1. Linguagem
Linguagem é todo sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação entre os indivíduos.
Quando se fala em texto ou linguagem, normalmente se pensa em texto e linguagem verbais, ou seja, naquela capacidade humana ligada ao pensamento que se concretiza numa determinada língua e se manifesta por palavras (verbum, em latim).
Mas, além dessa, há outras formas de linguagem, como a pintura, a mímica, a dança, a música e outras mais. Com efeito, por meio dessas atividades, o homem também representa o mundo, exprime seu pensamento, comunica-se e influencia os outros. Tanto a linguagem verbal quanto à linguagem não-verbal expressam sentidos e, para isso, utilizam-se de signos, com a diferença de que, na primeira, os signos são constituídos dos sons da língua (por exemplo, mesa, fada, árvore), ao passo que nas outras exploram-se outros signos,como as formas, a cor, os gestos, os sons musicais, etc.
Em todos os tipos de linguagem, os signos são combinados entre si, de acordo com certas leis, obedecendo a mecanismos de organização.
Observe a fala do vendedor: “Quem sabe o senhor desenha para nós?”
Se o comprador soubesse desenhar, o problema estaria resolvido facilmente. Ele poderia lançar na mão de um outro meio de expressão que não fosse a fala.
O homem dispõe de vários recursos para se expressar e se comunicar. Esses recursos podem utilizar sinais de diferente natureza.
Tais sinais admitem a seguinte classificação:
a) Verbais;
b) Não-Verbais;
Quando esses sinais se organizam formando um sistema, eles passam a constituir uma linguagem.
Observe: Incêndio destruiu o Edifício Z.
Para expressar o mesmo fato, foram utilizadas duas linguagens diferentes:
a) Linguagem Não-Verbal- Qualquer código que não utiliza palavra;
b) Linguagem Verbal- Código que utiliza a palavra falada ou escrita;
Semelhanças e Diferenças
Uma diferença muito nítida vai encontrar no fato de que a linguagem verbal é linear. Isto quer dizer que seus signos e os sons que a constituem não se superpõem, mas se sucedem destacadamente um depois do outro no tempo da fala ou no espaço da linha escrita. Em outras palavras, cada signo e cada som são usados num momento distinto do outro. Essa característica pode ser observada em qualquer tipo de enunciado linguístico.
Na linguagem não-verbal, ao contrário, vários signos podem ocorrer simultaneamente. Se na linguagem verbal, é impossível conceber uma palavra encavalada em outra, na pintura, por exemplo, várias figuras ocorrem simultaneamente. Quando contemplamos um quadro, captamos de maneira imediata a totalidade de seus elementos e, depois, por um processo analítico, podemos ir decompondo essa totalidade.
O texto não-verbal pode em princípio, ser considerado dominantemente descritivo, pois representa uma realidade singular e concreta, num ponto estático do tempo. Uma foto, por exemplo, de um homem de capa preta e chapéu, com a mão na maçaneta de uma porta é descritiva, pois capta um estado isolado e não uma transformação de estado, típica da narrativa.
Mas podemos organizar uma sequência de fotos em progressão narrativa, por exemplo, assim:
a) foto de um homem com a mão na maçaneta da porta;
b) foto da porta semi-aberta com o mesmo homem espreitando o interior de um aposento;
c) foto de uma mulher deitada na cama, gritando com desespero;
Como nessa sequência se relata uma transformação de estados que se sucedem progressivamente, configura-se a narração e não a descrição. Essa disposição de imagens em progressão constitui recurso básico das histórias em quadrinhos, fotonovelas, cinema etc.
Sobretudo com relação a fotografia, ao cinema ou a televisão, pode-se pensar que o texto não-verbal seja uma cópia fiel da realidade. Também essa impressão não é verdadeira. Para citar o exemplo da fotografia, o fotógrafo dispõe de muitos expedientes para alterar a realidade: o jogo de luz, o ângulo, o enquadramento, etc.
A estatura do indivíduo pode ser alterada pelo ângulo de tomada da câmera, um ovo pode virar uma esfera, um rosto iluminado pode passar a impressão de alegria, o mesmo rosto, sombrio, pode dar impressão de tristeza. Mesmo o texto não-verbal, recria e transforma a realidade segundo a concepção de quem o produz. Nele, há uma simulação de realidade, que cria um efeito de verdade.
