História

Congresso de Viena

Realizado na Europa entre 1814 e 1815, o Congresso de Viena foi responsável pela reorganização geopolítica do continente e deveria refletir os princípios da legitimidade e equilíbrio europeu.

Os líderes do Congresso de Viena foram: Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra. Obs.: Portugal não podia participar pois era uma coroa refugiada na colônia.

As principais decisões do Congresso foram tomadas pelos representantes desses quatro países. Metternich, primeiro-ministro, representava a Áustria; Alexandre I, czar, a Rússia; Frederico Guilherme III, rei, a Prússia; Castlereagh, primeiro-ministro, a Inglaterra.

Antecedentes

Ano: 1814; fato: derrota de Napoleão em Leipzig; cenário: uma Europa transformada pelas forças e pelas ideologias revolucionárias provenientes da França.

Esses são os dados de uma ficha técnica sobre a Europa pós-Napoleão: monarquias depostas, absolutismo abalado, territórios anexados, fronteiras desfeitas, privilégios feudais abolidos, novos termos em uso (república, cidadania, classes sociais, igualdade, liberdade, patriota, revolução).

As monarquias depostas por Napoleão assistiram as tropas francesas transpor e alterar fronteiras, empunhando a bandeira tricolor da Revolução, abolir privilégios feudais e implantar princípios liberais contidos no Código Civil.

Agora, essas mesmas monarquias, vitoriosas, desejavam o retorno à Antiga Ordem, ao Antigo Regime, tentando neutralizar os efeitos revolucionários.

Foi com esse intuito, o de reconfiguração política, social e territorial europeia, pós-napoleônica, que todos os países afetados pela Revolução Francesa se reuniram no Congresso de Viena, de 1814 a 1815.

Reunião do Congresso de Viena.
A representação acima informa o encontro da nobreza europeia,
dos seus estadistas, em Viena.

Objetivos

Refazer o mapa europeu; recolocar no trono os reis depostos por Napoleão Bonaparte, ou seja, voltar o absolutismo; recolonizar as nações americanas.

Princípios

A reunião elegeu dois princípios básicos para a reorganização político-territorial europeia pós-Napoleão, a saber: legitimidade e equilíbrio europeu.

A legitimidade afirmava que os governantes destituídos pelas guerras napoleônicas deveriam ser restaurados em seu poder. Caso tivessem morrido ou estivessem impossibilitados de governar, teriam seu direito passado para algum membro da família real.

Em outras palavras, a legitimidade levava à restauração das monarquias europeias e seus respectivos governantes, homens da nobreza. Assim, a restauração monárquica não envolveria apenas o restabelecimento do poder real, mas também todo um estado de coisas vigente antes da Revolução Francesa.

O equilíbrio europeu dizia respeito a uma concepção de poder tradicionalmente vinculada à nobreza: o controle territorial. Assumindo a importância do domínio territorial para o exercício do poder, o Congresso estabeleceu o reordenamento dos territórios europeus para que cada país tivesse poder equivalente.

A medida era afirmada como necessária para se evitar outro aventureiro, como era considerado Napoleão Bonaparte. A ideia era de que não houvesse nenhum país com um território muito maior que outro. Assim, se surgisse algum “novo” Napoleão, este teria dificuldade de vencer o vizinho. Com isso, imaginava-se preservar a paz no continente.

Decisões do Congresso de Viena

A divisão territorial não satisfez a nenhuma das potências participantes, porém foi restabelecido o equilíbrio entre essas. Veja-os:

  • O Tratado de Paris obrigou a França a pagar 700 milhões de indenizações as nações anteriormente por ela ocupadas. Seu território passou a ser controlado por exércitos aliados e sua marinha de guerra foi desativada. Suas fronteiras permaneceram as mesmas de 1789. Luís XVIII, irmão de Luís XVI foi reconhecido como novo Rei;
  • A Rússia anexou parte da Polônia, Finlândia e a Bessarábia;
  • A Áustria anexou a região dos Bálcãs;
  • A Inglaterra ficou com a estratégica Ilha de Malta, o Ceilão e a Colônia do Cabo, o que lhe garantiu o controle das rotas marítimas;
  • A Turquia manteve o controle dos povos cristãos do Sudeste da Europa;
  • A Suécia e a Noruega uniram-se;
  • A Prússia ficou com parte da Saxônia, da Westfália, da Polônia e com as províncias do Reno;
  • A Bélgica, industrializada, foi obrigada a unir-se com à Holanda formando o Reino dos Países Baíxos;
  • Os Principados Alemães formaram a Confederação Alemã com 38 Estados, A Prússia e a Áustria participavam dessa Confederação;
  • A Espanha e Portugal não foram recompensados com ganhos territoriais, mas tiveram restauradas as suas antigas dinastias. O Brasil foi elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves.
Mapa da Europa após o Congresso de Viena.
A Europa, após o Congresso de Viena, foi redefinida política, territorial e geopoliticamente. As decisões no Congresso de Viena favoreceram, principalmente, a Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria.

Santa Aliança

Para garantir, em termos práticos, a aplicação das medidas conservadoras do Congresso de Viena, o Czar da Rússia propôs a criação da Santa Aliança. Esta servia de ajuda mútua das monarquias europeias em nome “da religião, da paz e da justiça”.

Seu objetivo era estabelecer o direito de intervenção em qualquer região europeia em que se inicia-se um movimento liberal ou uma revolução burguesa. Porém após a independência das Colônias Latino-Americanas, a Santa Aliança se enfraquece e a Inglaterra por motivos econômicos se retira da Santa Aliança.

Autoria: Eduardo Nunes Ouverney

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