Entre as regularidades que apresenta o sistema solar, está a relação que guardam entre si as distâncias dos planetas ao centro do sistema, esta relação foi estudada por Johann Titius, e divulgada por Johann Bode, astrônomos alemães do século XVIII, e mostra que os planetas distanciam-se do Sol segundo números proporcionais ao resultado da expressão:
n – 1
———–
4 + 3 (2)
Onde n é a ordem de proximidade em relação ao Sol. Comparem-se entre as distâncias dadas pela lei de Titius-Bode com aquelas determinadas pela observação, considerando-se a distância Sol – Terra como unidade.
Observe-se na tabela a seguir, que essa fórmula empírica fornece uma extraordinária aproximação e que deve ser levada em conta nas hipóteses sobre a origem e evolução do sistema planetário. Isto se tornou mais notável após a descoberta, a partir de 1801, dos asteroides, cuja distância média em relação ao Sol teria, na terceira coluna da tabela abaixo, o valor 2,82, ocupando o vazio entre Marte e Júpiter, previsto pela relação empírica.
Os valores observados das distâncias de Netuno e Plutão, que se afastam mais que os outros dos resultados empíricos de Titius-Bode, poderiam ser explicados por uma origem diferente destes planetas, ou por uma alteração de suas órbitas posterior à sua formação.
Segue a ordem:
Planeta | Distância pela lei de Titius-Bode | Distância determinada pela observação |
Mercúrio | 0,4 | 0,39 |
Vênus | 0,7 | 0,72 |
Terra | 1,0 | 1,00 |
Marte | 1,6 | 1,52 |
Júpiter | 5,2 | 5,20 |
Saturno | 10,0 | 9,53 |
Urano | 19,6 | 19,10 |
Netuno | 38,8 | 30,00 |
Plutão | 77,2 | 39,40 |
Embora as distâncias dos planetas em relação ao Sol, quando expressas em quilômetros, possam parecer imensas, elas se tornam insignificantes se comparadas com aquela que separa o Sol da estrela mais próxima. Mercúrio dista cerca de 60 milhões de quilômetros do Sol, Plutão cerca de 6 bilhões, enquanto que alfa do Centauro, a menos afastada das estrelas, está aproximadamente a 3 x 10¹³ quilômetros. As distâncias interestelares são, assim, pelo menos 10.000 vezes maiores que as interplanetárias, o que mostra o grande isolamento cósmico em que se encontra o sistema solar.