Os textos verbais podem ser figurativos (aqueles que reproduzem elementos concretos, produzindo um efeito de realidade) e não-figurativos (aqueles que exploram temas abstratos). Também os textos não-verbais podem ser dominantemente figurativos (as fotos, a escultura clássica) ou não-figurativos e abstratos. Neste caso, não pretendem sumular elementos do mundo real (pintura abstrata com oposições de cores, luz e sombra; esculturas modernas com seus jogos de formas e volumes).
1.2 Comunicação – Os processos da comunicação;
Teoria da comunicação;
O esquema da comunicação
Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, por e-mails, internet, etc.; uma empresa, uma administração, até mesmo um Estado podem comunicar-se com seus membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou televisionadas, e-mails, etc.
Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por um certo número de elementos, indicados no esquema abaixo:
Esses elementos serão explicados a seguir:
Os elementos da comunicação
a) O emissor ou destinador é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo (firma, organismo de difusão, etc.)
b) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou mesmo um animal ou uma máquina (computador). Em todos estes casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a recepção da mensagem tiver uma incidência observável sobre o comportamento do destinatário (o que não significa necessariamente que a mensagem tenha sido compreendida: é preciso distinguir cuidadosamente recepção de compreensão).
c) A mensagem é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.
d) O canal de comunicação é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, pelos meios técnicos aos quais o destinador tem acesso, a fim de assegurar o encaminhamento de sua mensagem para o destinatário:
Meios sonoros: voz, ondas sonoras, ouvido…
Meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina…
De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira classificação das mensagens:
_as mensagens sonoras: palavras, músicas, sons diversas;
_as mensagens tácteis: pressões, choques, trepidações, etc;
_as mensagens olfativas: perfumes, por exemplo;
_as mensagens gustativas: tempero quente (apimentado) ou não…
Observação: um choque, um aperto de mão, um perfume só constituem mensagens se veicularem, por vontade do destinador, uma ou várias informações dirigidas a um destinatário.
A transmissão bem-sucedida de uma mensagem requer não só um canal físico, mas também um contato psicológico: pronunciar uma frase com voz alta e inteligível não é suficiente para que um destinatário desatento a receba.
e) O código é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o destinador lança mão dele para elaborar sua mensagem (esta é a operação de codificação). O destinatário identificará este sistema de signos (operação de decodificação) se seu repertório for comum ao do emissor for comum ao do emissor. Este processo pode se realizar de várias maneiras (representaremos por dois círculos os repertórios de signos do emissor e do receptor):
1º Caso:
A comunicação não se realizou; a mensagem é recebida, mas não compreendida: o emissor e o receptor não possuem nenhum signo em comum.
Exemplos: mensagem cifrada recebida por um receptor que ignora o código utilizado; neste caso, poderá haver uma operação de decodificação, mas ela será longa e incerta;
Conversa (?) entre um brasileiro e um alemão, em que um não fala a língua do outro.
2º Caso:
A comunicação é restrita; são poucos os signos em comum.
Exemplo: Conversa entre um inglês eu um estudante brasileiro de 1º grau que estuda inglês há um ano.
3º Caso:
A comunicação é mais ampla; entretanto, a inteligibilidade dos signos não é total: certos elementos da mensagem proveniente de E não serão compreendidos por R.
Exemplo: um curso de alto ministrado a alunos não preparados para recebe-lo.
4º Caso:
A comunicação é perfeita: todos os signos emitidos por E são compreendidos por R (o inverso não é verdadeiro, mas estamos considerando um caso de uma comunicação unidirecional: ver mais abaixo.)
Não basta, no entanto, que o código seja comum para que se realize uma comunicação perfeita; por exemplo, dois brasileiros não possuem necessariamente a mesma riqueza de vocabulário, nem o mesmo domínio sintaxe.
Finalmente, deve ser observado que certos tipos de comunicação podem recorrer simultaneamente à utilização de vários canais de comunicação e de vários códigos (exemplo: o cinema).
f) O referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete.
Há dois tipos de referentes:
Referente situacional: constituído pelos elementos da situação do emissor e do receptor e pelas circunstâncias de transmissão da mensagem.
Assim é que quando uma professora dá a seguinte ordem à seus alunos: “coloquem o lápis sobre a carteira”, sua mensagem remete a uma situação espacial, temporal e a objetos reais.
Referente textual: constituído pelos elementos do contexto linguístico. Assim, num romance, todos os referentes são textuais, pois o destinador (o romancista) não faz alusão
salvo raras exceções – à sua situação no momento da produção (da escrita) do romance, nem a do destinatário (seu futuro leitor). Os elementos de sua mensagem remetem a outros elementos do romance, definidos no seu próprio interior.
