadeiro butim (apropriação dos bens pertencentes aos derrotados). Em seguida, vinham a repressão e o empalamento, ou, às vezes, quando havia sobreviventes, eles eram enviados como escravos para a Assíria.
A violência dos assírios para com os vencidos era algo terrível, como podemos ver pela descrição feita pelo rei Assurbanipal, após uma vitória: Em um choque impetuoso como a tempestade, eu me abati sobre a cidade, conquistei-a; 600 de seus guerreiros passei a fio de espada, 3.000 prisioneiros entreguei às chamas, e não deixei um só vivo para servir de refém. Hulai, aprisionei-o vivo por minhas próprias mãos, esfolei-o e estendi sua pele sobre a muralha.
Após a morte de Assurbanipal, o poder assírio se enfraqueceu, dando espaço para as revoltas dos povos dominados, como também a revoltas internas feitas principalmente por camponeses. Em 612 a.C., os caldeus atacaram e destruíram Nínive, capital da Assíria.
Por: Wilson Teixeira Moutinho