Da mesma forma, comentando sobre nossas recentes férias na praia, num bate-papo com os amigos, não remetemos, com a palavra”praia” ou com a palavra “areia”, as realidades presentes no momento da comunicação.
Tipos de comunicação
Comunicação unilateral é estabelecida de um emissor para um receptor, sem reciprocidade. Por exemplo, um professor, um professor durante uma aula expositiva, um aparelho de televisão, um cartaz numa parede difundem mensagens sem receber resposta.
Comunicação bilateral se estabelece quando o emissor e o receptor alternam seus papéis. É o que acontece durante uma conversa, um bate-papo, em que há intercâmbio de mensagens.
2. Níveis de Linguagem
Texto: Aí, Galera
“Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo ‘estereotipação’? E, no entanto, por que não?
_Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
_Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso de seus lares.
_Como é?
_Aí, galera.
_Quais são as instruções do técnico?
_Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo, com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos na desestruturação
momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversãoinesperada do fluxo da ação.
_Ahn?
_É pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem calça.
_Certo. Você quis dizer mais alguma coisa?
_Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal,
talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado
por razões, inclusive, genéticas?
_Pode.
_Uma saudação para a minha progenitora.
_Como é?
_Alô, mamãe!
_Estou vendo que você é um, um…
_Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
_Estereoquê?
_Um chato?
_Isso.”
(Luis Fernando Veríssimo)
A primeira gramática da língua portuguesa foi publicada em Portugal, no ano de 1536. Reflexo do momento histórico – a Europa vivia o auge do movimento renascentista -, apresentava um conceito clássico de gramática: “a arte de falar e escrever corretamente”. Em outras palavras: só falava e escrevia bem quem seguisse o padrão imposto pela gramática normativa, o chamado nível ou padrão formal culto. Quem fugisse desse padrão incorria em erro, não importando o que, para quem e para que se estava falando. Qualquer que fosse o interlocutor, o assunto, a situação, a intenção do falante, era o padrão formal culto que deveria ser seguido.
Hoje, entende-se que o uso que cada indivíduo faz da língua depende de várias circunstâncias: do que vai ser falado e de que forma, do contexto, do nível social e cultural de quem fala e de para quem se está falando. Isso significa que a linguagem do texto deve ser adequada à situação, ao interlocutor e a intencionalidade do falante.
Voltemos ao texto acima (Aí, galera). As falas do jogador de futebol são inadequadas ao contexto: a seleção vocabular, a combinação das palavras, a estrutura sintática e a frase extensa (releia, por exemplo, a terceira resposta do jogador, num único longo período) fogem da situação a que a fala está relacionada, ou seja, uma entrevista dada ainda no campo de jogo durante um programa esportivo. E o mais curioso é que o jogador tem nítida consciência de qual é a função da linguagem e de qual é o seu papel como falante, tanto que, ante a surpresa do entrevistador, passa do padrão formal culto para o padrão coloquial, mais adequado àquela situação:
“_Uma saudação para a minha progenitora.”
Tradução, em linguagem coloquial: “_Alô, mamãe!”
Assim, podemos reconhecer em uma mesma comunidade que utiliza um único código – a língua portuguesa, por exemplo – vários níveis e formas de expressão.
Padrão Formal Culto e Padrão Coloquial
De maneira geral, podemos distinguir o padrão coloquial do padrão formal culto.
Padrão Formal Culto – é a modalidade de linguagem que deve ser utilizada em situações que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o interlocutor. Caracteriza-se pela seleção e combinação das palavras, pela adequação a um conjunto de normas, entre elas, a concordância, a regência, a pontuação, o emprego correto das palavras quanto ao significado, a organização das orações e dos períodos, as relações entre termos, orações, períodos e parágrafos.
Padrão Coloquial – faz referência à utilização da linguagem em contextos informais, íntimos e familiares, que permitem maior liberdade de expressão. Esse padrão mais informal também é encontrado em propagandas, programas de televisão ou de rádio, etc.
3. Funções da Linguagem
As funções da linguagem são seis:
a) Função referencial ou denotativa;
b) Função emotiva ou expressiva;
c) Função Fática;
d) Função conativa ou apelativa;
e) Função metalinguística;
f) Função poética,
Leia os textos a seguir:
Texto A
A índia Everon, da tribo Caiabi, que deu a luz a três meninas, através de uma operação cesariana, vai ter alta depois de amanhã, após ter permanecido no Hospital Base de Brasília desde o dia 16 de março. No início, os índios da tribo foram contrários à ideia de Everon ir para o hospital mas hoje já aceitam o fato e muitos já foram visitá-la. Everon não falava uma palavra de Português até ser internada e as meninas serão chamadas de Luana, Uiara e Potiara.
Jornal da Tarde, 13 jul. 1982
Texto B
Uma morena
Não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto – se tomada com cuidado, verto água limpa sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos, num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia, mesmo assim insisto: meus gestos, minhas palavras são magrinhos como eu, e tão morenos, que esboçados a sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da tardezinha. Para beber, alem do chá, raramente admito um cálice de vinho branco, mas que seja seco para não esbrasear em excesso minha garganta em ardores…
ABREU, Caio Fernando. Fotografias. In: Morangos mofados. 2. ed. São Paulo, Brasiliense, 1982. p. 93
Texto C
_ Você acha justo que se comemore o Dia Internacional da mulher?
_ Nada mais justo! Afinal de contas, você está entendendo, a mulher há séculos, certo, vem sendo vítima de exploração e discriminação, concorda? Já houve alguns avanços, sabe, nas conquistas femininas. Você percebeu? Apesar disso, ainda hoje a situação da mulher continua desfavorável em relação à do homem, entende?
Texto D
Mulher, use o sabonete X.
Não dispense X: ele a tornará tão bela quanto à
estrelas de cinema.
Texto E
Mulher. [Do lat. Muliere.] S. f. 1. Pessoa do sexo feminino após a puberdade.
[Aum.: mulherão, mulheraça, mulherona.] 2. Esposa.
Texto F
A mulher que passa
Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! Como és linda, mulher que passas
Que me sacia e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos, são poesia.
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pelos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
MORAIS, Vinícius de. A mulher que passa. In:____. Antologia poética. 4. ed. Rio de Janeiro, Ed. Do autor, 1960. p.90.
Todos os textos lidos, o tema é um só: mulher. No entanto, a maneira de cada autor varia. O que provoca essa diversificação é o objetivo de cada emissor, que organiza sua mensagem utilizando uma fala específica. Portanto, cada mensagem tem uma função predominante, de acordo com o objetivo do emissor.
A – Função Referencial ou denotativa
No texto A, a finalidade é apenas informar o receptor sobre um fato ocorrido. A linguagem é objetiva, não admitindo mais de uma interpretação. Quando isso acontece, predomina a função referencial ou denotativa da linguagem.
Função referencial ou denotativa é aquela que traduz objetivamente a realidade exterior ao emissor.
B – Função emotiva ou expressiva
No texto B, descrevem-se as sensações da mulher, que faz uma descrição subjetiva de si mesmo. Nesse caso, em que o emissor exterioriza seu estado psíquico, predomina a função emotiva da linguagem, também chamada de função expressiva.
Função emotiva ou expressiva é aquela que traduz opiniões e emoções do emissor.
C – Função Fática
No texto C, o emissor utiliza expressões que tentam prolongar o contato com o receptor, testando frequentemente o canal
Neste caso, predomina a função fática da linguagem.
Função fática é aquela que tem por objetivo iniciar, prolongar ou encerrar o contato com o receptor.
D – Função conativa ou apelativa
A mensagem do primeiro texto contém um apelo que procura influir no comportamento do receptor. Messe caso, predomina a função conativa ou apelativa.
São características dessa função:
a) verbos no imperativo;
b) presença de vocativos;
c) pronomes de 2ª pessoa.
Função conativa ou apelativa é aquela que tem por objetivo influir no comportamento do receptor, por meio de um apelo ou ordem.
E – Função metalinguística
O texto E, é a transição de um verbete de um dicionário.
Essa mensagem explica um elemento do código – a palavra mulher – utilizando o próprio código nessa explicação. Quando a mensagem visa a explicar o próprio código ou utiliza-o como assunto, predomina a função metalinguística da linguagem.
Função metalinguística é aquela que utiliza o código como assunto ou para explicar o próprio código.
F – Função Poética
A preocupação intencional do emissor com a mensagem, ao elabora-la, caracteriza a função poética da linguagem
Função poética é aquela que enfatiza a elaboração da mensagem, de modo a ressaltar seu significado.
É importante observar que nenhum texto apresenta apenas uma única função da linguagem. Uma função sempre predomina num texto, mas nunca é exclusiva.
4. Gêneros e Tipos textuais
Os gêneros textuais
Ao depararmos com um texto que se inicia com “Querido Fulano, escrevo…”, sabemos que se trata de um bilhete ou de uma carta de caráter pessoal. Se o texto se iniciar com “Prezados Senhores, venho por meio…”, sabemos que se trata de uma correspondência formal. Se você colocar na situação de remetente, saberá como iniciar a carta, porque todos nós temos um modelo de carta na mente; isso é tão marcante que uma pessoa não alfabetizada tem interiorizado esse modelo e, se tiver de ditar uma carta para que o outro escreva, saberá o que precisa ser dito e como deve ser dito. O filme Central do Brasil, em que uma professora aposentada vive de escrever cartas ditadas por pessoas não alfabetizadas, exemplifica muito bem essa situação.
Da mesma forma, se depararmos com um texto que se inicia com “Alô? quem fala?”, sabemos que se trata de uma conversa telefônica. O mesmo ocorre ao lermos uma bula de remédio, as instruções de uso de um produto qualquer, um horóscopo, um cardápio de restaurante, etc.
Como já vimos, os textos desempenham papel fundamental em nossa vida social, já que estamos nos comunicando o tempo todo. No processo comunicativo, os textos têm função e cada esfera de utilização de língua, cada campo de atividade, elabora determinados tipos de textos que são estáveis, ou seja, se repetem tanto no assunto, como na função, no estilo, na forma. É isso que nos permite reconheceram texto como carta, ou bula de remédio, ou poesia, ou notícia jornalística, por exemplo.
O que é falado, a maneira como é falado e a forma que é dada ao texto são características diretamente ligadas ao gênero. Como as situações de comunicação em nossa vida social são inúmeras, inúmeros são os gêneros textuais: bilhete, carta pessoal, carta comercial, telefonema, notícia jornalística, editorial de jornais e revistas, horóscopo, receita culinária, texto didático, ata de reunião, cardápio, palestra, resenha crítica, bula de remédio, instruções de uso, e-mail, aula expositiva, piada, romance, conto, crônica, poesia, verbete de enciclopédias e dicionários, etc.
Identificar o gênero textual é um dos primeiros passos para uma competente leitura de texto. Pense numa situação bem corriqueira: um colega se aproxima e começa a contar algo que, em determinado momento, passa a soar esquisito, até que um dos ouvintes indaga “è piada ou você está falando sério?”. Observe que o interlocutor quer confirmar o gênero textual, uma vez que, dependendo do gênero, temos um ou outro entendimento.
Tipos Textuais
Os textos, independentemente do gênero a que pertencem, se constituem de sequências com determinadas características linguísticas, como classe gramatical predominante, estrutura sintática, predomínio de determinados tempos e modos verbais, relações lógicas. Assim, dependendo dessas características, temos os diferentes tipos textuais.
Como já vimos, os gêneros textuais são inúmeros, dependendo da função de cada texto e das diferentes situações comunicacionais. O mesmo não acontece com os tipos textuais, que são poucos:
Texto narrativo: Narrar é discorrer dos fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto que relate episódios, acontecimentos.
“O fiscal da alfândega não podia entender por que aquela velhinha viajava tanto. A cada dois dias, vinha ela pilotando uma motocicleta e ultrapassava a fronteira. Fora interceptada inúmeras vezes, fiscalizada e nada. O fiscal alfandegário não se conformou com aquilo.
_Que traz a senhora aí?
_Nada não, senhor!
A cena que se repetia com tanta frequência intrigava o pobre homem.
Não se conteve:
_Não é por nada, não; me faz um favor, dona: Não vou lhe multar, nem nada; é só por curiosidade, a senhora está contrabandeando o quê?
_Seu fiscal, o senhor já desmontou a moto e nada achou, que quer mais?
_Só pra saber, dona!
_Ta bem, eu conto: o contrabando é a moto, moço!”
Texto Descritivo: Descrever é traduzir com palavras aquilo que se viu e observou. É a representação, por meio das palavras, de um objeto ou imagem.
“O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados”
(Carlos Drummond de Andrade)
Texto dissertativo: Dissertar é tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário, um tema abstrato, um assunto genérico. Ou seja, Dissertar é expor ideias em torno de um problema qualquer.
“Os meios de comunicação de massa devem alterar, nas próximas duas ou três décadas, uma boa parte da fisionomia do mundo civilizado e das relações entre os homens e povos.
Por: Wenderson Lopes
Veja também:
- Níveis da Linguagem
- Funções da Linguagem
- A Linguagem na Redação
- Linguagem Verbal e Não Verbal
- Linguagem Formal e Informal
- Linguagem Culta e Coloquial